quinta-feira, 30 de junho de 2016
domingo, 26 de junho de 2016
sábado, 25 de junho de 2016
Inverno
Lá fora o inverno
restam algumas flores baldias
resistindo heroicamente
ao algoz de gelo
Jazem lânguidas,
lívidas e esquecidas
O sopro da morte
borrifado através da brisa crestante
faz com que desfolhadas
balbuciem o último suspiro
Prematuros suicidas
incauto namorado
a flor do ipê dourado
fulminado
com a azaleia rosicler
assim partiram também
o teu sorriso e meu encanto
naquela noite de inverno
melados de quentão
na feira do pinhão
aquecida ilusão
debaixo deste céu de chumbo
deslizas altaneira
neste calçadão de gelo
teu charme em relevo
emaranhado em cachecóis
me enlevam, me arrebatam
despretensiosamente
sem apelos
linda
ficas ainda mais bela
de sobretudo caramelo
os anéis dos seus cabelos
me anelam
ao roubarem beijos
dos teus lábios de mel
como travessos colibris.
restam algumas flores baldias
resistindo heroicamente
ao algoz de gelo
Jazem lânguidas,
lívidas e esquecidas
O sopro da morte
borrifado através da brisa crestante
faz com que desfolhadas
balbuciem o último suspiro
Prematuros suicidas
incauto namorado
a flor do ipê dourado
fulminado
com a azaleia rosicler
assim partiram também
o teu sorriso e meu encanto
naquela noite de inverno
melados de quentão
na feira do pinhão
aquecida ilusão
debaixo deste céu de chumbo
deslizas altaneira
neste calçadão de gelo
teu charme em relevo
emaranhado em cachecóis
me enlevam, me arrebatam
despretensiosamente
sem apelos
linda
ficas ainda mais bela
de sobretudo caramelo
os anéis dos seus cabelos
me anelam
ao roubarem beijos
dos teus lábios de mel
como travessos colibris.
DAVI CARTES ALVES
quarta-feira, 22 de junho de 2016
domingo, 19 de junho de 2016
sábado, 18 de junho de 2016
Balé
Em meio
aos teus lábios & encantos
sinto-me flutuar em espiral
na cadência de milhares de arraias
dentro de um balé vertiginoso,
divinal
Em teus lábios
onde o amor viceja
coração
ferido de morte
verseja
Lábios
de mar sedento
estes seus
saciando a sede
dos meus
DAVI CARTES ALVES
A GINASTA
" Ela dança as fases da lua
tece vento e o ar rodopia
põe no colo os bichos das ruas
põe no chão quem quer correria
põe as mãos de alguém entre as suas
e é o nascer de um sol, mais um dia
Do aroma rosa da arte
ela extrai a cor da alegria
do lilás do olhar de quem parte
faz o azul de quem ficaria
do vermelho ardor do estandarte
o nascer de um sol, mais um dia
Tem a solidão do poeta
a paixão da chuva tardia
escultora da linha reta
que a luz percorre e esta via
salta do seu olho, é uma seta
o nascer do sol, mais um dia
São brilhos de estrelas na perna
e a noite que a estrela anuncia
a paixão é estranha caverna
quem tem medo e amor já sabia
uma noite nunca é eterna
é o nascer do sol, mais um dia
Ela pisa as ruas do tempo
já foi louca, princesa e Maria
faz de azul mais que cor, sentimento
mina d'água, azul, poesia
faz soar as rimas que invento
e é o nascer do sol, mais um dia"
Do poema - A Fada Azul
Composição de Oswaldo Montenegro
quarta-feira, 15 de junho de 2016
domingo, 12 de junho de 2016
sábado, 11 de junho de 2016
Almas Perfumadas - Carlos Drummond Andrade
Tem gente que tem cheiro de
passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado
delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde
grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga para isso.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave de sua presença soprando nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco, juntinho ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro. Tem gente como você que nem percebe como tem a alma Perfumada!
E que esse perfume é dom de
Deus.
Nós, o rio e o tempo
Fico olhando, Maria, o nosso rio,
o Madeira da nossa Juventude.
Na enchente, em constante inquietude
vencendo a cada curva um desafio.
Para depois, no decorrer do estio,
com a ribanceira em sua plenitude
toda plantada pelo braço rude
de quem espera o fruto do plantio.
Mas o tempo, Maria, nos comprova
que a cada instante o rio se renova
e nós a cada instante envelhecemos.
Por certo ele será sempre criança
e o seu poente um canto de esperança
na saudade daquilo que vivemos.
Antônio Cândido Silva
Novidades sobre Machado de Assis
Um
pequeno tesouro literário, guardado com esmero durante quatro gerações, veio a
público em 15.10.2015. Dezenas de documentos, fotos e 61
cartas do crítico e acadêmico José Veríssimo, recebidas do escritor Machado de
Assis, foram entregues pela família de Veríssimo à Academia Brasileira de
Letras (ABL).
Textos manuscritos, datados do início do
século passado, e até uma fotografia e 12 cartas inéditas do patrono da
Academia ficaram guardados por décadas em um antigo gaveteiro de madeira, que
veio passando de geração em geração e, por último, estava no apartamento da
aposentada Helena Araújo Lima Veríssimo, viúva do jornalista Jorge Luiz
Veríssimo, um dos netos de José Veríssimo.
Apesar do valor histórico e sentimental do
material, a família achou melhor entregar a guarda dos documentos à ABL, que
tem condições ideais para preservar a coleção, em que se destaca uma foto
inédita de Machado de Assis.
“O
acervo do José Veríssimo estava com o marechal [Inácio José Veríssimo, filho do
acadêmico], que era uma pessoa voltada para a literatura, apesar de ser
militar. O marechal organizou o acervo, escreveu uma biografia de José
Veríssimo e depois passou tudo para meu marido”, disse Helena.
Para
o presidente da ABL, Geraldo Holanda Cavalcanti, trata-se de um acervo precioso
e que pode incentivar outras famílias, detentoras de material histórico sobre
os acadêmicos, a também doarem o acervo à Academia. “Isto pode despertar a
atenção de outras pessoas que tenham documentos em casa e se disponham a trazer
para a Academia, que é a guardiã desse tipo de acervo, que é muito difícil de
ser guardado em casa, pois o tempo destrói e aqui temos a melhor técnica de
conservação de documentos”, disse Cavalcanti.
(Adaptado de: OLIVEIRA, Gomes. Cartas inéditas
de Machado de Assis são doadas à Academia Brasileira de Letras.
www.folharondoniense.com.br/cultura/cartas-ineditas-de-machado-de-assis-sao-doadas-a-academia-brasileira-de-letras)
arco-íris na delícia da chuva
sim, você,
poeira das estrelas
sobra de mundos que não existem mais
cinza de fornalhas e hecatombes
vislumbre de todas as forças do universo
mistura de um turbilhão de substâncias
em plasma, líquido, sólido e gasoso
sim, você,
que num pequeno sonho de flores
plantou a primavera em seu coração
e encheu meu mundo de cores
com um rosário de fé e oração
era você o tempo inteirinho
e a Terra é mais antiga que o nosso suspiro
deixe-me apenas lhe sussurrar baixinho
cicios de ócio e cio no ar que respiro
eu, um anjo que caiu como uma luva
em teu coração cheio de dedos
você, arco-íris na delícia da chuva
gotas e sons que parecem brinquedos
antonio thadeu wojciechowski
sexta-feira, 10 de junho de 2016
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