domingo, 30 de dezembro de 2007

PARADOXO ( FRASES )

“ Jean Paul Sarte
o considerava o melhor poeta da américa
justamente por ele mostrar
o que nela havia de pior ”

PARA REFLETIR ( FRASE )

“ Se todo mundo que se diz poeta,
comprasse sequer “ UM ” livro de poesias,
quão bom isso seria ”...



Frase de um escritor e professor de Literatura da UFPR

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

AMIGOS? VAMOS PRECISAR MUITO DELES EM 2008

A opinião de amigos sinceros
É um valiosos óleo incorruptível
Para que nossas engrenagens na vida
Possam fluir com suavidade

TROCA UM BEIJO POR UM PÃO DE QUEIJO???

Oh! Meu amor
Troca um beijo
Por um fresquinho pão de queijo?
E essa carinha feia
Por um muxoxo, um gracejo?

Um certo “ ferrãozinho de abelha ”
Por uma perninha de percevejo?
E pode se trocar aqui
Que eu juro que não vejo

Não?

Então um beijo
Por DOIS pães de queijo?
Essa gritaria toda
Por música de realejo?

Esses olhar sombrio, taciturno
tão nublado
por aquele teu sorriso
de lampejos?

Ainda não?

Então um beijo
Por TRÊS pães de queijo
E essa sopinha rala
Por uma de carangueijo

Troca vai,
Troca essa saudade “ facãozeira ” de ti
Por uma porção
do teu desejo?

Dois beijos???

Trocoouuu!!!!
Eeeebaaaa!!!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

AMO AS NAUS QUE SINGRAM TUA ALMA

Amo o azul celeste da tua alma melíflua,
que jamais tempestua
não derrubam tuas naus virtuosas
opostas ventanias
e nuncas as noites turbulentas que atravessas
enegreceram-na com matizes sombrias

Ah! Tua alma generosa,
és doce remanso
ora mar de doçuras
ora musica de riachos
em tão alva candura
maviosa brandura


emanados de um coração...
que só faz querer bem.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

PINCEI JÓIAS ENTRE LETRAS . 2

“ O conto é sempre melhor que o contista ”

“ Vampiro, sim, de almas. Espião de corações solitários. Escorpião de bote armado, eis o contista ”

“ Para escrever o menor dos contos, a vida inteira é muito curta. Uma história nunca termina, ela continua depois de você. ”

“ O melhor conto você escreve com sua mão torta, teu olho vesgo, teu coração danado ”

“ Quem lhe dera o estilo de suicida no ultimo bilhete ”




Dalton Trevisan – Escritor Brasileiro

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

PINCEI VERDADEIROS DIAMANTES NUM RASCUNHO . 5

“ Não há mensagens, há mensageiros,
Assim como o amor,
é quem ama ”

Julio Cortázar



“ O sabor de uma fruta , nunca é o mesmo para duas pessoas ”
Assim como o sabor da vida


Rascunho ( periódico de literatura )

A SENSIBILIDADE SE PERSONIFICA:

No tênue toque entre cílios
de olhos enamorados

no suave palpitar
de pequenas borboletas brancas
sobre madresilvas carmesins

Em sentir o aflar n’alma
Da frescura dos seus lábios
Doces pétalas de rosas
Nadando em leite de pérolas

A sensibilidade se personifica
na maviosa afetuosidade
dos teus braços enternecidos
melifluos rios de seda
cisnes tépidos e alados

no sublevar da asa decaída,
do travesso colibri
compondo no ocaso, vestido de crepúsculo
desenhos abstratos em néon

a sensibilidade se personifica
no feixe de tenras tulipas
colhidas sob a garoa
na poesia que borbota pressurosa
nas entrelinhas da vida,
vida livre, leve, solta
vida boa, vida a toa...

de poeta
por ela,
tão apaixonado,
quão enamorado.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

AS ESTRELAS E O MAR

Lembrei-me daquele pescador
que ao lamentar a fuga de um grande peixe
na madrugada solitária, limitando-se a
contemplar as estrelas, cadentes e fugidias
arrazoou:
Que bom que não precisamos pescá-las!!!

Lembrei-me de um amigo poeta
que ao contemplar as estrelas,
comparando-as com as virtudes
da amada, concluiu:

e não é que o céu de Ícaro
tem mais estrelas
que o de Galileu?

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

ALGUMAS DIVAS DA LITERATURA QUE AMEI INTENSAMENTE

Aninha de Mauricio de Souza,
Foi a primeira paixão
Emilia de Monteiro Lobato
Me mostrou a língua e chamou-me bufão

Cecília de Alencar,
Quis furtar-me a razão
Alice de Lews Carrol disse-me: Vamos !!!
Me conduzindo afetuosamente pela mão
Dorothy de Oz deu-me um novo coração

Com Cathy de Emile Brontê me compadeci
Aurelia Alencarina me iludi
Com Mefistófeles de Goethe, enlouqueci
Capitu de Machado, não resisti
Julieta a Romeu, jamais devolvi
Por Abisague, Abigail e Sulamita das Sagradas Escrituras
Sofri, como sofri...

Bovary de Flaubert tive piedade
As “ pequenas ” de Mario Puzo
mais liberdade
A prima Raquel de Daphne Du Maurier
temeridade
Anna Karienina de Tolstoi
Intensidade

E o que dizer das lindas Dianas
As Belas Valerias e
Deslumbrantes Valquírias
Que me embriagaram numa loucura de Otelo

Todas essas mulheres transbordantes de virtudes
que me ensinaram a amá-las uma e muitas vezes
numa eterna e infindável
epopéia de Homero...

domingo, 9 de dezembro de 2007

PINCEI VERDADEIROS DIAMANTES NUM RASCUNHO . 4

O QUE É NECESSÁRIO PARA SE TORNAR UM VERDADEIRO CRÍTICO LITERÁRIO?


Degustar e julgar

" Mais que puramente formal, ou técnico, a função de um critíco é identificar, ao se torcer o livro como se torce um pano úmido, gotas da alma humana que porventura pinguem dali. É levar a boca esses pingos, prova-los como a uma sopa de muitos ingredientes, reconhecer cada um, esclarecer ao leitor, recomendar ou não, que se saboreie o caldo. O grande escritor desvenda a alma humana. O grande crítico degusta e julga.
Em vez de socos e pontapés, palavras e frases que se encaixam uma as outras, visões de mundo que se chocam e se complementam...


Carlos Eduardo de Magalhães ( escritor )


Rascunho ( periódico de literatura )

PALAVRAS POROSAS

Há! Essas suas promessas feitas na areia,
porosas e suicídas frente aos assomos
da ventania...

Mas se a asa do tempo leva tudo,
Por quê retornas, uma e muitas vezes
Por quê teimas em me aprisionar
em seu doce império, de sedução, fascínio
e tirania??

domingo, 25 de novembro de 2007

ELA PINTAVA COM AS PALAVRAS

Ela confeccionou telas memoráveis
com o pincel da poesia
na sua palheta
diversas matizes da prosa e do verso

a critíca mordaz
despejava impropérios burocratas,
questionando a sua arte singular

no entanto,
não importa se ela era " má pintora "
pois ela sempre pintava
uma imagem necessária
para o nosso momento "

sábado, 17 de novembro de 2007

A TUA SENSIBILIDADE

A tua sensibilidade é sublime,
és doce fragrância n'alma
e tens a leveza,
de um feixe de tulipas frescas

ROSA DESIDERATA

Issabelle, sempre flor
rosa palpitante,desiderata
As pétalas nos seus lábios
meu corpo perfumas,
minha alma hidrata

tu és flor melindrosa
em haste sublime,leve,formosa
este olhar enigmático,
embebido em terna mansuetude
criva-lhe n’alma
ensandecidos espinhos escarlates
qual nívea rosa dengosa

Issabelle,
por quê o mundo não para
para que eu possa juntar os fragmentos
de um cravo coração
quantos tu já fulminastes,
a cada novo botão?

Quantas vezes tenho que arrancar-te
a sangrar as raízes d’alma
em meus jardins de Fausto
mas tu surges desnuda, corola altaneira,
uma e muitas noites
num que de Mefistófeles, ardorosa,
sempre rosa

pétalas blindadas,de feitiços e magias,
quão suavemente matizadas,
nuvem rosicler, sinuosa
de enleios & enlaces, és brisas em flor
tão maviosa

Issabelle, tão bella, sempre flor
rosa palpitante, desiderata
As pétalas nos seus lábios
meu corpo perfumas, minha alma,
por suas miríades de encantos,


hidratas .





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domingo, 11 de novembro de 2007

CORPETE

DE SUBITO!
CINGI-LA NOS BRAÇOS
TRAZÊ-LA DOCEMENTE
COLÁ-LA JUNTO A MIM, NESTE LINDO CORPETE
QUE A ENVOLVE, SEDUTORAMENTE
QUAL SINUOSO INVÓLUCRO DE CETIM

QUÃO FEMININO, LHE APRISIONA
PARA TORNAR-TE AINDA MAIS GRACIOSA
AMARRANDO-A COM LACINHOS E TERNURAS
TORNANDO-A LEVE NESTE CORPO DELGADO
QUAL MACIO BUQUÊ DE ROSAS,

ESSE SEU LINDO CORPETE
É PEÇA EMBEBIDA NO CANDINHO DO DESEJO
URDIDO POR MÃOS DE FADAS
E POR ALMAS DE DIANAS, BOVARYS, AURELIAS,
VALQUIRIAS, CAPITUS, CECÍLIAS E MEFISTOFELES
BORRIFADAS, INCENSADAS,
POR NINFAS E SEREIAS ENAMORADAS
POR TODAS ELAS, PATENTEADAS

À COLHÊ-LA ,
QUAIS AMARRAS DE ALFENIM
COMO A CERZIR E TOLHIR
DOCE FEIXE DE TULIPAS E PAINAS
RENTE A VULCÃO QUE JÁ BALBUCIA ATORMENTADO
EM CÁLIDO VASO, JAMAIS AMAINAS

NUM BEIJO SUAVE COM AS COSTAS DAS MÃOS
SENTIR PRESSUROSO, SEU CORAÇÃO DE ANDORINHA
ENGOLFADO EM ARRETMIA
SORVÊ-LA NESTE CÁLICE DE LIRIO,
VOU DO SUMO PRAZER, AO ÁPICE DO DESEJO,
PERCO-ME EM ENLEIOS, ME ENCONTRO NUM DELIRIO

