Ao sair no calçadão da Rua das Flores
Eita!! Quantas flores exuberantes,
Vistosas, perfumadas e caminheiras
Gardênias, Angélicas, Margaridas, Hortências, Acácias...
O frio faz com que floresçam em suas faces mimosas
As rosas que só aparecem no inverno
Ora rosas rosicler, ora níveas ruborizadas
Não copos, mas coleantes taças de leite-quente
casacos, jaquetas, botas cano alto, bolerinhos
Quanto charme neste sobretudo carmesim
Hastes formosas revestidas com as camurças dos andes
Pedúnculos mimosos cobertos de lã
pétalas rijas recamadas de couros multicolor
Certamente banhas nesta época, nas termas da vaidade
Azaléias brejeiras, prímolas primorosas,
violetas delicadas, tulipas encantadoras,
estrelicias picantes, bromélias matronas,
camélias ousadas, orquídeas selvagens...
é debalde a ousadia
pobres cravos desprezíveis
o quanto estão cônscias do seu poder!
Nos mergulham uma e muitas vezes
Nas suas corolas transbordantes de enlevo
E nos escoam extasiados nas valas da Rua XV
Agora já sei por que a chamam: Rua das Flores
Como um sedento colibri
Embevecido por essas paragens maviosas e exuberantes
Quis sorver os aljôfares de mel, orvalhados
em toda a sua haste, em seus cálices
em todas as suas pétalas e pedúnculos
Linda Flor caminheira, neste inverno
Esta ainda mais graciosa
Seu olhar de ternura criva-lhe n’alma
Feiticeiros espinhos de bálsamo
Qual nívea rosa dengosa.
davicartes@gmail.com
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