Tio Edmundo
Quis um dia ver o mundo
Como o vê tio Edmundo
Seu viver em submundo
Sob olhar triste, profundo
E um pavor tão descabido
De chegar o fim do mundo
Quis um dia ver o mundo
Como o vê tio Edmundo
Seu andar desacertado
Seu arfar descompassado
Seu gritar esganiçado
Por nascer meio corcunda
Quis um dia ver o mundo
Como o vê tio Edmundo
Eis Quasímodo, quão gentil!
De apaixonar-se tão febril
Por um par de olhinhos azul anil
Da floricultura mais sortida
Ali da Praça 21 de Abril
E não adianta negar, viu tio??
Quis um dia ver o mundo
Como o vê tio Edmundo
Jogo do time preferido
Não perder um só segundo
Frango ensopado com batata
“Hummm"! Tem que servir pra todo mundo!!!”
Eh! sujeito “boa praça”!!
Oh! arzinho moribundo!!
Quis um dia ver o mundo
Como o vê tio Edmundo
E sempre dizer para os mais jovens
Estuda meu guri, vai ler um livro, estuda!!
Não te torne um vagabundo!!
Eu quisera ver o mundo
Como via, tio Edmundo
Seu viver em submundo
Sob olhar doce, profundo
Pena chegar tão prematuro
Seu temido fim do mundo.
Pena saber que a vida não ensina
O que só se aprendia, na vastidão
Do seu rico submundo.
Davi Cartes Alves
davicartes@gmail.com
Um comentário:
Aqui e Elena muito boa sua poesia Davi, muito linda não tenho palavras.
Fico pensando lá,lá no educandario passou um poeta,muito lindo.
Isso me traz um certo orgulho.
Boa sorte
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