SENTIR-TE ARFANTE,
LOBA IRREQUIETA,FELINA ROSNANTE,
E ME ENGOLFAR
EM TEUS CISNES TRÊMULOS,
CÁLIDAMENTE PALPITANTES

SENTIR O SEU MELIFLUO BAFEJAR CARMESIM
SENTIR-TE TODA, TODA LUA, TODA NUA
LUA CÁLIDA, LUA D’ALMA
LUA LINDA DE JASMIM


AO SOLTAR-LHES CONFUSO
SEM CARTAS DE ALFORRIA
FINOS FIOS NACARADOS,
QUE ME SUBMERGEM EM FOBIA

BUFALOS VELOZES, IMPONENTES
ARREMESSAM-SE
NUM COLO EM BRASAS,
E ME INEBRIAM, ASFIXIAS,
CONTROLES, LIMITES E PUDORES
PULVERIZAS,FULMINAS, ARRASAS

NESTE MAR SALMÃO
DE DOCES SEDAS,
VERTIGINOSAS VEREDAS
ME SALVO E AFOGO-ME
UMA E TANTAS VEZES


ESTE SUBLIME CORPETE
FEZ-TE MAVIOSA, DELICADA,
FEZ INSINUANTEMENTE PUERIL SUA ROBUSTEZ FEMININA
FEZ-TE COLEANTE TAÇA DE VOLUPIAS
A REPRESAR DELEITES
POIS PARA MINHA ESTONTEANTE MUSA
SÓ QUERO UNICAMENTE, EM SEU CORPO FAGUEIRO
QUAL SEARA DE NIRVANAS,
MIRÍADES E MIRÍADES
DESTES ENFEITES






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domingo, 28 de outubro de 2007

SOLIDÃO

Não haverá um lenço de compaixão,
pra enxugar a lágrima daquele espinho,
tão engolfado em solidão?

O DESABAFO DO ESPINHO

Quem enxugará a lágrima
daquele espinho?
Não há sequer um lenço de compaixão?
de onde irradias para os mundos e submundos
toda espécie de solidão?

" Não consigo mais me conter ",
Desabafa o enjeitado
Estou sempre a protegê-las
mas levam-nas, tão belas,
minhas champagnes,
as vermelhas, brancas, rosas
e amarelas

furtam-lhes, lindas beldades
belas fadas, anciãs melifluas
sorridentes ninfas
e saltitantes cinderelas

sorumbático quando as levam
é excruciante a dor do espinho
de similar magnitude
daquele rejeitado e agonizante
filhote de passarinho
Ambos clamam suplicantes
Na esquálida esperança
que o bom samaritano
mude ao menos hoje, a rota abençoada
de seu cândido caminho

mais uma lágrima tremulante
desce-lhe devagarinho
ao sentir neste mundo hostil
o amor escasseando
estupefacto jorra em prantos
quão desprezado espinho

não tens um lenço repassado
em enternecida compaixão
pra enxugar a lágrima daquele espinho
que lateja num coração?
Onde muitos a compartilham,
Qual essência, símile, síntese
da multifacetada solidão?





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COMPOR POESIA

COMPOR POESIA,
É FAZER DOS SENTIMENTOS
BELAS PAISAGENS

MATIZAR EM CÔRES,
AMORES E DISSABORES,
E TRAZER A SUPERFICIE
SUBLIMES IMAGENS

EXTRAIDAS
DOS ARCANOS D'ALMA

domingo, 21 de outubro de 2007

DESILUSÃO

Enjeitada e desiludida
com seu grande amor,
o besouro Zenão
a baratinha, cabisbaixa, taciturna
tomou uma surpreendente decisão

vestiu um colete a prova de balas,
colocou uma venda nos olhos,
e resoluta, tomou firme decisão,
atravessar o galinheiro

moral da história:

insistirmos num amor
não correspondido
é prepararmos o coração
para empreender
uma travessia similar




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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O VALE DAS CAMPÂNULAS

Ao contemplar enlevado
essa viçosa multidão de campânulas
escarlates e bailantes sob a
musica fagueira de brisas melifluas

ao vê-las, embevecido
transmontarem graciosas,
Esses degraus relvosos,
entre vales e colinas,
como se estendessem
um lindo tapete carmesim
as hostes do Criador

ao avistar enternecido
um último e único botão, valente mas pueril
ganhar mais um beijo tépido do sol
sorriu-me uma ventura
acariciou-me uma esperança

de conquistar-te
uma e muitas vezes
neste ápice de primavera.
Asas da quimera?

Quem sabe não,
me consola esse generoso e perfumado
buquê de campânulas ,
que já o imagino sublime e radiante
em sua escrivaninha.






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segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O POETA QUANDO ESCREVE

Com sua poesia, limpa do seu caminho,
o grande entulho de clichês estafados
os cântaros de obviedades,
as formas exaustivamente gastas
as sacolas plásticas
transbordantes de mesmices

Com sua poesia
desfaz lugares-cômuns
no seu distinto olhar sobre as coisas
colorindo o descorado,
fazendo do riso timido, gargalhadas
de duas lágrimas, enxurradas
repassando em novas matizes
velhas palavras,

oxigenando-as dia a dia,
de surprêsas, encantos e deleites
escritas com o mesmo frescor
e vitalidade,



deste novo amanhecer





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O CEMITÉRIO DE ROSAS NEGRAS DA SIBÉRIA

Naquele vale em suave declive
entre sicômoros e carvalhos
Crescem belas rosas negras
Onde há em suas pétalas
manchas de lágrimas dissecadas

Dizem ter existido ali
O Antigo cemitério de Dresden
Como uma velha senhora agonizante
Cujos filhos foram sepultados,

Junto com suas mães resignadas,
e suas esperanças mutiladas
Pelo anjo negro da intolerância
e sua balança “eqüitativa ”
com pesos enchidos de covardia,
e duma prepotência totalitária

Podaram-se os rebentos matriarcais
Não vi correr por esses gélidos campos
A pequena Godveliskaia , e seu sorriso efusivo
fácil e cativante, tão generoso em sua mãe

não vi caçar por esses vales
o pequeno Adriansakov
e a mesma intensidade e disciplina
de seu pai com sua coragem
de um visionário Cosaco
por uma Russia soberana

Jamais verei as crianças
de Teofilia Serova, Angelina Vitalitherbo,
Ilena Tsvenikova,
Vera Petrova, Selena Padkopaieva,
Mamães levadas em trens transbordantes,
e suas mãos ejetadas em desespero
produzindo um espetáculo
de acenos suplicantes,

Jamais verei os novos irmãos de Karamazov
As lindas bisnetas de Anna Karienina,
O filho bastardo de Raskolnikov
Todos ceifados pelo lépido e voraz
anjo negro da intolerância
e sua balança “eqüitativa” ,
com pesos enchidos de covardia,
e duma prepotência totalitária

A voar num céu de mares de chumbo
Onde gritos de inocentes reboam,
num silêncio insuportável
nos confins de uma Sibéria ,
e sua convalescença incurável

Naquele vale em suave declive,
No antigo cemitério de Dresden
Vejo uma anciã de fronte vincada
Sombria , encapuzada,
Por fina garoa engolfada

A segurar firme,
numa oração balbuciante,
uma esquálida rosa negra
Por suas lágrimas dissecada,
E numa lápide ilegível e disforme
Tem suas pétalas derramadas.








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quarta-feira, 10 de outubro de 2007

PINCEI VERDADEIROS DIAMANTES NUM RASCUNHO . 3

A literatura na Poltrona

" Este recente livro de Jose Castello, apresenta alguns pontos de vista do autor, e em todos eles as reflexões foram deflagradas a partir do ato de ler.

Castello defende, o ato de ler, mas a leitura sem anteparos. A leitura sem os óculos do conhecimento sistematizado para ler. A leitura que proporciona prazer. A leitura que incomoda. A leitura enfim, que modifica quem lê. “ Para quê mais alguém lê um livro, senão para transformar? ”

“ A arte – a literatura – não é o terreno dos resultados, e sim do risco. É misteriosa a experiência da criação, e ninguém a atravessa, sem uma boa dose de entrega e de perigo. Um artista cria a partir de sua experiência pessoal, da cultura que o formou, mas também da que acumulou, dos saberes que lhe transmitiram; mas cria ainda, a partir do que desconhece, do que não domina, e até, do que o assusta e o submete.

O século XX se encarregou de fracionar e desfigurar os gêneros literários, e as idéias consagradas a respeito da literatura. Escritores como Kafka, Virginia Woolf, Borges, Joyce, Proust, Pessoa, estilhaçaram aquelas certezas frágeis que, precariamente ditaram as normas da literatura no século XX ...

O século XXI , se abre para literatura como uma paisagem em ruínas: escombros, balizas envergadas, destroços. Um deserto é o ponto de partida daqueles que insistem no desejo de escrever."

JOSE CASTELLO – Escritor e Jornalista

Rascunho ( periódico de literatura )

SEU CARINHO, SUAS CARICÍAS

Só o poder do seu carinho
suas caricías
transforma esses meus aborrecimentos
num generoso mar de ternuras
quando tudo é engolfado,
por meus sorrisos , nas suas canduras.



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INESQUECÍVEL POETISA

Minha linda princesinha poetisa,
Deus cuide bem de você meu amor,
e proteja essa sua sensibilidade angelical,
e esse coraçãozinho de amores, tão fagueiro
e de ardores tão matreiro, brejeiro

ora de onde emana paz tão sublime, suave
ora onde encontro esse mar de purezas
como dum cisne, esta serenidade
ao atravessar esse meu lago de chamas,
que só espelha você

e nos remansos d'alma
achar seu melífluo conchego,
doce repouso
pra mim voltar só em ti renascer.





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domingo, 30 de setembro de 2007

O POETA E A PRIMAVERA

Na primavera
trafegámos com os pés longe do chão
Por uma seara de doces brisas
e de generosa inspiração


Quer seja neste mar multicolorido de flores
Quer seja neste melífluo perfume
fragrância de novos amores?
Quer seja na magia desta estação arco-íris
Tão sublime de primores

sábado, 29 de setembro de 2007

PROFUNDEZAS ( FRASES )

As vezes se formos descer ao nìvel de certas atitudes
do " ser humano ", precisaremos ir as profundezas...

