segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Grande Sertão Veredas – Frases







“ Nhorinhá , florzinha amarela no chão
(..) e tudo nesse mundo podia ser beleza”




“ graça de carinha, e riso e boca
os compridos cabelos, num esquadro de janela”



“ tudo o que era corpo era bom cansaço”



“ aquela visão de pássaros, aquele assunto de Deus”


“ a flor do amor tem muitos nomes”





“ aquilo é poço que promete peixe”


“ como em fala de livros o senhor sabe ,
bel ver, bel fazer, bel amar
o que uma mocinha assim governa,
sem precisão de armas e galope "





"a espécie do que senti, o sol entrado”



 

“ saí de lá aos grandes cantos, tempo de verde no coração,
  numa alegria feito nuvem de abelhas em flor de araça”



“ o sol em pulo de avanço”



“ amigo é o braço e o aço,
eu gostava dele na alma dos olhos”



" Riobaldo, a colheita é comum, mas o capinar é sozinho" 


“ Falavam os rifles, festa de guerra...”

“ aquele homem fazia frio feito caramujo parado na sombra”

“ pedia biz, pedia triz, Deus governa grandeza”

“ daquela mão eu recebia certezas”

“ o luar que põe a noite inchada”


" na cama daqueles desertos sem pássaros"

 

 

“ O Reinaldo disse : Era, mas o dito assim botava surpresa. E a macieza da voz, o bem querer sem propósito, o caprichado do ser, e tudo num homem de armas, bem jagunço”

“ só um bom tocado de viola é que podia remir a vivez de tudo aquilo”



“ águas pra fazerem minha sede”

“ a luz da candeia bailante, feito formosura de moça”

“ trabucar duro pra dormir bem”



“ Ah! mas com ele até o feio de guerra podia alguma alegria, tecia seu divertimento”

“ como Zé Bebelo simplificava os olhos”

“ O azeite da lua (..) com foras e auroras
e deu aquele vento trazedor: chegou a chuva”




“ A parança se foi numa vereda sem nome nem fama,
corguinho deitado demais, de água muito simplificada”


“ a gente só sabe bem, aquilo que não entende”


“  Titão Passos esperava desolhadamente (...) 
tão sério, com as mãos ajuntadas em frente da barriga,
só esperando o nada virar coisas”


“ reinou zoeira de folia, eu estava que impava,
 a gente estava desagasalhado na alegria, 
feito meninos”


“ O rio desmazelado, livre, rolador”


“ o que é de paz, cresce por si, (...) 
quando a gente dorme , vira tudo,
vira pedra, vira flor”




“ naqueles olhos e tanto de Diadorim, o verde mudava sempre,
com a água de todos os rios em seus lugares ensombrados(...)
 eu sendo água me bebeu,
eu sendo capim me pisou, 
e me ressoprou eu sendo cinza”


“ saudades, dessas que respondem ao vento, 
saudade dos Gerais, aquilo me transformava,
me fazia crescer de um modo, 
que doía e aprazia”




“ que no céu só vi tudo quieto, só um moído de nuvens(...)
e  tantas cordas de chuvas esfriavam as cacundas daquela serra”




“ uma musiquinha até que  podia ser dançada, 
só o debulhadinho de purezas, de virar-virar”




“ Otacília sendo forte como a paz, 
feito aqueles largos remansos do Urucuía”


“ a liberdade é assim, movimentação”


“ Aquele mundo de fazenda, sumindo nos sussurros, os trastes grandes,
 (...) a cal nas paredes idosas, o bolor”



“ alembrado de que no hotel e nas casas da família, na Januária, se usa toalha pequena de se enxugar os pés, e se conversa bem.  Desejei foi conhecer o pessoal sensato, uns em seus pagáveis trabalhos, outros em seus descansos comedidos, o povo morador(...)  
a passeata das bonitas moças , uma flor airada 
enfeitando o espírito daqueles cabelos tão certos”




" cabem é no brilho da noite, aragem do sagrado, absolutas estrelas" 



" na coruja, um retiro taperado (...) que mesmo como coruja era , de tristes gargalhadas, porque a suindara é tão linda, nela tudo é cor que nem tem comparação nenhuma, por cima dos riscos, sedas de brancura " 
" a gente se comportava, de parar ali, envelhecendo os dias" 


" a mó do moinho, que nela não caindo o que moer, mói assim mesmo, si mesmo, mói, mói..."


