Corríamos sobre eles quando crianças
hoje o encaramos com encantamento
o questionamos
sobre as dores e delícias da alma
há sempre um rio que não é tão longe
Belém , Palmital, Nundhiaquara
Atuba, Tiete, Rio das Ostras
Rio Pelotas, Guapore, Rio de Janeiro, Paranazão , Barigui, Piracicaba
rio tempo , riod'alma, rio versejando
ora anoitece doce e calmo
como uma canção de ninar
ora amanhece uma tormenta
pulverizando pontes
há sempre um rio que não é tão longe
banhando corpos maltratados
e mentes mesquinhas,
tentando quarar em vão uma sociedade suja
doentia, hipócrita e tirana
com seus canalhas a granel
Há sempre um rio para os apaixonados
refletindo na sua lamina
entre amores e dissabores
belos slides do teu sorriso
junto com a brisa de mil paraísos
pois tudo que os nossos sonhos prometeram
se concretizaram na magia do seu encanto
quando os nossos cílios se tocaram
nas margens de um rio sem nome
há sempre um rio que é tão dentro
que vê a memória afetiva ser protegida
por anjos e diamantes
ao longo da vida, caminhadas, conquistas,
com seus canalhas a granel
Há sempre um rio para os apaixonados
refletindo na sua lamina
entre amores e dissabores
belos slides do teu sorriso
junto com a brisa de mil paraísos
pois tudo que os nossos sonhos prometeram
se concretizaram na magia do seu encanto
quando os nossos cílios se tocaram
nas margens de um rio sem nome
há sempre um rio que é tão dentro
que vê a memória afetiva ser protegida
por anjos e diamantes
ao longo da vida, caminhadas, conquistas,
travessia
percorrendo artérias e pensamentos
levando a saudade e o sofrimento
rio que outra vez na cinza das horas
vê as crianças espalharem como pássaros
no final dos folguedos,
crescerem, sonharem, amarem
agora já idosos o reverenciando
há sempre um rio do nosso tempo
que nos mostra
que tem sempre um sol que é mais carinho
nos braços ternos da saudade
afago, berço, conforto de ninho
há sempre um rio que não é tão longe
sonorizando monjolos no crepúsculo vespertino
ou tornando a borrasca ainda mais cruel
a dor no gemido do rio através de tantas mães
alivio por Sifrá e Puá gestando a justiça
na terra da tirania
e nas águas do Nilo
bagas e bagas de sangue e lágrimas
onde o choro da mansidão enfim foi ouvido
a vida é um rio poema em perene construção
este vai longe e longo , sereno
rio caudaloso , suave ou algoz
que desagua n`alma puro ou atroz
assistindo conosco vitorias e derrotas
e ouvindo os nossos lamentos
pois a vida é também
percorrendo artérias e pensamentos
levando a saudade e o sofrimento
rio que outra vez na cinza das horas
vê as crianças espalharem como pássaros
no final dos folguedos,
crescerem, sonharem, amarem
agora já idosos o reverenciando
há sempre um rio do nosso tempo
que nos mostra
que tem sempre um sol que é mais carinho
nos braços ternos da saudade
afago, berço, conforto de ninho
há sempre um rio que não é tão longe
sonorizando monjolos no crepúsculo vespertino
ou tornando a borrasca ainda mais cruel
a dor no gemido do rio através de tantas mães
alivio por Sifrá e Puá gestando a justiça
na terra da tirania
e nas águas do Nilo
bagas e bagas de sangue e lágrimas
onde o choro da mansidão enfim foi ouvido
a vida é um rio poema em perene construção
este vai longe e longo , sereno
rio caudaloso , suave ou algoz
que desagua n`alma puro ou atroz
assistindo conosco vitorias e derrotas
e ouvindo os nossos lamentos
pois a vida é também
uma coleção de perdas
queridas e importantes
há sempre um rio para cada clássico
o Tweed de Walter Scott
o Simeto de Mário Puzo
o Ouse de Virgínia Wolf
o Capiberibe de José de Alencar
o Nieva de Dostoievski
o córguim de água simplificada
de Guimarães Rosa
o Dodder de James Joyce
o Belém de Dalton Trevisan
e tantos e tantos outros...
há sempre um rio para cada clássico
o Tweed de Walter Scott
o Simeto de Mário Puzo
o Ouse de Virgínia Wolf
o Capiberibe de José de Alencar
o Nieva de Dostoievski
o córguim de água simplificada
de Guimarães Rosa
o Dodder de James Joyce
o Belém de Dalton Trevisan
e tantos e tantos outros...
DAVI CARTES ALVES
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