sábado, 27 de fevereiro de 2010

SURREAL


Antes do beijo,
sentia aquele emaranhado
palpitante de nervuras
que tépidas, intumesciam
o bojo das úmidas palavras:

Eu Te Amo.


by   DAVI CARTES ALVES

LOBOS & CORDEIROS



Este lobo nos teus olhos
pequena criança
é a soma dos cordeiros
maltratados

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

DOS TEUS BEIJOS


Hoje minhas borboletas tagarelas
sonharam novamente contigo
e acordaram cochichando em rubor
que só mesmo dos teus beijos maviosos
flui o mel do paraíso.


by   DAVI CARTES ALVES

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

LITERATURA fragmentos d' ouro 12



“ olhar aberto e bem límpido, como o olhar da candidez observando o crime”







“ e como uma borboleta, Ana prendeu o instante entre os dedos, antes


que ele nunca mais fosse seu ”






“ cheia da sua fé, suave, crepitante e grata”






“ como duas pestanas que pareciam baratas doces”






“ a mocinha estava se equilibrando na delicadeza de sua idade”






“ o ovo é isento da compreensão que fere”






“ amor é quando é concedido participar um pouco mais”






“ iluminado-a de minha palidez”






“ era uma galinha ainda viva, porque não passara das sete da manhã”






“ eu tinha 9 anos de idade, como o talo não quebrado de uma begônia”






“ mataram-se, comeram-me e passaram os anos”






“ os jacintos cintilaram , chamando-a”






“somos nós o sal da vida”






“ fazia parte das raízes negras e suaves do mundo”






“ o jardim era tão bonito que ela teve medo do inferno”






“ velas acesas entre o jardim, frutos se douraram por um instante


entre as folhas, sapos pulavam com os pés dourados”






Acima


Trechos extraídos dos contos de Clarice Lispector no livro: A Imitação da Rosa














“Falta-me os pormenores, nos pormenores é que esta o sal”






“ estava apetitosa como um figo que já se lhe houvesse rachado a casca


e deixasse sair a primeira gota de mel”






“ o silêncio tornou-se palpável”






“ longe da felicidade e todas as suas luzes”






“ por baixo das palavras que dizes, percebo que há outras que calas”






“ sou um pássaro de asas curtas, destes que voam bem baixo”






“ o impediu de se afogar no vórtice de luxuria”






Acima,


trechos extraídos do livro , Caim, - Jose Saramago










“ A feiúra de ódio franzido”






“ passarinho que se debruça, o vôo já esta pronto”






“ qualquer sombrinha me agrada”






“ Esses homens todos puxavam o mundo pra si, para o concertar concertado”






“ limpamos o vento de quem não tinha ordem pra respirar”










Acima


Trechos extraídos do romance


Grande Sertão Veredas – Jose Guimarães Rosa










“ também era tempo, porque depois de insinuar a língua, o fogo mostrou


a boca, e escancarou afinal a goela devoradora”






“ abaixaram-se os ferros e cessou o hino da morte”






Acima,


trechos de O Cortiço – Aluisio de Azevedo










“ como a maioria dos sofrimentos, este começou com uma aparente felicidade”






“ palavras que pareciam cruzados no queixo"










“ não basta notar as cores , é preciso falar delas”






“ ficaram virando as páginas, em direção ao amanhecer”






“ as palavras estavam a caminho, e quando chegassem, Liesel as


seguraria nas mãos feito nuvens, e as torceria feito chuva”






Acima,


trechos de : A menina que roubava livros - Markus Zusak










“ Meu coração foi surrado por uma corja de borboletas”






Rodrigo Madeira






“ Um classico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha


pra dizer.”



BORBOLETAS


" Meu coração foi surrado
por uma corja de borboletas "


Rodrigo Madeira - Escritor Curitibano

PÔR - DO - SOL



O  pôr- do- sol
é uma chaleira ardente
jorrando brasas
de melancolia.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

FADAMAR



Amo contemplar
veleiros suaves a singrar tua alma
qual passeio de cisnes, vão eles
sob ternura de brisas
em tuas águas mui calmas

não derrubam
tuas naus virtuosas
as opostas ventanias

e mesmo nas noites turbulentas
nada sobrepuja tua luz
a derramar buquês e buquês
de borboletas luminosas
como trilhas serenas & seguras
sobre as matizes sombrias



by  DAVI CARTES ALVES

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

PAZ QUE TRAZ SUAVES MARÉS



N’alma,
tu és garoar multicolorido
com doces pingos de querer bem
paz que traz suaves marés
são cisnes enamorados
teus braços quão zen

me levam por sonhos,
ternuras e brisas
me levam pra muito
mas muito além...


by   DAVI CARTES ALVES

BEM - ME - QUER ?



