sábado, 28 de junho de 2008

A NOITE

A noite
ora se faz em carícias
do bem amado
ora se faz negro escorpião
de bote armado.

VITRAL

Você encontrou minha vida
entre cacos escuros
e taciturno baixo - astral
para torná-la
colorido & luminoso,
eis quão lindo vitral.

COMO UM BÁLSAMO PARA ALMA

Há nas florestas do Brasil, certas árvores que quando sofrem uma agressão, quando são feridas no seu corpo , atingidas no seu tronco, é que elas demonstram toda a sua riqueza, pois deixam sair em forma de lágrimas, um bálsamo valiosíssimo, bálsamo com essências terapêuticas, propriedades curativas, além de uma fragrância suave e agradável.

Similarmente,

muitas pessoas que conhecemos, são como essas árvores, quando sofrem um ataque em sua pessoa, quando “são feridas em seu tronco”, no seu ser, mesmo quando nós, voluntária ou involuntariamente as ferimos, elas demonstram toda sua riqueza, pois também deixam sair como um bálsamo refrescante e curativo para alma, qualidades sublimes como o amor a paz, a brandura, o autodomínio, a longanimidade, a benignidade, emanando sublime fragrância de humanidade.

Nesses dias tensos e turbulentos do sistema, derramam uma sombra revitalizadora, como frondosas árvores do amor, do perdão, sobretudo,
árvores do bem querer.




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BORBOLETA QUE POUSA EM MAR DE CHAMAS

Teu querer deste jeitinho assim
dócil, maviosa, cálida sobre mim
me amas & amas, como amas
como uma borboleta que pousa
suavemente,
em meu mar de chamas.



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LUA CHEIA

O Sol da paixão
pode sim crepitar n'alma
se no coração há uma Lua Cheia,
transbordante de amor...



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OUÇO UM CANTO TRISTE

Ouço um canto triste
como o canto das grous
ao levantar vôo no fim do verão

Como o canto latente n'alma da nativa
Na ilha da esperança
Que ao deixar a confecção
De um novo colar de conchas
Corre pressurora, arfante
em direção as vagas onças

em busca das naus que retornariam
trazendo com o crepúsculo vespertino
amores ou dissabores

Ouço um canto triste
Como o vento que sopra
um choro compungido de saudade
nas frestas
das mata-juntas carcomidas

Como o canto triste
da joaninha
quando as asas da borrasca
furtaram-lhe sua auto-estima
levando sua vida-sombrinha

Ouço um canto triste
Que reboa nas mansardas d’alma
Canto de quem ama e ama
Mas que só recebe,
chuva de granizo
em seu vaso, em chamas.




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