Sentir-me
como as pedras frias,
duras
mas que
no leito dos teus
braços & abraços
acordam dunas
areia clara, macia
doce elegia
Ah! Sua
presença!
Encantadora
ao chegar assim,
nesta doce intimidade
solar
trazendo nas suas
asas de amor
a fagueira calmaria
do mar
como derramas n’alma
em suaves matizes
sua generosa cesta de
cores
és tão leve, tão luz,
quão linda!
A pousar e repousar
teus afetos
sobre os meus mais tênues sensores
faz-se toque entre
cílios
feixe de gérberas
caldo de luar
reinventa num sopro
melífluo
novas nuances para o verbo amar
faz-se beijo de brisa
cantilena de riachos
langoroso esvair-se
da onda na areia
num que de ofertar
O que continuará a
existir sem você?
Pois quando o amor,
generoso
derrama-se dos teus lábios sobre nós,
ele produz n’alma o
sublime frescor
de um novo
e orvalhado amanhecer
a lembrança dos teus
sorrisos
rios de dor sem
imagens
incendiando-me com as
paisagens
evanescentes do amor
Sorriso?
Ou um diamante que
brilha?
Ou o céu que se
anila?
faz lembrar,
a primeira estrela
que cintila
se lhe ver novamente
a lua me sugeriu
um vestido de neon
o céu uma tiara de
estrelas
o mar um
multicolorido top
de conchas e corais
Não será pelo teu
sopro
que abrem-se as
acácias
e sorriem as buganvílias
enamoradas?
São as luzes das
rosas
que iluminam tua
alma?
Tormentas da vida
recuam
ao teu pedido de
calma
Tu me fez ver na
queda
suave passo de dança
fez da tola ambição
e da nociva
prepotência
pura ternura de
criança
Afinal
Que joias a trouxeram
do mar profundo?
As flores das estrelas,
o mel do mundo?
Pedaços de cereja
teus lábios túmidos
a cantar o amor
somente o amor
em meus submundos
Que joias a trouxeram
do mar profundo?
As flores das estrelas,
o mel do mundo?
Pedaços de cereja
teus lábios túmidos
a cantar o amor
somente o amor
em meus submundos
DAVI CARTES ALVES
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