Este seu sorriso menina
ora provoca furacões tempestuosos n’alma
Borrascas da mão divina?
Um não sei que de Katrina

Ora és doce canção de ninar
nos arcanos do coração
beijo doce de escorpião
fragmentos seus na visão

Como esquecer esse sorriso brejeiro
esse rostinho feiticeiro
este olhar sem igual
esse corpinho escultural
minha imagem divinal

Pensar em você
com essa flor despetalando
Só sei pronunciar, bem–me-quer
Amando e lhe amando

Um bucadinho do seu bem-querer
Como merecer?
Pensei
em um presente lhe oferecer

Implorei ao mar:
um multicolorido top
de conchas e corais
supliquei a lua: um vestido de néon
de joelhos com as mãos ao céu:
por uma tiara de estrelas

E então?
tudo isso, por um só cantinho
no seu disputado coração
pode ser no sótão, na varanda, ou no porão

mas não me deixe aqui
suportando,
ora frio, ora intenso calor
na maviosa palma de sua mão.


by  Davi Cartes Alves

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

FELIZ PELA CONQUISTA DE UM NOVO PREMIO LITERÁRIO



 Saiu o resultado do 12º Concurso de Poesia da Biblioteca Popular de Afogados em Recife - PE,  que homenageou nesta edição a poeta "Maria do Carmo Barreto Campelo de Melo". Os poemas classificados comporão uma coletânea que será editada pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife.


A entrega da premiação e a tarde de autógrafos será realizada no dia 26 de Abril de 2010 no Auditório da Biblioteca. Onde os poetas classificados e seus convidados disfrutarão de um coquetel comemorativo.




LINK COM A RELAÇÃO DOS POETAS SELECIONADOS

http://www.versoseacordes.com/noticias/40-para-escritores/524-classificados-do-12o-concurso-de-poesia-biblioteca-popular-de-afogados

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

DOMINGO


Chega o langoroso crepúsculo
anunciando o fim do domingo
quando pétalas
de rosas vermelhas
úmidas em fragrância e dor

diluem-se
no céu d’alma,
coração

 comovente  arrebol de lãminas,
ardor

meu céu marchetado
de pétalas vermelhas
como manchas escarlates
que se espalham
no mar

pingando lembranças doridas
esparramo de fúria todo o asseio

Domingo,
de novo você não veio


by  DAVI CARTES ALVES



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ESTE TEU FLERTE COM O MAR



Este teu flerte com o mar
esse tom sereno de amar
esse seu jeito franco,
Intenso & cativante
essa sua alma,
ora de suaves bonanças
ora de sedutoras tempestades ,

típica das mulheres marcantes,
que marcam
como por um ferro de marcar,
esse seu jeito tão peculiar
de dizer, " espera " !!!

E dispensar
as coisas belas da vida,
singelas ou sublimes
aquele olhar mais demorado,
envolvente

e minhas luminosas alvoradas
ja não são mais as mesmas 
sem a tua presença

beija flor perde cor
sal perde sabor
o meu Sol,
perdeu teu calor
em nosso doce recanto
perdi meu amor


Já imaginou a melancolia do pântano

quando sua única bromélia

lhe é furtada?

sem você é assim que me sinto

minha linda flor,

minha amada.


Há flores que a rega
não é com água,
mas com o frescor da brandura,
com cálida ternura,
sublime doçura

E este teu flerte com o mar
neste tom mavioso de amar
este teu jeito de trazer o sol no sorriso
tão necessário para arejar a alma,
e retirar o peso sufocante,
das asas da felicidade.


by  DAVI CARTES ALVES








GATINHA TRAVESSA



No rostinho cor de pêssego,
duas sedosas romãs
olhos luminosos e profundos
como grandes avelãs

um enigma, mil segredos
embalsamados em pudor
Nada a vê!! Qui namorá!!
Fulminou mais um amor!

leve sandália rasteirinha ,
estojo de brilho labial
leu mais um romance top ten
e agora diz
que tem know - how

solta a tiara de acrilico
 joga as madeixas com desvelo

linda fadinha de All star
deixa-me enlear-se

em teus cabelos,

 menina,
quem não se encanta contigo?
quem resiste
aos teus apelos?



by  DAVI CARTES ALVES












terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

SUAVIDADE



São as luzes das rosas
que iluminam tua alma?
Tormentas raivosas recuam
ao teu pedido de calma

