de dizer em terra,
doçuras e delícias de um céu
que se usufrui deslumbrado
na maciez de uns olhos fagueiros
que chega
com esta doce intimidade solar
trazendo nas suas asas de amor
a suave calmaria do mar
e a lembrança dos teus doces abraços
leveza que me envolve em asas mansas
de pássaros apaixonados
declamando ao lusco-fusco
amores e dissabores
contemplados da triste janela
derramam num vôo brando
slides dos teus sorrisos
quais brisas de mil paraísos
seus lábios tão lírios
quão líricos
teus braços tão cisnes de amor
tua alma quão lua,
tão sua
você meu mar jovem em flor
você meu mar jovem em flor
sonharam novamente contigo
e acordaram cochichando em rubor
que só mesmo dos teus beijos maviosos
flui o mel do paraíso
disseram surpresas
que o silencio das flores
é disfarce para a sedução
é disfarce para a sedução
São elas que sussurram
quando os cílios se tocam
no beijo mais doce
no suspiro mais longo
são elas que testemunham
que o amor sobrepuja a tudo e a todos
porque talvez o amor seja feito mesmo
dessa luz que flui dos teus olhos
e brilha soberana
sobre todas as formas
de escuridão
Ainda que nuvens escuras
corroam a solidão
com as pontas cegas de uma crase
eis que surge novamente
tua doçura simples
de silêncios perfumados
um cacho de mil ternuras
numa flor de suavidades
sobre um monjolo
de saudades
realmente
algumas lembranças
são vestígios
de lágrimas
E nos sonhos
quando choramos
as lágrimas só caem
no dia seguinte
com as pétalas feridas
num que de horas
que se ama mais
de se olhar para as nuvens
enchidas de saudade
querendo aplausos
para os dramas que encenam
dos homens
esquecer
pois o amor
só chega na hora certa
não é bom encontrá-lo
nem muito antes
nem muito depois
e voar batendo asas em vertigem
feito pássaro sem os pés
que não consegue pousar
dos céus dos teus encantos
colher as pétalas
que caem das palavras
vislumbre de eternidade
no suave toque entre cílios
"eu acho suas asas incoerentes
com as algemas que você carrega"
do amor
do amor
DAVI CARTES ALVES
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