domingo, 27 de novembro de 2016

saudade











Na nossa flor
um que de dor
entardecer
 sem a sombra suave do teu calor


Orvalhos ou lágrimas?
acalentando pétalas
coração debruçado
no encanto do abismo

 da saudade





domingo, 20 de novembro de 2016

A timidez de Maria Clara








Maria Clara?
Já lhe perguntei três vezes
anjo de mel
e você balbucia tão baixinho
esses inaudíveis monossílabos

e por quê por as mãos
nesses lindos lábios nacarados ao sorrir
escondendo um paraíso
de diamantes de neve?

Olhe nos meus olhos Clarinha
saia de dentro de si mesma
tão introspectiva
nesse olhar distante, fugidio

Ora absorta a afagar
devaneios quiméricos de amor
ora extraindo a prova real
de mais um dissabor

 Clarinha,
fala comigo vai?
Quero tanto ouvir sua voz maviosa
que transpassa a alma
como uma colcha sedosa

Voz tão escassa como o cometa Haley
porém quando surge assim, musical
parece adoçada
com três colherinhas de açúcar
e nada de sal

mas que quando finda, aquieta os pássaros
silencia a corrente suave dos riachos
submergi minha alma 
na acidez do Kalahari sem suricatos
a envolvê-la num silêncio tão down

Oh Clara, solta só uma vez
essas lindas madeixas
por quê represar teus encantos
por puritanas presilhas?

Quem sabe elas também não abrem
suas algemas d’alma
mostrando-me um pouco mais
a graça o encanto e a faceirice
da tua Alencarina Cecília

Clarinha
clareias com tua doce timidez
minha alma taciturna, triste, saudosa
erma dos teus comezinhos afetos

onde sonho com passeios efusivos
entre brisas e prados
a passear nos belos jardins
dos teus lindos vestidos floridos
entre mares & mares de abetos






DAVI CARTES ALVES







segunda-feira, 14 de novembro de 2016

colibri






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Se fecham as buganvílias
quando vêm as tempestades

muitos sabem 
para onde correm os guinus
com as intempéries do Kalahari

mas para que céus
se espalham
essa nuvem de colibris
a cada beijo seu?

E teus lábios tão lírios
quão líricos
teus braços tão cisnes de amor
mar suave
coberto de flor





DAVI CARTES ALVES





sábado, 12 de novembro de 2016

Quintessência
















Que flor é esta?
finge que morre
e quando menos se espera
é flor indo, flor vindo, 

floresta em festa

que flor é esta
que sempre resta?





Alice Ruiz





terça-feira, 8 de novembro de 2016

chuva de pólen













Chuva de pólen
caindo no telhado
e o meu coração podado
querendo se molhar


a moça da caravela
- azul, ligeira, singela
que sonha a noroeste
e tece,  
num tímido entrelaçar 


o que seria um bordado
enquanto um jagunço inspirado
não cessa de lhe encantar...








do blog:
  sobomarazuldeadria.blogspot.com






sábado, 5 de novembro de 2016

Se não agora , quando?












Se eu não for por mim ,
 quem o será?

Se eu for só por mim
Que serei eu?

Se não agora,
 quando?



Hillel






pinçado na palestra do Professor Cortella







quarta-feira, 2 de novembro de 2016

afabilidade









" O rancoroso vive no passado
o ansioso vive no futuro
quem quase morre esta vivo
quem quase vive 
já morreu "