sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Sinta, o sorriso das crianças





No sorriso de Milena
Sinto a pureza da alfazema
Como se ela derramasse de sua própria corola
O seu cálice floral
O doce perfume curativo
Em alma vincada, ressequida, agredida
De uma tenra açucena

O sorriso de Milena
Inibe de mim a tristeza
Qual doloroso eczema
Reprime de mim a melancolia
Ó excruciante edema!

O sorriso de Milena
É como a própria Mileninha
Róseo floquinho de neve
Intumescido de ternura
Que pousa plácido, brando n’alma: Pluft , Ploc
Limpando do coração, toda dor, todo o rancor,
Toda amargura

É assim o sorrisinho de Milena
Doce caricía n’alma
Como um beijo suave, querido, fagueiro
de brisa que vem do mar em fim de tarde
gentil, tépida, serena

é banho melífluo para auto-estima ferida
bálsamo paliativo, instantaneamente ativo
de delicados e enternecidos lírio brancos
farfalhados em banho pueril
matizando a alma
em assomos e assomos de rogozijo
mergulhando-a, em puro jubilo primaveril

hoje senti falta
do alvo e cândido sorrisinho de Milena
gracioso colarzinho de aljôfar
ciranda efusiva de alados floquinhos de neve
hoje não os vi, hoje não os senti
que pena!



davicartes@gmail.com

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