Ela desfiou seu longo rosario
de pequenos egoísmos
numa sacola de bergamotas
Preparou com esmero um buque de serpentes
que ruidosas e irrequietas
esbanjavam orgulhosas
seu brilho labial de almeirão
e vociferavam por um raio de sol
às nuvens de ametista
Que devolviam:
Tá todo mundo gritando
Que o teu charme é um anjo profano
Lírio branco tingido de sangue
Elas lhe lançaram beijos
Como alguém que lança
Com as mãos cheias
Um punhado de pequenos pássaros vermelhos
Para a liberdade de outros céus de platina
perturbações que povoavam a sua mente cansada
Em uma novo anoitecer
desejou observar novas estrelas de navios diferentes
ou trocar todo um sábado
por uma buganvília marrom
e quando dormia o sonho suave de quem inventara o jeans
acordara assustado num pequeno barco
a esfarelar se na beleza luminosa
de um mar brincalhão
ainda pôde ver queles pássaros vermelhos bordando as nuvens com novos mosaicos para o amor
ainda pôde pensar que o coração é tambem uma estante
com alguns porta retratos imortalizados pela saudade
e outros retorcidos pela indiferença que as pequenas tiranias produzem
Mas há mais verdade no beijo desprezado
do que naqueles que simulam perenidades
mesmo quando as rosas azuis flutuam
na musicalidade do teu sorriso
você na noite vestiu -se de lua
fez dos amores chocalhos em suas mãos de carmim