Guardo memória
de paisagens espraiadas
e de escarpas em voo rasante
E sinto em meus pés
o consolo de um pouso soberano
na mais alta copa da floresta.
Liga-me à terra
uma nuvem e seu desleixo
de brancura
Vivo a golpes
com coração de asa
e tombo como um relâmpago
faminto de terra
Guardo a pluma
que resta dentro do peito
como um homem guarda o seu nome
no travesseiro do tempo.
Em alguma ave fui vida.
© MIA COUTO
Em : Idades Cidades Divindades, 2007
Um comentário:
E guardamos tantas coisas...
bjokas =)
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