O TREM PAGADOR DA SOLIDÃO

Não faça assim
não seja tão malvada
cativa-me com tantas virtudes
afoga-me e salva-me
neste seu oceano de encantos
mar de miríades de enlevos

para depois sumir, desaparecer?
Abandonando-me num vale de prantos
relembrando-me com precisão cirúrgica
que a solidão as vezes, é mesmo muito dura,
vejo-a agora, com máscaras disformes,
a dardejar suas lãminas de todos os cantos

não sejas tão malvada, és má...
sumindo assim deste jeito
relembra-me que a solidão as vezes
veste-se com sua fantasia de colombina
derramando gargalhadas irônicas
que reboam pelos recantos d'alma

não sejas assim tão malvada
ironizas por essas atitudes, as pessoas
que só fazem querer-te bem
apresentando-me outra face da solidão
que trasmontas nossa alma, uma e muitas vezes
com uma força impactante de trem

O Trem Pagador da Solidão.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

AH! ESSAS MULHERES

Como tu seguras assim, firmes na mão!
As rédeas do charme, do encanto e da sedução?
Me fazendo mais um subjugado prisioneiro
do seu vasto império de fascínio,
graciosidade e paixão!



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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

ESCULPIR COM AS PALAVRAS

Poesia
Bela sinfonia
Da rima com a harmonia
Da cadência com a arritmia

Poesia
É esculpir com a prosa
E lapidar com o verso
Criando esculturas multicoloridas
Matizadas em suave elegia
Cinzeladas por envolvente magia

Poesia
Vi o poeta compor os seus textos
Absorto em transe melíflua
Sua mais nova óde relia
De enlevo e sonoridade
Os seus versos tecia

Poesia
E aquela genial poetisa
Tentanto fixar o inconstante
O fluxo da vida em amores, dissabores
Colhendo em seus cestos floridos
A fugacidade de momentos derramados
em sua poesia, amparados
Quando vi nos seus lábios
borbulhar um riso irônico
que sofria

Poesia
O botão da tulipa que desabrochou
O golfinho efusivo que saltou
A criança que irrequieta, chorou
A lágrima que um beijo, tocou

O fim de tarde que pincelado de brisa azul
E céu carmesim, emudeceu e corou
O poeta com seu invólucro de palavras
Tudo ali encerrou
E mais um verso criou

Poesia
Bela sinfonia
Da rima com a harmonia
Da cadência com a arritmia





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O PREÇO DA PAZ

A paz não tem preço,
Mas o seu valor é incomensurável
o mais impressionante não é procurá-la, procurá-la
uma e muitas vezes, procurá-la
o mais impressionante é quando a descobrimos,
embrulhada dentro de nós mesmos,
mas que descoberta valiosa!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

DESCREVÊ-LA COM ALGUMAS PALAVRAS? BOM...

Ela é como...
Há ! Como um róseo floquinho de neve
intumescido de ternura
que pousa plácido, brando n'alma:
Pluft! Ploc!
limpando do coração
toda dor, todo rancor, toda amargura

AH! ESTE SEU JOGO DE AMAR.

Neste seu jogo de amar
fizeste-me apenas mais uma peça
sobre coleante e sinuoso tabuleiro
esses dados rolantes,
ainda fulminam meu coração...

A PAZ

Dissolver uma desilusão
reforçar a grade no portão
limpar a mágoa do coração
conceder o perdão

se o custo-beneficio
for usufruir de novo
tua sublime paz,
pague o preço que for necessário

empenhe-se por ela, blinde-a,
e experimente esse primor de sensação
pois você é especial, singular

você merece
ser conchegado nos braços
desta doce bonança,
qual beijo de mel no coração





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sábado, 22 de setembro de 2007

POESIA É SUMO DELEITE ( ENTREVISTA )

“ Sempre fui um poeta muito preocupado em dizer. Penso que uma coisa que a poesia deve é dizer, mas ela tem que dizer algo mais do que a gente encontra na linguagem do cotidiano, ele deve revelar...
A poesia é um trem pagador... com diria Leminski, a poesia é principio de prazer na linguagem, pra mim é um modo de estar no mundo...”

RODRIGO GARCIA LOPES - Escritor Paranaense




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Saudade daquela casinha velha em Guaraqueçaba















Uma saudade me arrebata
para aquela casinha velha em Guaraqueçaba
dócil anciã fez-te morada
por albatrozes enamorada
por quero-queros revisitada

Aquela Casinha velha em Guaraqueçaba
sob palmeiras reverenciada
por brisas enternecidas acariciada
limão galego, lindos ibiscos,  erva–cidreira
tão engolfada
fez minha alma quão perfumada

Uma saudade me arrebata
para aquela Casinha velha em Guaraqueçaba
a maviosa orquestra do mar
fez-te altaneira maestrina
maternalmente foste adotada
onde toda luz e felicidade deste mundo
por seu conchego foste tomada

Casinha Velha em Guaraqueçaba
sob o frescor de teu melífluo sombreiro
esparramou-se pressuroso pescador
e a sereia mais linda desses mares
depositou aqui
 este jovem guerreiro destes campos azuis
embevecida do seu amor

casinha velha em Guaraqueçaba
e o que dizer da vastidão
do seu protetor Superagui
mais um sublime beijo de vida e magia
nosso Generoso Deus
soprou ali

Uma saudade me arrebata
para aquela casinha velha
em Guaraqueçaba






DAVI CARTES ALVES










terça-feira, 18 de setembro de 2007

A resurreição do amor













2 de novembro, finados
O céu, mar de chumbo
a terra , mar de gente,

em lúgubre procissão,
pelos que já não estão, ou estão?
Taciturna, sorumbática,
vai a procissão,
absorta em reflexão,

Ah vida dura!
Haja jamantas para carregar tanta dor,
em direção ao cemitério
do Santa Cândida

De repente! A moça mais a frente
entre fotos, quadros e flores
deixa cair seu vaso
de crisântemos amarelos
arfante, fui ajuda-la:

deixa que eu pego!!
Isabella, Bella
Nella:
A ressurreição do amor






DAVI CARTES ALVES









FELICIDADE É...

Domingo ensolarado
Cheirar café torrado
Ser seu eterno namorado

De porções de amor
Encher a pança
Pela musa enjeitada
Ser tirado para uma dança

Felicidade é

Ouvir o dia inteiro
Gargalhada de criança



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O AMOR É COMO O MAR

O amor em nossas vidas
É como as vagas do mar
que as vezes recuam por um tempo
para retornarem com mais força,
intensidade e poder

Se não fulminantes...

domingo, 16 de setembro de 2007

PELA SUA VOLTA

Ao você me ligar do aeroporto,
em noite tépida, primeiros pingos de garoa
de repente lembrei-me ,
por que aquelas florzinhas coloridas
que você gosta tanto, " onze horas " , isso ?

Hoje, tão vistosas, abriram o dia todo!




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PINCEI VERDADEIROS DIAMANTES NUM RASCUNHO . 2

“ A poesia é sempre o desfazer do lugar comum,
do clichê estafado, é sempre o outro olhar sobre as coisas,
os seres, as circunstâncias do mundo...
Uma folha de jornal velho voando na calçada,
pode ser tão poética, como a mais brilhante das estrelas,
depende do olhar do poeta ”.


Rascunho ( periódico de literatura )

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

PINCEI VERDADEIROS DIAMANTES NUM RASCUNHO - 1

" ESCREVER, É SIMPLES
DIFICÍL
É ESCREVER SIMPLES "


Rascunho ( periódico de literatura)

SEDENTO COLIBRI

Ao contemplá-la,
sorridente e enamorada
a passear em meio a jardins
de flores artificiais

flagrei pressuroso colibri
pairando sobre seus lábios
sedento do néctar melífluo e generoso
nas flores da sua alma.



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NUMA GARRAFA DE NÁUGRAGO:

“ O MEU MAIOR SONHO...

É PODER REALIZÁ-LO ”



... ele casou-se com uma nativa de uma ilha no pacífico




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O NOME E O SOBRENOME DA DOR

Há algumas dores
que possuem os nomes mais diversos,
quando retornam, trazem consigo,
serras, martelos , picaretas , bate-estacas...

Porém, há outras dores
que o sobrenome
é sempre o mesmo:



PRAZER





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POETISAS - LIBÉLULAS EVANESCENTES N'ALMA

As palavras muitas vezes,
são rebeldes, provocantes, e fugidias
Há Poetisas, que conseguem domá-las
com maviosa sensibilidade
genial maestria,

encantadoras delas que são,
encerram-nas
em primorosas obras de arte
em sublimes poesias

há poetisas que
com sua arte singular
criam n’alma mares vítreos,
incandescentes

há outras
que fazem suas “ filhas” reboarem
pelos recantos d’alma
ora, qual revoada de colibris apaixonados
sorridentes
ora, qual balé de arraias, pássaros enlevados,

ora,

quais libélulas evanescentes .





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quarta-feira, 12 de setembro de 2007

sábado, 8 de setembro de 2007

DEIXA-ME SALVAR-TE LINDA MUSA POETISA?

Se for preciso, lhe busco
do nucleo do Etna em ápice de iras
com meu Pégasus,
e suas asas de ouro
e uma louca paixão
que também por ti
deliras...

Ah! é claro
sem antes derrotar
Cerbérus...

Para depois pousar-te
em meu castelo dourado...
Durmas nos seios da paz,
Em cama de cetim e lençóis de jasmim,
Durmas teu sono prazenteiro,

Com este leve arfar, como o arfar do cisne
Ao atravessar o lago
Durmas entre seus anjos, quais
sentinelas da sua preciosa inspiração

Durmas, para acordar nos meus olhos
Enlevados e enternecidos...
Estupefactos, petrificados e emudecidos

Durmas...
Linda Fada dos meus sonhos e poesias....
Musa Inspiradora
De onde emanam
Miríades de encantos...

...Magias




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LÃMINAS ESVOAÇANTES N'ALMA

A tua indiferença
Fez abrir-se n’alma
Leque de lâminas
Esvoaçantes,
Fragmentos de querer-te,
mais e mais

Ao receber-te
Em suas mãos
Num cântaro de enlevos,
Embevecido coração

Trataste-o,
Enjeitado, desprezado, rejeitado
Trataste-o,
Como caliça de construção.



