desmancho o ferro dos dias
no verso forja de vulcão
o que fazer com esse meu coração
versado em sonhos e estripulias?
sei, sou meio manteiga derretida
não há nenhum lugar seguro
ainda tenho medo de escuro
sem você, o que será minha vida?
veja, amor, a terra vai de mal a pior
a maldade tomou conta dos dias
ninguém se importa com suas agonias
e não há novas canções do Belchior
criaturas nas sombras do quarto
revivem emoções de outras eras
sou o patinho feio de suas quimeras
bebê que veio à luz antes do parto
deixe-me só enquanto espero
a rima fera fere de novo a ferida
tua cara inteira na minha partida
quer que eu seja mais sincero?
deixe pra lá, tenho outra coisa em mente!
não há o que separar no nosso caso
auroras não acabam em ocaso por acaso
cai no esquecimento a estrela cadente
quero sua mão e o seu contentamento
quero seus olhos entre minhas constelações
quero seus raios entre os meus trovões
quero ver cair do céu o nosso firmamento
antonio thadeu wojciechowski
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