Fluido Vital
Um olhar taciturno pousa trêmulo sobre a represa já vazia
Exauriu-se o fluido vital, refrescante , revitalizador
Que tão bem os alimentava,
os revigorava, e os supria
Agora , o beijo mui terno na face canela, mui tenra, macia
É consolo que não mais sacia
No mormurejar de palavras entrecortadas
em sonhos, surgem na fronte vincada,
bagas suculentas de água da vida
Que os lábios desejosos, ansiosos, aos quantos sorvia
A ansiedade os devora em mais um cálido dia
enquanto esperam a chuva anunciada por essas paragens
Pelos sulcantes sopros dos ventos,
olhares dardejam aos campos azuis
Inquietos, suplicantes e atentos
Olham agora estupefatos, mais uma carcaça de gado
que engolfa-se sobre a lama, parecendo ainda mais sedento
No que outrora se contorcia, num majestoso, implacável, generoso
No que outrora seria, aguaceiro impetuoso,
voraz rebento.
Davi Cartes Alves
davicartes@gmail.com
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