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SE VOCÊ PARAR DE ESCREVER...MINHA POETISA

Beija flor perde a cor
Sal perde sabor
Meu Sol, o teu calor
Em nosso Doce Recanto
Perdi meu amor

Para não...
Tens poesia palpitante n’alma
Emana espontânea, intuição
Capta momentos fugazes,
Sentimentos, dissabores, melancolia
paixão

A produzir essas obras de arte
Que belamente esculpi d’alma,
Dos recantos do coração
És chafariz generoso de inspiração

Tua escrita é oceano,
mar de miríades de encantos
A deriva ,
Me afogo e salvo-me nela
Uma e muitas vezes


E mais outros tantos...






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O PESO DA TUA ALMA, A LEVEZA DO TEU CORPO

Sentir o peso de sua alma
Enlear-se na minha,
É sentir-se em queda leve, livre
por seara de nirvanas
É sentir suave toque
Entre cílios apaixonados,
Pouso da borboleta,
Em mar de chamas

Sentir o peso de seu corpo
Doce e mavioso
Ao engolfar-se no meu
É deslizar por rio de sedas,
coleante, sinuoso,
caudaloso...

Entre pináculos de vertigens,
Ápices balbuciantes
Apogeus delirantes
experimentar o prazer
no zênite
Ao beber sua alma
num cálice de orquídea,
inebriante

E sentir aflar o peso
dum arfante coração,
beijos de brisas tépidas
descompassadas
pressurosas...

paixão...





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VIVA INTENSAMENTE ESTE MOMENTO

Não te atormentes,
quanto ao que o futuro lhe trará
Mas tome como um presente de Deus,
O frescor e a vitalidade,
de um novo dia que se inicia,
e viva-o intensamente

pois a vida, meus amigos...



é agora!

POR QUÊ SERÁ QUE NO AMOR...???

Por quê será que no amor,
as vezes damos uma de faquir
quando nos esquecemos
que possuimos pés e pele
de recém nascido???



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quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O LIVRO

" O livro quer ser dominado,
pra lhe ensinar a como dominar "



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ALMA DE POETISA

A alma feminina
é misteriosa e fascinante,
e se dela ainda emanam ,
além de encantos e magias,
Poesias???

Eis Alma de Poetisa,
ainda mais sublime,
pois incomparáveis
deslumbramentos n’alma,
irradias.





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terça-feira, 4 de setembro de 2007

CRIAÇÃO DIVINA

A beleza feminina
É algo que encanta,
magnetiza
arrebata
fascina

linda mulher
belíssima moça
graciosidade de menina,
docemente ferina

bomba que explode n’alma
nas ruas, no praça, nos shoppings, no ônibus
ali na esquina,
ora nos atingindo com virtudes
predicados e encantos
ora banhando a alma, em desejos
como doses fortes de estricnina

a beleza feminina,
é algo que encanta, magnetiza, fascina
nos inquieta com seus lábios
de sorrisos e feitiços,
e quando em exuberante e vigorosa personalidade
pobres dinastias seculares
também pulveriza, dissolve, fulmina

a beleza feminina é algo que encanta
magnetiza, fascina
beleza pernilongo, muriçoca
em noite de insônia:
não nos deixa em paz, atormenta,
traquina !!!

a beleza feminina
me deu carona até a paixão,
mas voltou e me deixou na mão
acorrentado a ilusão

mergulhando-o em resignação
zombou de novo do coração,
chamou-lhe: pobre submisso truão,
ingênuo bufão...

Beleza Feminina
Eis fantástica aparição,
Efêmera, passageira, fugaz???
Mas que teima em ficar impressa na retina

Não, não se põe na mesa
Mas n’alma, na escrivaninha,
E com sua devida permissão, sogro querido
( 3 vias, carimbadas e autênticadas)
no colchão,
das câmaras recônditas do coração

a beleza feminina é algo que encanta
magnetiza, fascina
deslumbramento, primor, enlevo, poesia
Que só pode ser chamada,
Magnífica, Esplêndida


Sublime Criação Divina.





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RUA DAS FLORES, NO INVERNO...

Ao sair no calçadão da Rua das Flores
Eita!! Quantas flores exuberantes,
Vistosas, perfumadas e caminheiras
Gardênias, Angélicas, Margaridas, Hortências, Acácias...

O frio faz com que floresçam em suas faces mimosas
As rosas que só aparecem no inverno
Ora rosas rosicler, ora níveas ruborizadas
Não copos, mas coleantes taças de leite-quente

casacos, jaquetas, botas cano alto, bolerinhos
Quanto charme neste sobretudo carmesim
Hastes formosas revestidas com as camurças dos andes
Pedúnculos mimosos cobertos de lã
pétalas rijas recamadas de couros multicolor
Certamente banhas nesta época, nas termas da vaidade

Azaléias brejeiras, prímolas primorosas,
violetas delicadas, tulipas encantadoras,
estrelicias picantes, bromélias matronas,
camélias ousadas, orquídeas selvagens...

é debalde a ousadia
pobres cravos desprezíveis
o quanto estão cônscias do seu poder!
Nos mergulham uma e muitas vezes
Nas suas corolas transbordantes de enlevo
E nos escoam extasiados nas valas da Rua XV
Agora já sei por que a chamam: Rua das Flores

Como um sedento colibri
Embevecido por essas paragens maviosas e exuberantes
Quis sorver os aljôfares de mel, orvalhados
em toda a sua haste, em seus cálices
em todas as suas pétalas e pedúnculos

Linda Flor caminheira, neste inverno
Esta ainda mais graciosa
Seu olhar de ternura criva-lhe n’alma
Feiticeiros espinhos de bálsamo
Qual nívea rosa dengosa.



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AUTO - SUFICIÊNCIA

Quando os nossos objetivos dependem dos outros,
eles estão muito mal definidos.

VAGA - LUME

Assim como os vaga-lumes,
que salpicam de singular e palpitante luz,
os campos sombrios,
nas noites de verão


você derramas,
generosa e maviosa luz vital,
a pulsionar e a iluminar os campos sombrios,
e lúgubres recantos,
do meu coração



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MAR DE ESMERALDAS

Como não amar
teu oceano de encantos
e não temer afogar-me no mar de esmeraldas
que só teu par de lindos olhos possui?




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domingo, 2 de setembro de 2007

SEU SORRISO...

Sorriso?
Ou um diamante que brilha
O céu que se anila
faz lembrar,
a primeira estrela que cintila...




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A FLOR E A BORBOLETA

Em você,
assim como nas mais raras e belas flores,
só devem pousar borboletas, com
multicoloridas asas de seda,
e delicadas anteninhas de ouro.




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QUANDO O AMOR NÃO É CORRESPONDIDO, CORAÇÃO BATE PARTIDO...

Amor não correspondido
Coração bate partido
Sentimento sem sentido?
Na garganta um estalido
Ocultado no gemido
Pelas lágrimas arrefecido
Por amar sem ser ouvido

Amor não correspondido
Coração bate partido
Sentimento sem sentido?
Sacrificar o coração
Na ardida sensação
De amar, num retorno em vão
E mesmo enxergando a situação
Se perder no vale das lágrimas
Pra Banhar-se num chafariz de ilusão

Amor não correspondido
Coração bate partido,
Sentimento sem sentido?
Um olhar petrificado,
Num retrato já molhado
Este que bruscamente:
Ffffffuuuuuuuu PLOFT!
Na parede é lançado,
E no quarto sem ruídos,
Personagens destruídos

Amor não correspondido
Coração bate partido
E, sentimento sem sentido!

É,
tentar conquistar um coração
Que não nos corresponde
É como entoar melodias num caldeirão furado
Pra convencer os rinocerontes a dançar,
Quando antes, queríamos mesmo
Era enternecer as estrelas,
Convencê-las a nos amar





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Valorize o que você já tem, não o que não possui...

Quando não se tem aquilo de que se gosta,
é preciso gostar daquilo que se tem
especialmente se o que possuímos ,
são preciosidades valiosas
como saúde, paz e amigos verdadeiros.



Pense Nisso!




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TU ÉS SINGULAR, INCOMPARÁVEL, SUBLIME...

Ao se imitar uma flor,
O máximo que se consegue
É natureza morta,
Mas como é difícil lhe furtar,
Do jardim das fadas...



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quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Arlequim Despedaçado

Oh minha doce colombina!
Por quê você insiste em fazer tudo acabar
Se o coração, seu alvo fixo
não suporta esse seu preciso,
de encantos incivos, dardejar

se ontem me embebi em sonhos doces,
multicoloridos
no travesseiro fagueiro da maciez
do seu colo

hoje acordei ainda extasiado,
mas adentrei num pesadelo
ao ouvir você dizer-me com olhos taciturnos,
enviesados para o chão:
“ Quero fazer carreira solo ”

e quanto aos nossos sonhos irisados?
os “ projetos encantados
por nós dois armazenados,
acaso já foram arquivados” ?

então foi tudo um sonho enquanto durou:
sem trapaças, sem fagulhas, sem decepções
mas o amor tem dessas coisas,
surpreender incautos e desprecavidos,
corações.




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Esperança

Esperança esta impressa em olhar de criança
que nunca se cansa de brincar e sorrir
confirmando a máxima:
que enquanto seu riso pueril se ouvir
hávera sempre a esperança de a paz resurgir

O tempo e o imprevisto no seu dom de surpreender
Sempre criam obstáculos na rotina do ser
mas a vida nos ensinou,
em lição paternal de criança,
que pra cada obstáculo,
haverá sempre uma esperança.

Esperança,
esta nas lágrimas que orvalham
a face vincada, sofrida
pois a vitória surgiu,
em meio as lágrimas da vida


e outrora um sonho,
agora real
a esperança esculpiu
mais um ideal.