Tu me fez ver na queda
suave passo de dança
fez da tola ambição
e da nociva prepotência

 ternura pura de criança



by   DAVI CARTES ALVES

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O AMOR RESSURGIRÁ


O amor ressurgirá n'alma
como uma exuberante
e luminosa alvorada
refutando
as gélidas
e sombrias madrugadas

o amor irá resurgir n'alma
com sua varanda florida
sobre um rio melífluo,
com aroma de céu
e caldo de luar

e será em fim,
seu tempo de amar
ele irá resurgir,
eu sei que irá...


by   DAVI CARTES ALVES

ACEITE ESTA FLOR , ACEITE ESTES VERSOS, ACEITA VAI


Tua perene beleza
tua ternura de vinho,
frescor doce, carinho
deleite suave, atemporal
tua maviosa pujança
embebida
em brilho labial

Que tornam-me etéreo
saltitante, aéreo
bem acima, pra cima
do bem e do mau

descansar sob revoada
destes pássaros mansos
que trespassam cativantes
do céu opala dos teus olhos
 em minhalma suplicantes
ora são mel de ninar
ora mar de abrolhos

ora bojo de delícias
derramadas
por sublime orquídea
ou luminosa estrelícia

qual suave corola
de aljôfares e ternuras,
fragrância confeita
entre tépidas carícias

                                                                         

    
                                                                                       F





   DAVI CARTES ALVES





sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

TUAS PÉTALAS SEDUZEM



Tu és assim sempre flor?
Rosa palpitante,desiderata
as pétalas nos seus lábios
meu corpo perfumas,
minha alma hidratas

és flor melindrosa
em haste sublime,
leve,
formosa

este olhar enigmático,
embebido em terna mansuetude
criva-lhe n’alma
ensandecidos espinhos escarlates
qual nívea rosa dengosa

És sempre flor,
mas por quê o mundo não para
para que eu possa juntar os fragmentos
de um cravo coração?
quantos tu já não fulminastes,
a cada novo botão?

Quantas vezes tenho que arrancar-te
a sangrar as raízes d’alma
em meus jardins de Fausto
mas tu surges desnuda,
corola altaneira,
uma e muitas noites
num que de Mefistófeles,
ardorosa, maviosa,
sempre rosa

pétalas blindadas, de feitiços
e magias,
quão suavemente engolfadas,
em nuvem rosicler,

a sulcar a alma de tensas arritmias


de enleios & enlaces,
quão sinuosas
surgem em rompantes silvos
em ballet coleante
tuas cálidas ventanias

és tão bella,
sempre flor
rosa palpitante, desiderata
as pétalas nos seus lábios
meu corpo perfumas, minha alma,
hidratas


by   DAVI CARTES ALVES

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

PRIMAVERA


Coração palpita,
sob neon vermelho no peito,
nas margens dos seus rios de sangue
minha bateia alquebrada,
garimpa sua imagem
entre diamantes escarlates

Na paleta d’alma
encheram-se
os bojos ressequidos
de côres luminosas

da caixinha de lápis de côr
saem em deliciosas revoadas,
miríades & miríades de borboletas
em nuances maviosas

finalmente,
vincaram os riscos de veludo
com côres de aurora
nos botões
das flores do campo

o sopro do arco-íris
banha a alma,
em assomos e assomos de regozijo
engolfando-a
em puro jubilo primaveril

Mas como me sinto bem,
ao ver você de novo
meu amor,
com sua alma entre flores ,
neste lindo sorriso pueril!


by -  DAVI CARTES ALVES






A TRISTE HISTÓRIA DE AMOR ENTRE A BARATINHA CATITA E O BESOURO BATIÁ


Outrora tão alegre e vaidosa
agora, andava quieta, balbuciante
pelos cantos
das mata-juntas carcomidas,
e a amiga lacraia insistia:
quê ce tem fia???
Tudo em vão


enjeitada e desiludida
com seu grande amor,
o besouro Batiá
a baratinha Catita,
tão cabisbaixa, taciturna
e inconsolável
tomou uma surpreendente decisão


vestiu um colete a prova de balas,
colocou uma venda nos olhos,
e resoluta,
resolveu atravessar
o faminto galinheiro,

declamando Hamlet,

 “ Ser ou não ser, essa é a questão:

será mais nobre suportar
na mente as flechadas da trágica fortuna
, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e,
enfrentando-os, vencer?
Morrer — dormir, nada mais;
e dizer que pelo sono
se findam as dores, como os mil
abalos inerentes à carne
é a conclusão que devemos buscar...”


e continuou cambaleante,
 numa marcha de poucos passos,
inaudível poesia
e muitas setas vorazes...


moral da história:

insistirmos num amor
não correspondido
é prepararmos o coração
para empreender
uma travessia similar


by  DAVI CARTES ALVES



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