" Olhei para cima: pegaram nas nuvens do céu com mãos de azul"


" a gente muito rimos todos"



" Como os rios não dormem. O rio não quer ir a nenhuma parte, ele quer chegar a ser mais grosso, mais fundo..."



" O mundo meus filhos é longe daqui!



" Ah! Essas estradas de chão branco que dão mais assuntos á luz das estrelas"



" razão e feijão todo dia dão de renovar"



" Para ele por pobreza, tirei meu chapéu e conversei com pausas"



" O sertão é confusão em grande e demasiado sossego"



" Pouco se vive, muito se vê"



" Porque a vida é mutirão de todos, por todos remexida e temperada"



" mas eu tinha conseguido encher em mim causas enormes"



" conselho de amigo se merece por ser leve ,feito aragem de tardinha palmeando em lume d'água"



" me lembrei da luzinha de meio mel, no demorar de olhares dela, (...) a docicez da voz, os olhos tão em sonhos" 



" remei minhas perguntas,
o sertão não tem janelas nem portas, e a regra é assim:
Ou o senhor bendito governa o sertão, ou o sertão maldito vos governa "



" um lugar conhecia o outro é por calúnias e falsos levantados, as pessoas também, nessa vida "





" a gente gastou o entendido, mas muito razoável falou "



" o contrato de coragem de guerreiros (...) não é com dares e tomares "



" a vida é um vago variado, a vida é muito discordata. Tem partes, tem artes, tem as neblinas de Siruiz, tem as caras todas do cão, e as vertentes do viver"





" Um primeiro sono sim, o resto foi ondas. Reprazer crú dessa espiritação, eu ardia em mim em satisfa contente, feito fosse véspera duma patuscada "



" Eu só não me desconheci, porque bebi de mim esses mares"





" ali tinha carrapato (...) que é que chupavam por seu miudinho viver ? "





" aquilo que de chuvas de flor dói em branco "



" Treciziano, o bruto . Era fraco de paciência, pra falar a ele só a cajado! E pegou a malucar? "



" Na cintura a tiracol (...) se arranjou para ela par de alpercatas (...) pudesse até com as unhas dos pés me matava"



" Mas os olhos diferiam de tudo, eram pretos repentinos e duráveis, escuros secados de toda boa água"



" Ser chefe as vezes é isso: que se tem de carregar cobras na sacola, sem concessão de se matar"



" a esses muitos desertos com gentinha pobrejando"



" de ser o Felisberto, o que por ter uma bala introduzida na cabeça vez em quando todo verdeava verdejante, como ja foi dito. Então elas duas pensaram em se mandar o Felisberto entrar para provar do café também, dando que não é justo ficar um desconfortado no sereno, enquanto outros se acontecem (...) no sertão tem de tudo "




" - o sertão é bom?  
  - o sertão não é malino nem caridoso, mano oh mano! Ele tira ou dá, ou agrada ou amarga, ao senhor... "



" Quantas coisas terríveis o vento das nuvens havia de desmanchar, para não se sucederem? 



(...) O sertão não chama nimguém as claras, mais porém se esconde e acena, de repente o sertão se estremeci debaixo da gente "



" eu aguentei tudo que é cão e leão "




" lá o ar é repouso (...) sossego traz desejos" 



" de Nhorinhá , casada com muitos, e que sempre amanheceu flor"



" e os olhos água-mel em verdolências que me esqueciam em Goiás"



" céu há, com esplendor, e aqui beleza de mulher, que é sede "



" sertão sendo do sol e os pássaros que sempre voam, ás imensidões, por sobre travessia perigosa, mas é a da vida, (...) bambas asas"


" Tuscaminho Caramé, que cantava bonita voz, algûa cantiga sentimental "



" vão da noite, quando o mato pega a adquirir rumôres de sossegação"



 " e de miúdo eu dava de comer a minha alegria"



" e agora se tem, que dê? A pois."



" só comandei, comandei o mundo, que desmanchando todo estava.  Que comandar é só assim: ficar quieto e ter mais coragem"



" se não virei deus, também com o demo não me peguei"


" Macambira das estrelas 
quem te deu tantos espinhos? 