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quarta-feira, 29 de agosto de 2007

DANÇARINA FLAMENCA

Chama cambiante,
Salamandra irrequieta,
Vultos sensuais, volúpias
Costurados em vestido,
seda carmesim

Alma ferina, charme provocante,
Meneios e requebros dardejantes,
Ritmo vigoroso, frenesi estonteante
olhares fulminantes de desprezo, hipnose
enleios apaixonantes

chama cambiante,
sapateias na cálida ilusão de possuir-te,
sou teu emudecido espectador madrilenho
enternecido, na viril multidão estupefacta,
petrificada

Partiste meu coração ao meio
e fizestes dele
castanholas escarlates
a produzir musicalidade vigorosa
causticante n’alma

chama cambiante,
rosa vermelha, pétalas de fogo
teu perfume embevece,
enfeitiças cravos imprestáveis,
touros indomáveis,
da arena milenar
nos confins da Andaluzia




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Ela não me faz tanta falta assim, no entanto...

no entanto, muitas vezes me pego pensando
que os vaga-lumes salpicados em abundância
nos campos vazios , nas noites de verão
eles sim reclamariam um apagão
se observassem pelo menos por um instante
a luminosidade ímpar da esmeralda liquida
que enche as pupilas mimosas
dos seus olhos fagueiros

sou enfático em afirmar, ela não me faz tanta falta assim
no entanto, há momentos em que, absorto numa reflexão
imagino que o bicho-da-seda
interromperia sisudo, ranzinza, seu novo brocado
se sentisse num breve toque
a qualidade da seda maviosa que reveste a morenice suave
de seu corpo, gentilmente sinuoso
delicadamente coleante,

continuo insistindo, ela não me faz tanta falta assim
só que há dias, em que,
ao abrir o seu leque de inúmeros predicados, reconheço:
que o jovem colibri, no zênite de seu vôo,
ao talhar os campos azuis
cairia fulminado, lívido, esquálido
talvez ainda tépido,
se sorvesse nas flores d’alma
o prisma de sensações singulares que é refletido
em todo o meu ser
ao você compor, mais um daqueles sorrisos,
qual banho de quimera n'alma, doce e cativante

e que os bastos frocados de neve,
só cairiam na madrugada
para esconder-se ruborizados
na lousa negra e fria da noite,
ao observarem por um breve momento
as contas que enfileiram, como que um alvo colar de perolas
também doados generosamente,
por esse seu sorriso melífluo,
que me é vital

persisto em dizer,
ela não me faz tanta falta assim
no entanto, admito
que Saturno ficaria com inveja
descarregando com austeridade um: “ Os meus duram mais!! “
ao perceber estupefato, a perfeição e encanto
dos anéis de um brilho negro azeviche, nunca vistos
de seus cabelos, que me embaraçam de paixão

decididamente cheguei a conclusão:
ela não me faz tanta falta assim, entretanto
aqui ruminando um pensamento:
não discordaria que:
o Etna, no ápice de sua cólera, se calaria
o El Ninho,
com seus tentáculos gigantescos e irrequietos de medusa
no apogeu de sua ira, se deteria
que as asas vorazes da borrasca,
sulcantes no seio do pacífico se quebrariam
que as serpentes monstruosas e reluzentes,
dardejadas das entranhas da procela,
se converteriam em ingênuos coriscos,
Katrina, como ingênua menininha, em pânico
com medo do véio do saco,
sumiria

e que finalmente , as Cataratas do Iguaçu
promoveriam 2 minutos de silêncio
se todos juntos, sim todos!
Assistissem de camarote, na última sessão,
Boquiabertos, emudecidos, com suas pipocas intocáveis,
se todos presenciassem
as tempestades turbulentas, colossais e sem detença
que ocorrem, nos recônditos d’alma,
e no âmago do coração,


Por não ter mais você.
Razão de viver.





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segunda-feira, 27 de agosto de 2007

PROFECIA

Um pranto incessante sobre a dispensa vazia
Um alimento humilde, que outrora,
tão bem os alimentava, os revigorava, supria
Um beijo mui terno,
Na face canela, mui tenra, macia
É consolo que não mais sacia

Um aviso dado,
afetuoso, paternal
mesclado em temor e amor
porém antiquado, ultrapassado

mil beijos, miríades de abraços,
um ato,
feto que surge no ventre juvenil
aviso ignorado, seara de lágrimas
ele ticou mais uma,
sorriu irônico, partiu

um cônjuge humilde que apreciativo ouvia
uma união amalgamada, recanto de paz e alegria
uma família amável, porto seguro na Rocha,
refugio no turbulento dia
um guia divino, que tão bem os orientava,
os protegia, instruía

um profeta, uma profecia
um por quê sobre a vida
um por quê sobre a morte
uma resposta obtida,
em mais uma profecia cumprida!





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domingo, 26 de agosto de 2007

Andarilho Errante

Sob maga suavidade,
Irradias, efluvios melifluos
de graça, beleza, charme
e tens consigo a magia de fascinar tudo
quanto a rodeia

contemplá-la é viver,
é o quanto basta para edenizar
uma vida

um carisma, um sorriso, uma flor
que não se sabe a razão,
diminui n’alma o peso,
renova-se a legria,
me faz sublevar, na suavidade
de toque entre cílios

me faz peregrino embevecido,
de seus sonhos multicolor
andarilho apaixonado, errante
de suas vielas irísadas.




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Lua D'alma



Meditar em você ,
é deslizar em asas de anjos
por seus olhos negros, sedutores
seu jeito, meigo-adocicado de ser,
quais afagos de lua nua,
me prendem me envolvem
Me acorrentam sem querer

Ficar longe de você,
é algo dificíl de aceitar, compreender
pois ao sequestrar meu pensamento
não se consegue nehum resgate,
para que deste perpétuo cativeiro
eu possoa fugir, me soltar,
me desprender


E no espelho dos meus olhos,
e das janelas abertas do coração,
você insiste em fazer morada,
qual lua nua, lua d'alma
persiste em maviosamente,
renascer.





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Amor Amar, Sorrir Chorar




Que sentimento íncrivel é o amor
Sinta quanto sabor
Que usufruimos nesta arte de amar

Arte que não requer talento
Nem diploma, nem vocação
Ora requer sorrisos, ora lágrimas
Ora simplesmente, o coração

De repente ele aparece!
Sem licença, sem pois não?
Vem convicto, vem pra ficar
Pobre frágil coração

a gente vibra, se emociona, grita!!!
Mas também sente a chama da dor
Pois as regras ele dita:
Sinta quanto sabor

O amor liberta, escraviza
Não tem idade, não tem piedade
Desmorana-se na ilusão,
Tem raízes fundas na realidade

Que sentimento incrível é o amor
Que doma o agressivo, faz surpreender o passivo
Altera destinos, faz tudo acabar!!!
Que sentimento é este?

Que faz a gente voar, voar
sublevar, levitar
e muitas vezes,
se esquecer de voltar

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Menina Mulher, Menina Brasil ... Filhas de Jose de Alencar



Menina mulher, menina mimada, menina Brasil
Tu és sereia do seu majestoso mar
Tu só pode ser irmã de Iracema, de Isabel
Com pinceladas de uma Diva, pitadas de Aurélia
E com esses trejeitos expansivos de Berta, ( pobre Jão Fera)
Filhas de Jose de Alencar

Menina mulher, menina travessa
Por quê faz comigo o que bem quer?
Como não ser seu Peri,
minha doce e marota Ceci?
Um sorriso de diamantes de neve, me chama
Ascende n’alma uma chama

Será mais uma de suas armadilhas?
Não sei, mas ao dormir em seus braços,
Puro, cândido , conchegante travesseiro de jasmins
Não sou Alice,
Mas estou no País das Maravilhas

Em seu mundo Mágico de Oz,
Eu também quero um novo coração,
Mas tem que ser de aço,
Pois o meu ficou em pedaços
Depois de seus ternos abraços

Menina mulher, menina traquina
Talhe sinuoso, leve,
num rostinho rosicler
Tu és Flor graciosa, em haste delicada, Linda, formosa
És hortência, gardênia, acácia, camélia, Amélia, Luciola
Seu olhar de ternura, criva-lhe n’alma
Vertiginosos espinhos de bálsamo
Qual nívea Rosa, mimosa

Menina mulher, menina moleca
Tirou do cabelo , tiaras, flores e fitas
E se encheu de penduricalhos eletrônicos
Mp5, bluetoof, câmara digital, celular
Hai!! Pode???? Gente???

Menina Brasil, Menina mulher,
Sou o ícaro dos seus sonhos
Sou seu soldadinho de chumbo, graciosa bailarina
Sou seu gênio sem lâmpada, você tem mil pedidos
Peça o dia, a hora,
Peça quando quiser

Com esse olharzinho triste, sorumbático, taciturno
Sou capar de roubar pra você
Não só os anéis,
Mas as pulseiras, o colar, as maria-chiquinhas,
o piercing ( ranco-lhe da língua )
roubaria todas as jóias, bijouterias
e penduricalhos de Saturno

menina moleca, menina travessa
como seguras assim, firme na mão!
as rédeas do charme, do encanto
e da sedução

menina chorona, frágil, florzinha de estufa
jeitinho dengoso, jeitinho carente
sou seu pagem ciumento, o mais atencioso
minha encantadora Cecília,
belíssima princesinha fidalga

e mesmo em seus sonhos mais profundos
estou atento ao seu mais inaudível sussurro pueril
e me coloco prontamente em ação
solícito, prestativo, Peristimoso
quando você pousa em mim pouco a pouco
plácidamente, suas ternas pupilas
matizadas, esmaltadas e contornadas
no azul mais anil

menina moleca, menina travessa
este sorriso feiticeiro, teima em brincar comigo
nos seus lábios travessos,
e me deixa nas alturas, e me lanças ao chão
1, 2, 3 , é nocaute !!! Acabou!
Ela me põe aos avessos!

Menina mulher, menina Brasil,
Tu és sereia, do seu majestoso mar
Tu só pode ser irmã de Iracema,
Cecília, Berta, Aurélia, Maria Lucia...
Filhas do meu sogro querido,
Jose de Alencar.


A Solidão E O Egoísmo ( Frase )

Vocês viram?
A solidão poupou ao menos, aqueles egoístas
Já os egoístas,
Não poupam ninguém

INDIFERENÇA


Lhe dei meu coração,
e assim como aqueles
artistas de rua,
que apanham uma bexiga disforme
e a transformam num delicado cachorrinho

Você o segurou
Cevou-o, uma e muitas vezes, oprimiu-o
Fez com ele miríades de fìrulas
Para me devolver:
Um “ dejetinho” do mimoso animal???
Oras bolas...

Mas eu não joguei pedras na cruz!!!
Acho que lancei, foi é
Mísseis tomahawk!!!...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

O Poço, O Vazio


Poço sem água, sem vida, sem fundo
Nos fundos de uma charneca abandonada
Onde a solidão se personifica,
Lúgubre, sorumbática

Ou veste máscaras com musgos,
e faz caretas para as crianças,
que retornam da escola.
Como descrever esse vazio?

Talvez, como o vazio que sinto n’alma
Nas câmaras recônditas do meu ser
Quando fico apenas um dia,
pressuroso, angustiado
sem poder sequer,
lhe ver.



