domingo, 27 de setembro de 2009

SINTA O SORRISO DAS CRIANÇAS


No sorriso de Milena
sinto a pureza da alfazema
como se ela derramasse
de sua própria corola
de seu pequeno cálice floral
em alma vincada, ressequida
o doce perfume curativo
de uma tenra açucena

O sorriso de Milena
Inibe de mim a tristeza
qual doloroso eczema
reprime de mim a melancolia,
Ó excruciante edema!

O sorriso de Milena
é como a própria Mileninha
róseo floquinho de neve
intumescido de ternura
que pousa plácido, brando n’alma:
Pluft , Ploc !
limpando do coração,
toda dor, todo o rancor,
toda amargura

É assim o sorrisinho de Milena
doce caricía n’alma
como um beijo suave, fagueiro
de brisa que vem do mar em fim de tarde
gentil, tépida,
serena

é banho melífluo para auto-estima ferida
bálsamo paliativo, instantaneamente ativo
de delicados e enternecidos lírio brancos
farfalhados em banho pueril
matizando a alma
em assomos e assomos de rogozijo
mergulhando-a,
em puro jubilo primaveril

hoje senti falta
do alvo e cândido sorrisinho de Milena
gracioso colarzinho de aljôfar
ciranda efusiva de alados floquinhos de neve
hoje não os vi, hoje não os senti
que pena!

A VALSA DO AMOR


Foi como o toque entre cílios
foi como uma valsa sob idílios
no espelho d’água
borboleta adeja
você tão maviosa
acaricía, sorri, beija
seus braços quais cisnes dourados
nossos corpos tépidos & alados

Eis a brisa que sulca
o pelo felino
sob música de violino
doce riso menino

luz da aurora
hálito pandora
vestir-me de você
nesta hora

hora escarlate que transpassa
e a fragrância da sua alma
me deixa uma sensação,
que não passa

como dormir e sonhar
no bojo cálido & macio
de uma linda
acácia.




sexta-feira, 25 de setembro de 2009

APENAS MAIS UMA DEFINIÇÃO DO AMOR

Que sentimento íncrivel é o amor
sinta quanto sabor
que usufruímos
nesta arte de amar

Arte que não requer talento
Nem diploma, nem vocação
Ora nos deixa em sorrisos,
ora irrompe em lágrimas
ora requer simplesmente,
o pulsante coração

De repente ele aparece!!
Sem licença, sem: Pois não?
Vem convicto, chegou pra ficar!
Pobre frágil coração.

a gente vibra, se emociona, grita!!!
Mas também sente a chama da dor
Pois as regras, ele dita:
Sinta quanto sabor

O amor liberta, escraviza?
Não tem idade, sim, liberdade
desmorona-se na ilusão,
tem raízes fundas na realidade

Que sentimento incrível é o amor
Que doma o agressivo,
faz surpreender o passivo
altera destinos, faz tudo acabar!!!

Que sentimento é este?
Que faz a gente voar, voar
sublevar, levitar
e muitas vezes...


se esquecer de voltar.

domingo, 13 de setembro de 2009

SUAVE PRESENÇA


Ah! Sua presença!
Quão maviosa!
Chegar assim
nesta sua doce intimidade solar
trazendo nas suas asas de amor
a fagueira calmaria do mar

como derramas n’alma
sob densas matizes
sua generosa cesta de cores.
És tão leve, tão luz, quão linda!
a pousar e repousar teus afetos
sobre os meus mais tênues sensores

faz-se toque entre cílios
feixe de gérberas
caldo de luar
reinventa num sopro melífluo
novas nuances para o verbo amar

faz-se beijo de brisa
cantinela de riachos
langoroso esvair-se da onda na areia
num que de ofertar,

faz dos teus mansos fulgores
em minhalma
um perene palpitar.



sábado, 12 de setembro de 2009

SOBROU PRA VOVÓ!


Oh Vó! Por clemência
nos arranque deste veloz carrossel
desgovernado, vertiginoso
com cabeças de dragões

simulando ilusões de conquistas
entre tesouros ocultados
mas vó, não nos leva a lugar algum
senão nesta seara de lágrimas
que já atravessastes altaneira.

Responda-nos vovó,
Por que será que no amor
damos uma de faquir
Quando esquecemos possuir
pés & pele
de recém-nascidos?

Oh vó! Veja isso!
Por que essas fendas em suas mãos
e esses vincos em sua tez
tornaram-se berçários sete estrelas???

Vovó,
nos de a honra de contemplar e nos deleitar
este seu flertar da janela
com o crepúsculo vespertino

entre novelos multicoloridos,
entre lânguidos felinos,
entre netos enjeitados
e ouvir o crepitar na chaleira de ferro
da erva-cidreira da resignação

Mas na conclusão de tudo isso, vovó
corremos arfantes e pressurosos
pra sua casinha centenária
entre pardais e ipês,
entre araucárias e riachos
emoldurada por baldias azaléias,
gérberas & ciclames
e suas valentes violetas

voltamos assim, angustiados e palpitantes, vovó
Só mais uma vez , eu juro!
Pra repassar aquele texto,
extraído da sua “caixinha de pandora”
entre longas pausas
e a sempre breve e meliflua advertência,
neste seu b- a - ba da sobrevivência.