Em Emily Dickinson,
eu ouço passarinhos
Em Van Gogh, colho girassóis
De Chopin, sinto as lágrimas nas teclas do piano
. Com Hendrix, me vejo próximo de tantos anjos..
. Estão mortos alguns que eu amo tanto tanto
que palavras ficam faltando no céu da boca..
De Augusto dos Anjos, resta unicamente os versos e,
ouvindo-os, assim tão vivos,
eu sinto vontade de apertar-lhe os ossos
Leminski se foi e deixou um catatau enorme de obras primas
Marcos Prado
com toda a elegância disse mil versos bem bonitos e se foi
E olha eu aqui catando milho para encher o saco
UM POUCO MAIS DE NÓS
não é a dor do amor que me incomoda
nem tampouco esse fogo em meio ao peito
o verbo foi quem me tornou sujeito
da flor que a musa aspira, colhe e poda
reinar na rima é uma mão na rosa
o dia é como um deus mais que perfeito
mas se a minha loucura não dá jeito
vai meu verso provar que faço moda
e vê enfim meu olhar contemplativo
caído como um anjo que mendiga
o inverso do meu verso
ao céu altivo
feliz de mim, amigo, e de quem siga
o som bom da palavra pura e calma,
gestando um corpo grávido de alma!
feliz de mim, amigo, e de quem siga
o som bom da palavra pura e calma,
gestando um corpo grávido de alma!
antonio thadeu wojciechowski
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