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Ventania




Aaahhh!!!
Quem me deras fosse o vento
que ao brincar com seu cabelo
que ao soprar seu lindo corpo,
e só pra si tê-lo,
não resiste ao seu apelo

E a envolve,
no frescor dos “seus braços”
Com carinhos
Com cuidados
Com desvelo.




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Encanto Fugaz


Como queria ter em meus braços
esta linda mulher que passa
que ao me olha faz uma graça
num toque me enlaça
em seu mundo que me estilhça

Deleite é banhar-se no sorriso
desta bela mulher que passa
ela me faz tomar da sua taça
uma poção que me transpassa
E me faz criança mimada
faz muxoxo, faz pirraça
E me deixa atordoado,
resignado em banco de praça

Quão prazeroso é enlevar-se
com os encantos e feitiços
desta linda mulher que passa
flor caminheira, tulipa altaneira

Musa cosmopolita
azaléia graciosa,
seu olhar de ternura, criva-lhe n’alma
espinhos de bálsamo
qual nivea rosa mimosa

Enfim
eu os liríos daquela praça
inebriados e boquiabertos com a chalaça
gritamos em uníssono
com vemência latente:
por quê vais mulher que passa???!!!



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terça-feira, 21 de agosto de 2007

Amor Não Correspondido




Tentar conquistar um coração
que não nos corresponde,
é como extrair melodias
num caldeirão furado,
pra convencer os rinocerontes a dançar,

quando antes queríamos mesmo,
era enternecer as estrelas,
convencê-las a nos amar...





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Iracema de Alencar de Top Florido e Jeans, huuummmm



Linda Morena,
Não joga desta forma não
Assim não tenho armas,
assim não tenho opção
desembaraça seus cabelos negros
do meu coração

Cabelos lançados enviesados
Charme, provocação
Cabelos negros azeviche
açoitados pelo vento
deslumbre, fascinação

morena que passa e leva
quem se deixa levar
leva atrevidos, inibidos, desiludidos
não admito ficar,
graciosidade que enleva, aprisiona
que dita as regras ao passar


Tu não és, Iracema do Mestre de Alencar?
Ou serás Isabel da fidalguia de o Guarani?
Tu és a rosa perolada de perfume raro
do meu jardim de desejos
que me faz sonhar noites e noites
com sua graça charmosa,
seus meneios, feitiços e requebros,

fazendo-me delirar balbuciante
com a doçura cálida dos seus beijos.


Dos Seus Lábios.




Lapidados e retocados por cinzel divino
Modelados por contornos suaves e gentis
Delicado cofre de lindas e harmoniosas pérolas
Ou seria um colar de aljôfares?

Quando semi-cerrados,
vejo onde brinca
Uma ciranda pueril, efusiva
de alados flóquinhos de neve

é somente desses lábios
onde borbotam magos e esplêndidos sorrisos
de onde escuto em sonhos dourados,
a maviosa melodia do amor
de onde dardejam, magias e encantos
onde arde expansivo, um arrebatador:
magnetismo cor-de-rosa

ao vê-los,
a esposa do flamingo, abriu as asas com desdém
a rosa vermelha ao reexaminar a maciez
e a matiz de suas pétalas
desfolhou-se, atirando espinhos
num acesso de ira!

A pobre cerejinha, tadinha!
Empalidecendo-se de inveja,
Babujou-se na nata do bolo
E revestiu-se de um rubor ainda mais carmesim
Por não ter o tom, ora rosicler, ora escarlate
Dos seus lábios
Mas melindrou-se ainda mais
Por não ter a mesma doçura dos seus beijos

Dos seus lábios, cálidos
Sinto n’alma o aflar de uma doce vertigem
Onde a brandura de uma sensação,
Derrama-se nela em dueto,
Com uma agradável leveza
De composição
Fazendo-me mais um subjugado prisioneiro,
De seu vasto Império,
De fascínio, graciosidade e sedução

E assim compreendo ainda mais
A maneira sublime, singular
De como Deus fez o coração para amar
E a boca,
a formosura de sua boca, com esses lábios
Ah! Esses lábios:

Róseo e generoso favo de mel
A pulverizar “impérios”
Parecem feitos somente,
Somente para beijar.


segunda-feira, 20 de agosto de 2007

A Grande Anaconda Vermelha de Curitiba.Ou ônibus bi-articulado




Uma Anaconda vermelha,
serpenteia veloz nesta selva de pedras
suas estações são futuristas
seus passageiros cosmopolitas
nos embarques e desembarques
abre-se o leque de tons, nuances e matizes
da excêntrica espécie humana
Raças, atitudes, ideais...

Mas se há tanta gente, tantos conterrâneos,
por que esse silêncio?
Só escuto uma voz com simpatia cibernética:
próxima parada: estação esperança,
olhares se encontram e desenconcontram
ora fugidios, ora irrequietos e evitantes
ora enamorados

quero sorrir pra linda moça
mas ela esta absorta num pensamento
por quê não posso perguntar o seu nome?
por quê não posso beijar as maçãs do seu rosto?
Que plagiam, maciez e matiz
Do pessêgo maduro?
Ou dizer-lhe apenas, bom dia!?

Mas ao encontrar-me cativo em seu olhar
eis que surge uma fera,
Ui!! Mostrou a lingua
Como pode?
Beleza esculpida, modelada e retocada
por cinzel divino, entretanto?
Há contra –sensos na criação:
supra-sumos do paradoxo.
Um bélo invólucro de seda levando dejetos?
Próxima parada: estação dignidade

o velhinho cambaleante
derrama impropérios na nova geração
mas tem uma platéia muito distante
engolfada na efusão dos ruidosos estudantes
a gestante em pé esta aflita
espera ajuda da moça com voz cibernética:
de preferência, a pessoas idosas, gestantes e deficientes

a anaconda gigantesca
serpenteia veloz , nesta selva de pedras
mas possui na pele um rubor carmesim
consequência de uma má digestão:
Eih! Roubaram minha carteira!
Por favor um minuto de sua atenção,
estou desempregado, minha mãe doente,
tenho cinco irmãos menores,
melhor pedir do que roubar,

aceito vale-transporte, vale-refeição,
lanchinho da escola,
até graveto ao molho pardo,
com água de louça,
Oh motorisa, tá carregando a mãe!!!
Tá arrumando a carga!!!
Vai desceeeerrrr, criatura ....!!!!!!!

Sinto n’alma
A doçura de uma caricía
gargalhada de crianças
renovação, espontaneidade,
esperanças

Próxima parada: estação felicidade
Todos os passageiros devem desembarcar.


davicartes@gmail.com



Mensagem para aquelas pessoas, que só nos ensinam a querer bem!

Existem talentos naturais que nenhuma faculdade distinta, ou curso noturno é capaz de oferecer, cativar com doçura singular e arrebatadora simpatia é um doutorado que você possui, mas generosa e solícita, partilha e ensina com amável persuasão, e contagiante bem querer!

Iluminando e motivando andarilhos errantes que perpassam estupefatos, pelo porto seguro inspirador, que é este teu mundo adocicado.

Á vida se torna muito mais bela quando você aparece,
Mas muito, muito mais doce quando você sorri.




davicartes@gmail.com

domingo, 19 de agosto de 2007

A vida é bela!! Anime-se!




Hoje o sol não deixou de brilhar soberano
Derramando sua luz ,
Que enche nossa alma de vida e alegria
Só por que você teima
Em ficar aí choramingando

Aquele travesso colibri, com seu prisma multicolorido
Hoje chegou atrasado
Mas não deixou de tomar, da sua água com mel
Só porque você esta vestida
Com essa máscara de melancolia

As azaléias neste mes de agosto
Não deixaram de matizar o jardim
Num agradável rosa pink
E de compor na cidade o dueto harmonioso
belissímo com o ipê amarelo
Só porque você não quer comer, gordinha

Lembra daquela fila de crianças, aquela que você gosta tanto!
Todas de mãozinhas dadas indo com a tia, brincar na cancha de areia
Não deixaram de mostrar a língua, me mandar beijos, me chamar de bobo
Fazer aquele sinalzinho com o dedo, e “explodirem em gargalhadas“
Só porque, você resolveu ficar o dia inteiro na cama, meu bem!

Sabe aquela chuva, que cai no final da tarde
Aquela fresquinha, fresquinha! Hoje foi mais forte!
E eu saí sem guarda chuva de novo
Mas ela não deixou de causar aquele corre-corre na Praça Tiradentes
Só porque você não quer atender nenhum telefonema, flofy!

Você percebeu como o sabiá estava animado nesta manhã?
Não! mas numa cantoria menina!
Ele não deixou de “ir ao trabalho“
Só porque a juriti, não lhe quer, doçura!

Oh meu amor, a vida não deixou de te chamar pra vivê-la!
Hoje, lhe sopraria uma brisa meliflua,
Um afago em seu cabelo, uma caricia em seu rosto
Pra gentilmente convencê-la
E pra si também tê-la.

A vida é bela!!! Gritou pra mim,
Depois de uma longa conversa animada,
aquele meu amigo
Aquele, que não tem as duas pernas,
e fica tocando sua doce flauta na Rua XV
Ele não se esquece, e não se esqueceu disso

Só porque aquele sapo
Não quer o teu beijo, minha princesa!!


davicartes@gmail.com

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Sinta, o sorriso das crianças





No sorriso de Milena
Sinto a pureza da alfazema
Como se ela derramasse de sua própria corola
O seu cálice floral
O doce perfume curativo
Em alma vincada, ressequida, agredida
De uma tenra açucena

O sorriso de Milena
Inibe de mim a tristeza
Qual doloroso eczema
Reprime de mim a melancolia
Ó excruciante edema!

