sábado, 16 de maio de 2009

INVERNO


Lá fora o inverno
só restam algumas flores baldias
resistindo heróicamente ao algoz de gelo
jazem lânguidas, lívidas e esquecidas

O sopro da morte,
borrifado atravéz da brisa crestante
faz com que desfolhadas,
balbuciem o ultimo suspiro

Prematuros suicidas
incauto namorado
A flor do ipê dourado
fulminado
com a azaléia rosiclér

Assim partiram também
o teu sorriso e o meu desejo
melados de quentão
naquela noite de inverno
na feira do pinhão

debaixo deste céu de chumbo
deslizas altaneira
neste calçadão de gelo

teu charme em relevo
emaranhado em cachecóis
me enlevam, me arrebatam
despretensiosamente,
sem apelo

linda ninfa
ficas ainda mais bela
de sobretudo caramelo
os anéis de seus cabelos me anelam
ao roubarem beijos dos seus lábios de mel,
como travessos colibris.

Nenhum comentário: