segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sentir-me noite na tua luz




Sinto-me noite
com as unhas dos pés
encravadas de estrelas
e o coração
luar de neon

abraços de afetuosas
borboletas
derramando das asas
cometas

caramelados
nos seus volteios
anelados

amanhece
e nosso amor é assim
paraiso imperfeito
carmim

mas a lembrança do teu sorriso
surpreendente
que não muda
sempre pintado de domingos
e dóceis
joãos de barro
 tão próximos
e você tão distante
restou-me
tuas estrelas

sentir-se noite
na tua luz.



DAVI CARTES ALVES

Violação






Olhos em poros,
pólens
o sentir das pétalas
ante as mãos bruscas
que se aproximam
e se agigantam
errantes, sujas,
letais!



DAVI CARTES ALVES


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Aromas do amor





Quão bela
em seu vestidinho floral
um sorriso feiticeiro
brincando nos lábios travessos
que inunda alma de pétalas
e aromas do amor
rasteirinha cor de caramelo
a tiarinha de estrelícias
e sentimos o porque
de as tulipas não serem
tingidas de cinza
as acácias
não serem transparentes
e as rosas, incolores
e no sinal fechado
as buzinas tão dóceis
sopradas por violinos primaveris
a imagem dela
impressa nos espelhos d’alma

" Bom dia flor do dia!!! "

sabe,
Deus é tão bom
no engarrafamento



DAVI CARTES ALVES




terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A pequena viagem da bolinha de sabão





No calçadão densamente povoado
as pessoas correm pressurosas,
marionetes de seus relógios
 ensandecidos, velozes
como se, intumescido
o formigueiro humano
de súbito
fosse pisoteado

num impactante contraste
eis a bolinha de sabão,
feito jóia irisada, centelha de colibri
faz seu pequeno périplo
 suave, ascendente
sublevando como que sob o som,
de violinos enternecidos

lá embaixo,
o olhar encantado da garotinha
com o dedinho de nácar indicando
que a vida, sim
é feita de pausas longas
e de olhares mais demorados
quais cilindros de oxigênio

e muitas vezes carece
desta doçura que a poucos fascina
da ternura que não pede rima
nesta alva candidez de criança
em seu deleite pueril

mas com a frágil resistência
dos seus bracinhos de begônia
é puxada com força pela mãe
para o sumidouro
indiferente & arfante
das gentes

pensei em como a vida é efêmera
quanta fragilidade, fugacidade
e aquela tenacidade das coisas
e dos desejos
de repente se dissolve,

quão evanescentes,
inapelavelmente
quanto a pequena viagem
de brilho e cores que se apagam
feito bolinha de sabão

pluft ploc!



Davi Cartes Alves









domingo, 23 de janeiro de 2011

Hoje é dia de prova!!! Minutinho Concurseiro nas searas da poesia





 Hoje,  23 de Janeiro
temos prova do Previc
15 horas na Unibrasil

domingo que vem STM

27 de Fevereiro TRT 
Campo Grande - MS

13 de Março - TRT. RS

começamos bem o ano!

Estuda meu povo!!!

Boa sorte aos amigos do Diapar!



Davi Cartes Alves


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mar dourado



Os passos coreografando
sensações & vertigens
como se alguém do lado de fora
do sonho
de sorriso maroto
de repente
acelerasse o carrocel

mas ela continuava
carregando as dores do mundo
numa padiola
suave & carmim

que possui nas rodas
o barulhos das brisas
quando sopravam entre
as vastas
plantações de girassois

E aquela melodia ao fundo?

Então
ela ia despertando
soltando-se, colorindo-se
na dança de um ballet
luminoso
naquele lindo mar de vagas
douradas

sublevando
naquela melodia,
desiderata


DAVI CARTES ALVES

sábado, 15 de janeiro de 2011

Doce elegía de querer-te






Amar-te é sublime
é sentir a alma engolfar-se
nos casulos
da brisa primaveril

sentir-me
 como as pedras frias, duras
mas que
no leito dos teus braços & abraços
acordam dunas
areia clara, macia
doce elegia
de querer-te

pois só
tua alma traz a musica do mar,
e marulhar no teu doce realejo
no frescor dos teu abraços,
balbucio, deliro,
versejo

o primeiro pingo
da garoa nua
fez minh’alma
ser tão sua

beijo de brisa que sulca
o pelo felino
riso menino
sob o som de violino

derramas por taça de volúpias
seara de nirvanas
és minha linda borboleta sedutora
que pousa embevecida
em mar de chamas

vestir-me de você nesta hora
hora escarlate
que transpassa
como amar e sonhar
no bojo tépido e macio
de uma bela acácia

nos teus braços
renascer em uma fonte
de generosa doçura
neste cárcere paradisíaco
quais flamingos alados
em ternura

em meio aos teus lábios & versos
 sinto-me flutuar em espiral
na cadência de milhares de arraias
dentro de um balé vertiginoso,
divinal

em você
como nas mais raras e belas flores
só devem pousar borboletas
com multicoloridas asas de seda
e delicadas anteninhas de ouro

ficas ainda mais bela
de sobretudo caramelo
os anéis de seus cabelos me anelam
ao roubarem beijos
dos seus lábios de mel
como travessos colibris.

 Sua presença!
Quão maviosa!
Chegar assim,
nesta doce intimidade solar
trazendo nas suas asas de amor
a fagueira calmaria do mar

como derramas n’alma
sob densas matizes
sua generosa cesta de cores
és tão leve, tão luz, quão linda!
a pousar e repousar teus afetos
sobre os meus 
mais tênues sensores

faz-se toque entre cílios
feixe de gérberas
caldo de luar
reinventa num sopro melífluo
novas nuances
para o verbo amar

faz-se beijo de brisa
cantinela de riachos
langoroso esvair-se da onda na areia
num que de ofertar

faz dos teus mansos fulgores
em minhalma,
um perene palpitar

O que continuará a existir sem você?
Pois quando o amor, generoso
derrama-se dos seus lábios sobre nós,
ele produz n’alma, o sublime frescor
de um novo
e orvalhado amanhecer

banhar-se na volúpia e no deleite
dos teus rios de dor sem imagens
incendiando-me com as paisagens
evanescentes do amor

 
Uma e muitas vezes
brincar com o teu sorriso,
sorriso?
Ou um diamante que brilha?
Ou o céu que se anila?
faz lembrar,
a primeira estrela que cintila

Será que há mais mel
no bojo da acácia
quanto na terna mansuetude
de seus belos olhos?

Será que há mais
delicadeza & sensualidade
nas curvas da tulipa escarlate
quanto na leveza sinuosa
de seu lindo talhe
coleante de prazeres?

Que tal este presente amor meu:
a lua me sugeriu
um vestido de néon
o céu, uma tiara de estrelas
o mar, um multicolorido top
de conchas e corais

Não será pelo teu sopro
que abrem-se as acácias
e sorriem as buganvílias
enamoradas?

Afinal?
Que jóias a troucheram 
do mar profundo?
As flores das estrelas,
o mel do mundo?

Pedaços de cereja
teus lábios túmidos
a cantar o amor
somente o amor
em meus submundos

Quem é você?
que com os teus encantos e deleites
faz até mesmo
anjos & diamantes luminosos,
anoitecerem?

São as luzes das rosas
que iluminam tua alma?
tormentas amargas recuam
ao teu pedido de calma

Tu me fez ver na queda
suave passo de dança
fez da tola ambição
e da nociva prepotência
pura ternura de criança


Davi Cartes Alves


Imagem - escultura
Jean Pierre Augier










.



Alma Flamenca





Chama cambiante,
salamandra irrequieta,
vulto-sopro sensual
a desferir laminas & volúpias
costurados em vestido,
em arraias de seda

bela dançarina flamenca,
sapateias na voraz ilusão de possuir-te,
sou teu emudecido espectador
enternecido camponês madrilenho
na viril multidão estupefata,
petrificada

alma ferina, charme provocante,
meneios e requebros asfixiantes
ritmo vigoroso, estonteante
olhares fulminantes de desprezo,
hipnose
num enlear-se apaixonante

partiste meu coração ao meio
e fizestes dele
castanholas escarlates
a produzir musicalidade vigorosa,
causticante n’alma

palpitante rosa cálida
dardejando nos sentidos
tuas pétalas de fogo
qual revoada
de pássaros incendiados

tua presença embevece,
engolfa-me
em delirius & devaneios
na maviosa sonoridade
que enfeitiça e emudece

cravos imprestáveis,
touros indomáveis,
na arena milenar
dos confins da Andaluzia.



