segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Versos para o amor











Uma frase doce
confeita num breve sorriso
como suave palpitar
de pequena borboletas branca
sobre a buganvília carmim

derramas a suave  luz da aurora
qual flor que se  adora
esta doçura
que a tantos fascina
nesta ternura
que não pede rima

suavidade de folha que cai
beijo sonhado
que pousa e se esvai
ora bálsamo
para alma ressequida
ora riacho que canta
uma música ressentida


descansar sob revoada
destes pássaros mansos
que trespassam cativantes
no céu opala dos teus olhos

painel de sonhos e delícias
derramadas por
sublime orquídea
ou luminosa estrelícia

ouvir sua voz maviosa,
que transpassa a alma
como uma colcha sedosa

Voz tão escassa
como o cometa Haley
porém quando surge assim, musical
a sinto  adoçada
com três colherinhas de açúcar
e nada de sal


a vida não deixou de te chamar para vivê-la
hoje, lhe sopraria uma brisa doce
um afago em seu cabelo,
uma carícia em seu rosto
para gentilmente convencê-la
e para si também tê-la

tua perene beleza
tua ternura de vinho,
frescor doce, carinho
deleite suave, atemporal
cesto de encantos e
sob luz divinal


como se a cada piscar de olhos
a cada beijo desses seus lindos cílios
renova-se em sua alma
doce frescor de amanhecer
generosa alvorada
de ternuras

mas não me deixe assim outra vez
como cata-vento sem espadas
feito aquelas magnólias desprezadas
balbuciantes pedras frias
nos cantos úmidos, lúgubres, escuros
das vazias rodovias,
d’alma

Como tu seguras assim,
firmes na mão!
As rédeas do charme, do encanto
e da sedução?
Fazendo-me
 mais um subjugado prisioneiro
do seu vasto império
de fascínio, graciosidade
e sedução

cai outra pétala
da rosa chorosa
a arder numa solidão
de tintas tão belas,
quanto dolorosa.


e aquele sorriso mavioso,
brincando naqueles lábios tão belos
fica impresso no espelho d’alma,
na retina , nas nuvens, na luz das rosas
 na alvorada


sem você
vou me consolar com as rochas
neste império de filisteus
implorar aos espinhos chorosos
atirados do jardim
que afaguem os cabelos meus


Exorciza d’alma
esses ventos doridos
não deixe o céu dos meus olhos
pois pro amor tua despedida
é um suave e lento pássaro em chamas
é sopro na retina
de areia marinada


 saudades
do teu olhar
ouro doce de luar
mar manso
eterno remanso
meu deleite
na continuação de amar

sim, teu olhar
beijo doce de luar
cativas a vislumbrar o teu mel
em cálice de cílios
a debater-se submisso
na tua leveza
em fim aquietam-se
minhas fúrias, as tormentas
meus delírios


Te esquecer, eu tento
mas me sinto como um sapato
Jogado ao canto do quintal
Sem o seu par, sob a lua da madrugada
Entregue ao gélido relento

Te esquecer, eu tento
Mas me sinto como a estrela
Radiante, palpitante, toda luz
Mas que se perde no cosmos
De sua galáxia
Buraco negro adentro!



" O homem bebe o leite da vida
sugando nos vasos túmidos
das sinfonias 
 pois na dor e na saudade
" todo o abismo é navegável
a barquinhos de papel"











DAVI CARTES ALVES







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