" madrugada de meia-noite a lua ja estava muito deduzida,
 o morro e o mato misturados"



 " Quem sabe o que estas pedras em derredor estão aquecendo? E que uma hora vão transformar? De dentro da dureza delas, como pássaro nascido?
Só vejo segredos" (...) como cachorros correndo os ventos"



" Ainda vi com ele, com a mão tão suave em paz, e tão firme em guerra"


" somente foguinhozinho avoável assim azulmente" 




" o ninho deles tão reduzido em artinha "





 " cá o céu tomou as tintas"




" o amor, pássaro que põe ovos de ferro"





" Sei o grande sertão? Sertão: Quem sabe dele é urubu, gavião, gaivota, esses pássaros, eles estão sempre no alto, apalpando ares com pendurado pé, com o olhar remedindo a alegria e as misérias todas "





" sertanejos mire e veja: o sertão é uma espera enorme"





" era  uma noite de toda fundura"





" se podia nadar no sol"





" as árvores com gotejos"




" Perto de mim veio grão de aço, tudo ali era maldição, as sementes de matar"



" O querer bem da gente se despedindo feito riso e soluço, nesse meio de vida"




" Epa chefe! Respondi! Eh, êpa! "





" O sertão me produziu, depois me enguliu, depois me guspiu , do quente da boca"




" Ia indo nu, nu, feito perna de jaburu"



" jaburú e galinhol e garça-branca, a garça - rosada que repassa em extensa no ar, feito vestido de mulher"



" As horas é que formam o longe"





"  onde tem cachoeira de escadinha"




" O menino Guirigó (...) ele era um menino, o cego Borromeu fechava os olhos. Tive pena. Eu disse: vocês tem paciência, meus filhos, o mundo é meu mais é demorado "



" Ah , o senhor pensa que morte é choro e sofisma.
     Terra funda e ossos quietos "




" mesmo o que vi, aquele mexinflól"




" No céu um pano de nuvens,
      subi os abismos,
    eu estou 
        depois das tempestades"




 " a senhora conheça dona, um homem domõiado que foi, mas que já começou a feder, retalhado na virtude do ferro"







   " Que Diadorim era o corpo de uma mulher, moça perfeita... Estarreci. A dôr não pode mais do que a surpresa"




" O senhor vai ver, pessoa de tal rareza, como perto dele todo mundo para sossegado e sorridente e bondoso"




" O rio Abaeté, que é entristecedor de belo"



" No tempo de maio quando o algodão lalã, tudo   branquinho"



" O diabo não há! É o que eu digo, (...) Existe é homem humano.  Travessia"




 O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso me alegra, um montão


 



“ sertão 
 é dentro da gente”











 Grande Sertão Veredas - João Guimarães Rosa

 




































quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Fomandos 2011 - Homenagem aos Mestres - Davi Cartes Alves














Em uma escola estadual do interior do Brasil, foi perguntado aos alunos de uma quinta série:

Qual é o seu maior sonho?

A professora pediu para os alunos anotarem suas respostas numa folha e entregarem para ela.
Algumas respostas eram até previsíveis: ajudar a familía, comprar uma casa para a mãe, tornar-se jogador de futebol, estudar, ser alguém na vida...

Mas uma resposta chamou a atenção da professora de um modo especial.
Pois o garoto escreveu que:

O  maior sonho que podemos ter : é poder realizá-lo!

Pensando nessas palavras, queremos agradecer àqueles que , de uma forma muito especial, nos ajudaram a realizar este sonho,  iniciarmos e concluirmos com êxito  nosso Curso de Letras: 

Aos nossos mestres, professores dedicados, nosso sincero agradecimento, nosso muito obrigado por nos mostrarem que é possível sim, com esforço e dedicação, com comprometimento e perseverança, realizar os nossos sonhos.

Cada um de vocês com seu jeito peculiar, de muitas maneiras , em diversos momentos desses  anos, nos motivou, nos encorajou , nos deu a força necessária para avançarmos .

Obrigado mestres. Vocês despertaram em nós a admiração e o respeito, pois como a nossa turma de Letras, vocês também não desistiram, nos acompanharam nessa caminhada, nos ajudaram a nos conhecermos mais profundamente, a tomarmos consciência da nossa capacidade, do que podemos realizar,  e aonde  queremos  e podemos chegar!

