Quem enxugará a lágrima
daquele espinho?
Não há sequer um lenço de compaixão?
de onde irradias para os mundos e submundos
toda espécie de solidão?
" Não consigo mais me conter ",
Desabafa o enjeitado
Estou sempre a protegê-las
mas levam-nas, tão belas,
minhas champagnes,
as vermelhas, brancas, rosas
e amarelas
furtam-lhes, lindas beldades
belas fadas, anciãs melifluas
sorridentes ninfas
e saltitantes cinderelas
sorumbático quando as levam
é excruciante a dor do espinho
de similar magnitude
daquele rejeitado e agonizante
filhote de passarinho
Ambos clamam suplicantes
Na esquálida esperança
que o bom samaritano
mude ao menos hoje, a rota abençoada
de seu cândido caminho
mais uma lágrima tremulante
desce-lhe devagarinho
ao sentir neste mundo hostil
o amor escasseando
estupefacto jorra em prantos
quão desprezado espinho
não tens um lenço repassado
em enternecida compaixão
pra enxugar a lágrima daquele espinho
que lateja num coração?
Onde muitos a compartilham,
Qual essência, símile, síntese
da multifacetada solidão?
davicartes@gmail.com
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