Quando
ele partiu, a primavera galopava nos rosais e os campos de begônia
floresciam. Quando ele voltou, a moça do portão estava casada. O
prefeito era uma cruz e uma placa. As aves haviam mudado de itinerário
como os ônibus. O irmão mais moço tomava ópio para esquecer. O empregado
da esquina respondia a um processo onde perdeu a esperança e os dedos. O
pai fuzilara um estudante. A mãe fugira com um mascate!... Quando ele
partiu, a primavera galopava nos rosais. Quando ele voltou, o céu era só
um galope amarelo.
Autor: Florisvaldo Mattos