Vocês, mestres, nos mostraram que precisamos ter sensibilidade para perceber tanto as dificuldades como os talentos naturais dos nossos alunos. 

E tanto para sala de aula, quanto para a vida , vocês nos deram inúmeros exemplos de que, compartilhar com generosidade os conhecimentos que adquirimos, faz toda a diferença para a qualidade da educação.

Junto com os colegas de turma aqui presentes, a quem agradeço o privilégio de poder representá-los neste momento, queremos lhes dizer que vocês lançaram as sementes com o devido cuidado e carinho, para que elas germinem, como disse o poeta:

 Com a força de todas as florestas!!!
                                                                       
 Muito obrigado!!





  DAVI CARTES ALVES

















sábado, 20 de agosto de 2011

Paiol Literário com Bartolomeu Campos de Queirós





“ Quem sabe as coisas faz livro didático e quem não sabe faz literatura, se você tem uma coisa a afirmar, você não tem que fazer literatura, literatura é uma conversa  sobre as dúvidas, é uma  conversa sobre as delicadezas, sobre as faltas, não é uma conversa crua como desejam as ciências exatas, a literatura é mais delicada, ela trabalha com as dúvidas e com as incertezas, com as inseguranças, com as faltas, que são coisas que nos unem ”


“ Nascer é afastar-se em lágrimas do paraíso, é condenar-se a liberdade”


“ escrevemos para fazer carinho na gente”







“ O pássaro não deixa marcas por onde voa, 
o peixe não deixa rastro por onde nada (...) 
Eu suspeitava que o embaraço das letras,
amarrava segredos que só o coração decifra”




“ A metáfora é onde o escritor se esconde e poe asas no leitor ”
                                              
                                Bartolomeu Campos de Queiróz 

 Teatro Paiol
Curitiba - Paraná - Brasil

Agenda do Paiol Literário 2011 - Próximos meses



9 de Agosto
MÁRCIO SOUZA nasceu em Manaus (AM), em 1946. Aos 14 anos começou escrevendo críticas de cinema para um jornal local e em 1965 deixou Manaus para estudar Ciências Sociais na Universidade de São Paulo. Seu primeiro romance,Galvez, Imperador do Acre, foi um enorme sucesso de crítica e de vendas. É autor ainda de Mad Maria, A ordem do dia, O mundo perdido, além da tetralogia Crônicas do Grão-Pará e Rio Negro. É também roteirista de cinema, dramaturgo e diretor de teatro e ópera. Dirige atualmente o TESC (Teatro Experimental do Sesc do Amazonas), grupo teatral que foi pioneiro na luta pela preservação da Amazônia.


5 de Setembro
RUY CASTRO nasceu em 1948. Começou como repórter em 1967, no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, e passou por todos os grandes veículos da imprensa carioca e paulistana. A partir de 1990, concentrou-se nos livros. Publicou, entre muitos outros, as biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, e obras de reconstituição histórica, sobre a Bossa Nova, Ipanema e o Flamengo. É autor do romance Era no Tempo do Rei.


23 de Setembro (Bienal do Livro do Recife)
RONALDO CORREIA DE BRITO nasceu em Saboeiro (CE), em 1950. É médico e escritor, autor dos livros Retratos ImoraisFacaGaliléia, A noite e os Dias,O Pavão MisteriosoO Livro dos Homens. Também é dramaturgo, e escreveu as peças Baile do Menino DeusBandeira de São JoãoArlequim. Atualmente, assina uma coluna semanal na revista Terra Magazine, no Portal Terra. Vive em Recife (PE).


17 de Outubro
NUNO RAMOS é escritor e artista plástico, nascido em 1960, em São Paulo (SP). É autor deO Mau Vidraceiro (2010), Cujo (1993), O Pão do Corvo(2001), Ensaio Geral (2007) e Ó (2008, Prêmio Portugal Telecom de Literatura).


8 de Novembro
MARTHA MEDEIROS nasceu em Porto Alegre (RS), em 1961. É colunista do Zero Hora e deO Globo, e autora de livros como Strip-teaseToplessSelma e Sinatra, Divã, Fora de Mim, entre muitos outros.



Apoio 









maviosa






Tem muito dos teus lábios
na languidez  daquela rosa
tem muito da tua pele
nessas tulipas 
maviosas


DAVI CARTES ALVES