O sorriso de Milena
É como a própria Mileninha
Róseo floquinho de neve
Intumescido de ternura
Que pousa plácido, brando n’alma: Pluft , Ploc
Limpando do coração, toda dor, todo o rancor,
Toda amargura

É assim o sorrisinho de Milena
Doce caricía n’alma
Como um beijo suave, querido, fagueiro
de brisa que vem do mar em fim de tarde
gentil, tépida, serena

é banho melífluo para auto-estima ferida
bálsamo paliativo, instantaneamente ativo
de delicados e enternecidos lírio brancos
farfalhados em banho pueril
matizando a alma
em assomos e assomos de rogozijo
mergulhando-a, em puro jubilo primaveril

hoje senti falta
do alvo e cândido sorrisinho de Milena
gracioso colarzinho de aljôfar
ciranda efusiva de alados floquinhos de neve
hoje não os vi, hoje não os senti
que pena!



davicartes@gmail.com

Deixe-me Aqui




Deixe-me aqui
Deliciando-me com este horizonte
Onde Deus esta a talhar
Neste pôr -do - sol rosicler
Uma tela fascinante
Sim! Uma obra excitante

Deixe-me aqui
Banhar-me nesta paz colorida
Pincelada na aquarela do ocaso
Neste chuviscar multicolor
Que nos faz esquecer completamente
Qualquer termo ou palavra
Relacionado com, atraso???

Deixe- me aqui
Por quê falar tanto em ir embora
Deleite-se comigo na harmonia
Que nos proporciona a beleza deste momento
Com que nos presenteia esta suave aurora

Deixe-me aqui
Não! Não tenho pressa em sair
Pois são em momentos mágicos como esse
Que embebido em gratidão
Me orgulho em existir

Deixe-me aqui
Ta! Pode ser ilusão
Mesmo sendo
Sinto uma caricía fagueira, agradável
Dentro d’alma, no coração

Deixe-me aqui
Meditar, refletir,
ponderar com este momento
tentar eliminar uma saudade
que me dilacera coração adentro

deixe-me aqui
deixa eu analisar essa nova situação
tentar compreender, entender, e assim reviver
como ela conchegou-se de tal maneira
em meu frágil e apaixonado coração.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Canoa Velha

Canoa Velha


Outrora companheira inseparável do navegador solitário, outrora o motivo de seu sorriso, ao puxar redes abastadas e pensar com o coração comovido, nos filhos de olhos arregalados ao centro da mesa, e em sua senhora que de costas ao fogão, lhe beija com os olhos, lhe afaga com um sorriso.

Você não foi uma mera coadjuvante nesse cenário. No entanto, o homem de peito dourado, de calças cortadas ao joelho, de sorriso incompleto e fronte vincada lhe abandonou, pois ao acidentar-se em parcéis ocultos teve que lhe deixar, visto que o talhe em sua madeira, tembém fez com que você sofresse incisões irreparáveis..

Mas note, perceba que você não ficou tão abandonada quanto parece, foi inserida num mundo de cores e de vida, num cenário de encanto e magia. Criou raízes fundas na areia alva da praia, tu és a mais nova maestrina da deliciosa e incessante orquestra do mar, que apresenta-se belamente, cingindo, abraçando o firmamento ao infinito.

Tu és soberana e encantadora ao cair de um pôr-do-sol rosiclér, onde multicoloridos carangueijos lhe oferecem desenhos abstratos, onde a maré vem brincar em sua tez descorada, tu és querida entre os vôos rasantes de miríades de andorinhas, tu és repouso de mergulhões, de albatrozes, tu se faz moradia de pelicanos apaixonados, tu és fascínio!

Ao cair da noite, sob os raios de prata da lua, tu és suspiros sôfregos de amor, entre pétalas de flor, um incontido ardor. Sob corpos no emaranhar, servis-te gentilmente qual nobre conchego, dócil cama, qual prazeroso colchão de amar.

Maestrina sensível, tens uma orquestra cativa: realcem os violinos!! Pois a brisa afaga seus sonhos pueris. E a terna mãe Lua, os cobre placidamente com um lençol alvacento, num beijo doce de boa noite.

Quantos a desejam, canoa velha
Mas a possuem apenas
Como um quadro ímpar, memorável, singular
Enfeitando bélamente,
a sala de estar.





davicartes@gmail.com


Você pode ouvir essa declaração, que fiz só pra você?

Tu és
flor que encanta, que magnetiza, que fascina
em talhe formoso, leve, delicado
embebido em pétalas de jasmim
És sinuoso invólucro de seda,
rosa sedutora em haste de cetim

Tu és
irresístivel, magnífica,
esplêndida criação divina
imagem graciosa que teima em resurgir
no espelho dos olhos
obstinada em ficar impressa na retina!!!


De onde vem essa força enigmática
Que arrebata, asfixia, alucina ?
Será dos fundos das cóvinhas de nacar
Esculpida num rostinho feiticeiro
por esse sorriso de diamantes de neve?



Davi Cartes Alves
davicartes@gmail.com

Educandário Curitiba













O grande sino de chumbo, bate fundo nas cordas d'alma,  nos depertando as seis da manhã!!!

 _ É hora de levantar!! Vamos levantar!! Levantem meninos!! Vamos!!! Nos desperta a tia Saulina. Arrumar a cama, lavar o rosto, por o uniforme azul marinho com listas brancas nas laterais, camiseta social branca, e um conguinha também azul, uma espécie de sapatilha com solado branco, fina e escorregadia, simples como todo o uniforme.

Assim, todos bem arrumados e enfileirados nos dirigíamos ao Salão Amarelo, para o café da manhã as seis e meia, uma espécie de ante sala do refeitório, ele tinha esse nome porque todo o seu piso lembrava um tabuleiro de xadrez nas cores amarelo e branco, esse salão também servia de salão de festas, eventos, lembretes e sermões.

Lá na porta o tio Araújo já nos aguardava, ele não era nem muito baixo e nem muito alto, era gordo, tinha um bigode farto, era bonachão com os que cooperavam, mas virava uma fera com os rebeldes. O tio Araújo, cuidava dos garotos da nossa faixa etária, dos 4 aos 11 anos, tinha um perfil de “capataz do bem” especialmente no modo que se trajava, rústico, simples, e sempre carregava um facão para cortar mato. Nos levava todos os dias a escola, e quando retornávamos, depois do almoço e do reforço escolar, cuidava da distribuição dos serviços , limpeza do pátio, capinagem na horta, pomar, manutenção do jardim, e muitos outros afazeres.

No salão, formávamos quatro filas , duas para os meninos e duas para as meninas, depois duma oração, o tio Araújo batia palma uma vez e dizia bem forte , quatro!! E entravamos no refeitório um de cada fila, dois meninos e duas meninas, mais quatro! Mais quatro!! Tudo muito bem orquestrado pela maestria do tio Araujo, neste compasso até todos entrarem, era assim para todas as refeições, isso é claro quando não havia sermões e acertos de contas com os traquinas, vistoria das nossas unhas, nossa vestimenta, ou outro anuncio importante.

 Após o café, nos reunimos com o tio Araújo e íamos apanhar nossas bolsas num outro complexo onde recebíamos reforço escolar.

Naquele fim dos anos setenta e inicio dos anos oitenta, o frio era muito intenso em Curitiba, a grama do educandário, bem como áreas recém carpidas por nós eram cobertas de uma espessa camada de geada, as geadas eram muito fortes e diárias e caíam por longas semana, os bueiros exalavam uma fumaça fina e incessante, brincávamos de fumar com pedaços de gravetos,  devido a nossa respiração com " fumaça", sofríamos bastante com o excesso de frio, visto que nosso uniforme era muito fino, muitas crianças choravam, batendo o queixo e balbuciando gemidos.

 Estudávamos na Escola Estadual Nossa Senhora da Salete, um bom colégio, anexo a uma Igreja que tem o mesmo nome, que fica numa região nobre de Curitiba , no Hugo Lange, bairro onde ficava também o Educandário, bem próximo a BR 116.

Quando foi inaugurado em 1945 era um preventório que combatia o  Mal de Hansen ou hanseníase, acolheu centenas e centenas de filhos da Hanseníase , a bíblica Lepra,  depois em 70 e 80  tornou-se um educandário  para crianças e adolescentes, na nossa época, já na década de 80  sob os cuidados do IAM - Instituto de Assistência ao Menor, com suas kombis e duas faixas cor laranja impresso em diagonal nas laterais. ( CEDIT -Centro de Estudo, Diagnostico e Indicação de Tratamento –  IAM -SETREM-  FASPAR - SAM - CENSE)

Felizmente com o passar da manhã, o sol mais tépido dissipava mais o frio e nossos dedos que estavam duros para escrever, se soltavam mais. As onze e quarenta e cinco o tio Araújo voltava para nos apanhar, nos reuníamos gradativamente na frente da escola: - Falta o Alamiro, o Eudócio foi no banheiro, a Cristina ia devolver um livro na biblioteca.

 Em fim todos reunidos, voltávamos mais animados com o sol mais quente e radiante, os dias de inverno iniciavam muito frios em Curitiba, mas eram dias belíssimos de um azul intenso que contagiava-nos sobremaneira.
A fome fazia-nos apressar o passo, não víamos a hora de chegar para o almoço, trocávamos de roupa e ao meio-dia o grande sino de chumbo maciço era batido com mais força para a refeição.


Fazíamos novamente as filas, entretanto antes do almoço, a tia Sereste, passava em revista, todas as filas para ver as unhas, o corte de cabelo, a nossa vestimenta, e quem estava com as unhas grandes tomava umas varadas nos dedos, - Vai cortar essas unhas menino! Parece bicho! Higiene, limpeza, não sejam cascãozinhos!!! Depois de alguns sermões, lembretes , advertências e anúncios, começava então o “ritual dos quatro” do tio Araújo, - Quatro! Mais quatro! Vamos ! Mais rápido!

A fragrância de comida que vinha dos refeitórios, abria-nos o apetite. Lá dentro, as tias estavam todas apostas com seus panelões com arroz, feijão, carne, saladas e suco, Enquanto almoçávamos, a tia Saulina e outras tias, passavam entre as mesas para nos observar, se não deixávamos cair comida na mesa, se não deixávamos comida no prato, ou bagunçávamos, e se nós meninos não íamos sentar junto com as meninas, que almoçavam do outro lado, um corredor separava as nossas mesas das delas.

Mas o Jatson, não tinha jeito, era terrível, quando menos esperava, ele estava lá todo prosa, e a tia Saulina o trazia pela orelha , pra nossa mesa, explodíamos em gargalhadas. - Não adianta Jatson, é carpi na rocha! É socar ouriço rapaz ! É cabecear o travessão! Consolávamos ele! Após o almoço, e depois de escovarmos os dentes, esperávamos os professores, pois tínhamos aulas de reforço escolar, bem como tarefas de casa, educação física, e outras matérias adicionais.