Davi Cartes Alves









O Livro




" O livro quer ser dominado
pra lhe ensinar
           a como dominar "

.

flor d'alma






 Em você
como nas mais raras e belas flores
só devem pousar borboletas
 com multicoloridas asas de seda
  e delicadas anteninhas de ouro



             
                                                             



Davi Cartes Alves









evanescentes




Banhar-me
no teu rio de dor
sem imagens
 incendiando-me
com tuas paisagens
 evanescentes de amor



Davi Cartes Alves


.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Onde a brisa faz poemas






Já pó
o esqueleto trêmulo
de um galho no fogo,
balbucia
seus finalmentes

no dia seguinte
só as gotas da garoa fria
lembraram-se dele
inserindo-lhes
suaves sulcos de piedade

dependurados
uma ligeira coloração
de vergonha
vestiu os rostinhos
dos caquis cafés

segredos empedernidos
debatem-se
nas mansardas escuras
de um coração
bandido & macaio

sobretudo
quando o coração
é luar em chamas
transmontando altaneiro
por tuas searas
de nirvanas

conchas ocas
ressecadas
juntando tudo na areia
mas com uma pressa tímida
se viu?

Claro bem!
Ela ficou tão feliz
porque rasgou seu catalogo
de pecados marinhos,
ué!

Depositando-os
tipo:
mau me quer - bem me quer
lá bem lá pra donde
a brisa faz poemas
e broas de gergelim

e a lembrança daquele hálito
adocicado por chá e geléia
hummm

foi quando a brisa
segredou-lhe que uma ponte
nunca fica desapontada
quando são as crianças
descalças
que atravessam-na
ruidosas

Então,
teça tecelão do vento!
Pois a poesia
não nos diz
pra onde vai a beleza
quando a pétala
 desprende-se da jovem rosa
rabiscando de carmim
o ocaso ...


d’alma




DAVI CARTES ALVES


.











quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Tia Joaninha





O mundo seria tão outro
se tivesse sequer um pouquinho
dessa tua doçura tia
dessa paz
desse querer bem,

desta generosidade,
deste olhar afetuoso,
deste enorme coração.

suas palavras
sempre confeitas em ternura
repassadas na suavidade daqueles
que tem n’alma o dom de confortar,
acolher e sarar

na alma da tia
sempre um vidro de bálsamo
para nossas chagas abertas
sempre um cesto de bondades
pras nossas peraltices

sempre a beleza ímpar
como de milhares de
joaninhas multicoloridas
pontuando os is de nossas vidas
agora
tristes e incolores
sem a tua iluminada presença

Deus sabe disso tia
e não se esquece dos seus
Ele irá cuidar bem da tia
e da mãe
e a vó



DAVI CARTES ALVES


.


Saudade





Olhos vazios
 anjo de chafariz
vandalizado, a asa quebrada
vendo a agua jorrar pura
ante ao musgo do tempo
purificando-se
 do seu catálogo de pecados
lacrimejando elegías de adeus
para estes olhos
 a saudade
é um sopro de areia marinada
que ainda dói
minhalma
sem as tuas imagens
deserto
de lâminas frias
de doridas
elegias.


                                     

                 
  DAVI CARTES ALVES






segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

2011 - É TEMPO DE RECOMEÇAR !!!






Quando a dor da um tempo
precisamos fazer das lágrimas
flores de cristal
porque o bonde da vida
já virou lá na esquina
e as plantas sequer
foram regadas



  DAVI CARTES ALVES


.





sábado, 1 de janeiro de 2011

Quando você foi embora






Emergiam
em meio aos nossos lençóis
rosas douradas
perfumadas
com o nosso amor


sublime amor
engolfado no balé
de suaves carrocéis
e arraias de seda

pois o amor sempre foi
nosso banho de mar primeiro
enquanto você comandava
e direcionava
nossas carruagens de neon


depois
quando você foi embora
só queria tanto
ter lhe dado
um último abraço
terno & afetuoso abraço


e ali
naqueles segundos eldorados
tentar bisbilhotar
no teu coração
algo do meu

tão seu




                                                         F



 DAVI CARTES ALVES