sábado, 30 de junho de 2018
sexta-feira, 29 de junho de 2018
escrevia-se todo
Que que eu fiz da minha vida, meu deus do céu?
Não sendo em verso, esse universo não é meu.
O que que eu faço do meu corpo de Thadeu?
Não seria meu, Poesia, se não fosse só teu.
O que já foi meu, Musa, minhas pernas, braços,
bigode, nariz, olhos, nem de perto lembra
aquele que viveu no silêncio de espaços…
Pausas de um velho outubro que ainda setembra?
Eu lembro vagamente… Era poeta dos bons,
fazia versos cagando e andando de lá
pra cá, de cá pra lá da vila dos merdões.
Fumava como um sapo índio até estourar,
bebia muitas, dormia em pé e, quando ria,
ele escrevia-se todo e, sem querer, morria?
Antonio Thadeu Wojciechowski
quarta-feira, 13 de junho de 2018
céu da boca
o dia tornou se eterno
quando os nossos cílios
se tocaram
e aquele barco de fúria
deslizando suavemente
no mar níveo do teu colo
quando os nossos cílios
se tocaram
e aquele barco de fúria
deslizando suavemente
no mar níveo do teu colo
os teus encantos incendiando dinastias
enquanto você bafora com languidez
o teu narguile
observando da janela
a garoa fina que cai como uma serragem
é quando teu beijo traz o sol do avesso
sobre um mar já em chamas
tua beleza tem o impacto de um bi trem
cheio de pandas e colibris
esquecida apenas
quando uma mosca sem uma das asas
quando uma mosca sem uma das asas
pousa angustiada e cai de costas
a debater-se no chão da eternidade
é quando você se vai noutro sonho alado
e todas as estrelas caem
a debater-se no chão da eternidade
é quando você se vai noutro sonho alado
e todas as estrelas caem
do céu da boca
M
DAVI CARTES ALVES
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