Vaga esta escuna, vago verso
a não significar mais que o mastro
Bem longe, afunda o ígneo astro
sereias áureas rugem ao reverso
Naveguemos, ó, meus eternos irmãos!
Eu, de vento em popa,
vocês, em festa, não deem sopa
à onda que deriva dos infernos
Minha loucura fala mais alto
Sem temer o mar, tomo de assalto
para fazer aos céus esta oferenda
- Calmaria, recifes, constelações,
nada espero ao final da senda
salvo o tam-tam de nossos corações!
Mallarmé
Por Antonio Thadeu Wojciechowski e Roberto Prado
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