Manhã de primavera
sem flor, sem aquarela
tuas cinzas esfarelas
nos céus do meu olhar
olhar
do farol quieto e soturno
como um gigante leve
irmão dos pássaros e das vagas
cativando os silêncios d'alma
alma
do cata-vento sem espadas
das magnólias desprezadas
do vaga-mundo
do vaga-mundo
desmundado
andarilho sem rumo-trilho
de olhos baixos, fugidios
sem mais
sem mais
aquele intenso brilho
brilho
da noite banhada em neon
qual lua longa de asas quietas
um convite a vôos distantes
nas pétalas
de uma rosa de espuma
DAVI CARTES ALVES
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