sábado, 6 de maio de 2017

o azul que ardia em fúria











Ontem,
num céu de roubado anil
através de alado mosaico
eu senti que a noite caiu
em forma de arabesco bordado

com curvas, tramas, traços
revelando imenso desejo
de minh'alma que agoniza
por mais um enlace com a tua


era espelho bipartido
de avesso colorido
como num cordel a figurar

mágico relevo da tez
amuleto que protege rei
universo teu
misturado ao meu nácar

lira que assobia em luxúria
o azul que ardia em fúria
em romaria à pele flambar

calor que arrefece e incendeia
fogueira d'água – lua cheia
o doce que tinha a poesia
na boca tua que ardia

estrela pulsando a noroeste
jagunço com magnólia na veste
em sua lapela a transpassar

teu grito contido, resvala
eu posso escutar tua fala
na caixa de um silêncio inconteste




 do blog:

sobomarazuldeadria.blogspot.com








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