sábado, 8 de janeiro de 2011

Onde a brisa faz poemas






Já pó
o esqueleto trêmulo
de um galho no fogo,
balbucia
seus finalmentes

no dia seguinte
só as gotas da garoa fria
lembraram-se dele
inserindo-lhes
suaves sulcos de piedade

dependurados
uma ligeira coloração
de vergonha
vestiu os rostinhos
dos caquis cafés

segredos empedernidos
debatem-se
nas mansardas escuras
de um coração
bandido & macaio

sobretudo
quando o coração
é luar em chamas
transmontando altaneiro
por tuas searas
de nirvanas

conchas ocas
ressecadas
juntando tudo na areia
mas com uma pressa tímida
se viu?

Claro bem!
Ela ficou tão feliz
porque rasgou seu catalogo
de pecados marinhos,
ué!

Depositando-os
tipo:
mau me quer - bem me quer
lá bem lá pra donde
a brisa faz poemas
e broas de gergelim

e a lembrança daquele hálito
adocicado por chá e geléia
hummm

foi quando a brisa
segredou-lhe que uma ponte
nunca fica desapontada
quando são as crianças
descalças
que atravessam-na
ruidosas

Então,
teça tecelão do vento!
Pois a poesia
não nos diz
pra onde vai a beleza
quando a pétala
 desprende-se da jovem rosa
rabiscando de carmim
o ocaso ...


d’alma




DAVI CARTES ALVES


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