segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
O silêncio das flores
Ele aprendeu observando
que o silencio das flores
é disfarce para a sedução
que o silencio das flores
é disfarce para a sedução
São elas que sussurram
quando os cílios se tocam
no beijo mais doce
no suspiro mais longo
são elas que testemunham
que o amor sobrepuja a tudo e a todos
porque talvez o amor
seja feito mesmo
dessa luz que flui dos teus olhos
e brilha soberana
sobre todas as formas
de escuridão
Ainda que nuvens escuras
corroam a solidão
com as pontas cegas de uma crase
eis que surge novamente
tua doçura simples
de silêncios perfumados
um cacho de mil ternuras
numa flor de suavidades
sobre um monjolo
de saudades
DAVI CARTES ALVES
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
A elegía do amor
Amar-te é sublime
é sentir a alma engolfar-se
nos casulos
da brisa primaveril
sentir-me
como as pedras frias, duras
mas que
no leito dos teus braços & abraços
acordam dunas
areia clara, macia
doce elegia
de querer-te
pois só a tua alma
traz a musica do mar,
e marulhar no teu doce realejo
no frescor dos teu braços e abraços
balbucio, deliro,
versejo
o primeiro pingo
da garoa nua
fez minh’alma
ser tão sua
beijo de brisa que sulca
o pelo felino
riso menino
sob o som de violino
sob o som de violino
derramas por taça de volúpias
seara de nirvanas
és minha linda borboleta sedutora
que pousa embevecida
em mar de chamas
vestir-me de você nesta hora
hora escarlate
que transpassa
como amar e sonhar
no bojo tépido e macio
no bojo tépido e macio
de uma bela acácia
nos teus braços
renascer em uma fonte
de generosa doçura
neste cárcere paradisíaco
quais flamingos alados
em ternura
em meio aos teus lábios & versos
sinto-me flutuar em espiral
na cadência de milhares de arraias
em meio a um balé vertiginoso,
divinal
em você
como nas mais raras e belas flores
só devem pousar borboletas
com multicoloridas asas de seda
e delicadas anteninhas de ouro
ficas ainda mais bela
de sobretudo caramelo
os anéis de seus cabelos me anelam
ao roubarem beijos
dos seus lábios de mel
como travessos colibris.
Ah! Sua presença!
Quão maviosa!
Chegar assim,
nesta doce intimidade solar
trazendo nas suas asas de amor
a fagueira calmaria do mar
como derramas n’alma
sob densas matizes
sua generosa cesta de cores
és tão leve, tão luz, quão linda!
A pousar e repousar teus afetos
sobre os meus
mais tênues sensores
faz-se toque entre cílios
feixe de gérberas
caldo de luar
reinventa num sopro melífluo
novas nuances
para o verbo amar
faz-se beijo de brisa
cantilena de riachos
langoroso esvair-se da onda na areia
num que de ofertar
faz dos teus mansos fulgores
em minhalma,
um perene palpitar
O que continuará a existir sem você?
Pois quando o amor, generoso
derrama-se dos seus lábios sobre nós,
ele produz n’alma, o sublime frescor
de um novo
e orvalhado amanhecer
banhar-se na volúpia e no deleite
dos teus rios de dor sem imagens
incendiando-me com as paisagens
evanescentes do amor
Uma e muitas vezes
brincar com o teu sorriso,
sorriso?
Ou um diamante que brilha?
Ou o céu que se anila?
faz lembrar,
a primeira estrela que cintila
Será que há mais mel
no bojo da acácia
quanto na terna mansuetude
de seus belos olhos?
Será que há mais
delicadeza & sensualidade
nas curvas da tulipa escarlate
quanto na leveza sinuosa
de seu lindo talhe
coleante de prazeres?
Que tal este presente amor meu:
a lua me sugeriu
um vestido de neon
o céu, uma tiara de estrelas
o mar, um multicolorido top
de conchas e corais
Não será pelo teu sopro
que abrem-se as acácias
e sorriem as buganvílias
enamoradas?
Afinal
Que joias a trouxeram
do mar profundo?
As flores das estrelas,
o mel do mundo?
Pedaços de cereja
teus lábios túmidos
a cantar o amor
somente o amor
em meus submundos
Quem é você?
Que joias a trouxeram
do mar profundo?
As flores das estrelas,
o mel do mundo?
Pedaços de cereja
teus lábios túmidos
a cantar o amor
somente o amor
em meus submundos
Quem é você?
que com os teus encantos
faz até mesmo
anjos & diamantes luminosos,
anoitecerem?
São as luzes das rosas
que iluminam tua alma?
Tormentas da vida recuam
ao teu pedido de calma
Tu me fez ver na queda
suave passo de dança
fez da tola ambição
e da nociva prepotência
pura ternura de criança
Davi Cartes Alves
Imagem
Escultura - Jean Pierre Augier
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