Cemitério dos Eucaliptos

Quando nos dirigíamos para esse outro local, uma espécie de escolinha, numa área também muito verde e mais alta, passávamos por um “ lugar mágico ”, que chamávamos de “ cemitério dos eucaliptos” , um vale descampado em declive com vários troncos enormes de eucaliptos derrubados a muito tempo, mas no local há ainda muitos outros eucaliptos seculares que pareciam velar seus diversos companheiros mortos, fechando naturalmente essa área onde havia muitos pássaros, esquilos, e borboletas.

Nos deleitávamos em brincar ali, o perfume de eucalipto era marcante neste espaço de folguedos e traquinagens,  em todo o educandário havia muitas folhas deles no chão que confeccionavam um vasto tapete de pelúcia, com um aroma delicioso , era um verdadeiro deleite quando éramos dispensados e podíamos brincar entre as muitas opções, no cemitério dos eucaliptos.

 Depois do reforço escolar, lição de casa, aulas de religião e boa moral, bem como muita leitura, por volta das três e trinta da tarde ou quatro horas, o tio Araújo novamente vinha nos apanhar para, fazermos serviços no educandário, um dia íamos trabalhar na horta, no casarão, outro dia no pomar capinar, outros dias íamos trabalhar lá na baixada lá  pra baixo da capela, numa das divisas com a base Aérea do Bacacheri, outro bairro próximo, esse local de plantio era outra área muito ampla, onde plantávamos feijão, milho e mandioca, outros dias apanhávamos vassorões enormes e varríamos o pátio, estacionamentos, ruas do internato, havia muito trabalho.

Por volta das 17:00 horas éramos dispensados, podíamos então brincar, jogar futebol num campão de terra vermelha , outros iam fazer pipas com fios de saco de cebola e o plástico dos pacotes de arroz, outros iam ver os aviões pousar ou decolar da Base Aérea do Bacacheri, Ou Cindacta, outros ainda iam fazer o que lhes desse na telha, recolhidos muitas vezes nos quartos debatendo-se na dor da saudade dos pais, ouvindo o jazz da solidão e seus muitos refrões, embebidos na melancolia e sua chuva de lâminas doridas.

Naqueles fins de tarde belíssimos de inverno, em que no crepúsculo de nossas almas pueris os arrebóis cambiavam seus tons rosiclér nos céus, gostávamos muito de nos deitar no cemitério dos eucaliptos e enquanto jogávamos conversa fora, ouvir o vento que soprava nas folhas produzindo uma “musica” muito agradável, uma “ orquestra” que vinha daquelas árvores frondosas, era sumo deleite, isso tudo até as seis ou seis e meia da tarde, quando  tínhamos de ir tomar banho para o jantar que era servido as sete.

No inverno ainda tínhamos alguns chuveiros quentes, outros estragados, mas no verão, lembro-me de só haver aqueles canos ,sem o chuveiro, de onde vinha uma água gelada com muita força e intensidade. As 19:00 , o toque do sino rompia novamente por toda a área do educandário, aquela rotina religiosamente seguida, com tio Araújo com o cabelo lambido, --- Hummm tomou bainho tio Araújo?? Deixa de se besta muleque!! Cria tipo rapaz! Vai logo! Vai quatro!!! Mais quatro!...

Após o jantar ,íamos para sala de televisão, os mais velhos acabavam dominando a programação, a tia Antonia, do turno da noite, as vezes passava na sala , até assistia conosco, pra ela tanto fazia desde que não desse brigas , o que ocorria muitas vezes, aí era um deus nos acuda, pois algumas brigas eram feias, com muito tumulto, socos e ponta-pés.

Esse era basicamente um dia útil, um dia de semana, com aula e atividades no Educandário Curitiba, com algumas variantes de circunstâncias , de tempo , de fatos, o que produziria uma coletânea interminável de contos memoráveis, mas é claro que nos finais de semana e nas férias era bem diferente, a programação sofria algumas alterações e para melhor é claro.

 No pavilhão do outro lado, as meninas!!!

Eram muitas, algumas simples, dóceis e gentis, outras mais sofisticadas, belas, misteriosas, enigmáticas, ainda outras inacessíveis, ríspidas, rudes!


 Lá estavam as minhas queridas irmãs.

Lindsay

Há a Lindsay, Quando ouvi sua voz a primeira vez, me perguntei: Não será essa a voz dos querubins?? Quando a vi pela primeira vez, me perguntei: Não foi esse rostinho, esses braços, esse colo, essa pele, feita das asas de anjos? Ou das pétalas de copo-de-leite, ou ainda do perfume e da seda das hortências, flores que enfeitavam os jardins e parques do Educandário?

Quando vi aquele sorriso me perguntei, sorriso ou um diamante que brilha? O céu que se anila? Faz lembrar a primeira estrela que cintila.

Lindsay tinha a alma de Iracema, o corpo de Cecília, a faceirice de Berta, filhas de Jose de Alencar, com os encantos de Kamala de Herman Hesse, aqueles olhos lânguidos e cativantes da Capitu e todo o feitiço despretensioso da Lolita de Nabokov, supremo deleite era admirá-la em muda veneração, tinha uma vontade de corrigir aqueles anéis dourados do seu cabelo, que sempre teimavam em brincar nos seus lábios, como sedentos e travessos colibris.

Aquele jogar o cabelo pro lado, com uma doce inflexão no talhe mimoso, derrubava dinastias como fileiras de dominós, Lindsay era essência de poesia, mostrou-me que o mar torná-se bem mais volátil quando os sonhos fremem de amor.

Suspirava em nossos sonhos, 

" Pobres cães famintos que ladram o amor em sonhos de pedra!!!"

 Ela devorava minha alma, uma e mil vezes, para depois cuspir os ossinhos,  sonhava que estava me afogando no profundo mar azul, que só aquele par de lindos olhos possuía. 

As vezes me perguntava:  Lindsay existe mesmo ou é apenas uma sensação?


Um dia quando estávamos no cemitério de eucaliptos, o sol coava entre as árvores soberanas uma luz diáfana feito vapor, ao contemplar Lindsay em meio a essa luz, seu vestidinho floral, seu surrado sapatinho ana bela, sua tiarinha de acrílico grudada com durex, represando as lindas e volumosas madeixas, ela alí imóvel, entre miríades e miríades de borboletas que pousavam em Lindsay, notei que as borboletas possuíam multicoloridas asas de seda e delicadas anteninhas de ouro, tal era o encanto da pequena.

 Foi quando senti n'alma que o germe do amor já debatia-se com força de colosso, surgindo com a impetuosidade da pororoca nos cabeços do rio Nhundiaquara em Morretes, há o amor, quem poderá contê-lo?

Naquele estado de transe e contemplação imortalizou-se em minh'alma uma máxima etérea:
    

Algumas musas
são indecifráveis
para uma só 
 geração de pecadores


e quando elas seduzem
  
 não a geração
 que as  definam



As meninas tinham a mesma rotina que a nossa, isso é claro até o reforço escolar, quando as atividades eram diferenciadas, para elas, serviços na lavanderia, cuidar de um berçário, limpeza da cozinha, decoração, artesanato, pintura em pano de prato, prendas domésticas, e muitos outros afazeres.

Jatson

Muitas crianças no educandário estavam realmente abandonadas pelos pais, uma delas era o Jatson,

Quem quebrou aquele vidro? Quem inicio aquela briga? Quem abaixou a saia da menina? Quem fez o sinalzinho com o dedo para o diretor da escola? Não sabe??? O Jatson!!!

Ele sempre gritava para aquele silêncio do gado no pasto : Calem-se !!!!
Olhavam indiferentes num eterno mascar
Assim como Clarice Lispector, Jatson cismava com " a paz que há nos olhos do boi " .

 Por isso o Jatson levou muitos “cascudos” do tio Araújo, uma especialidade dele. As vezes era tão mutante o estado de espírito do Jatson, como o era, as condições do tempo em Curitiba , a ponto de reboar pelo Educandário a “gargalhada do Jatson”, que se misturava no mesmo dia, com seu choro abafado, sufocado, soluçante, relembrando aos tios e tias, que ele era só mais uma criança, um órfão inofensivo.

Mas teve um dia que mudou a vida do Jatson. Um daqueles dias de inverno de céu cinza-chumbo, outra peculiaridade do inverno Curitibano, uma garoa fina, quase imperceptível, tipo serragem miúda, como que salpicada pelas mãos de Deus, e muito, muito frio, neste dia como acontecia periodicamente, casais de gringos, vieram visitar alguns órfãos para adoção.

Quem foi o escolhido desta vez?

Ele mesmo, O Jatson. Burocracias resolvidas, lá se foi o Jatson, com sua gargalhada memorável, com seu choro contagiante, penetrante, com sua genialidade e iniciativa para traquinagens de dar inveja. Ele foi, e levou um pedaço de nós, do nosso coração, das nossas vidas, levou um pouquinho das lágrimas de cada um de nós, até o Tio Araújo, chorou! Ficamos estupefatos! Por muitos dias, houve um silencio melancólico por entre aqueles seculares eucaliptos, saudosistas de suas gargalhadas, aliás, só ele conseguia transmontá-los com singular habilidade .

 Sem duvidas ele levou um pouco de nós, porque o Jatson de certo modo sintetizava, simbolizava a realidade , a vida e a história de muitos garotos do Educandário Curitiba que infelizmente, tiveram um destino bem diferente do dele!

A volta de Jatson

E pasmem todos, um dia ele voltou!

 Cinco anos depois. Ganhou uma viagem de presente dos novos pais, e escolheu voltar ao Brasil.  Ninguém o reconheceu. Também pudera! Mais alto, altaneiro, mais belo, belíssimo, metido num sobretudo vermelho, longo, num impecável e charmoso cachecol, o cabelo bem penteadinho, o dele que era uma moçoroca, o sapato preto lustradinho, o dele que vivia num barro só.

Todos nós borboleteávamos em volta do Jatson. E ele imóvel, soberano, o olhar indiferente dardejando o horizonte. Quando cheguei perto dele, mudo e petrificado, medindo cada poro, ao lado de Lindsay, com extrema dificuldade, lhe perguntei:

É Você Jatson???

Longo silêncio, suspense, medo e duvida.

Ele virou pra mim, com o rosto marchetado de pontos de interrogação, perguntou-me:

- Parlez- vous français???










Mais de trinta anos depois
  encontro esse convite nas redes sociais:

   












" Se você acha caro a educação,
o que dizer da ignorância?
É uma fortuna!! "