terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Oficinas de Análise e Criação Literárias











domingo, 15 de janeiro de 2012

Um pouco mais da brisa quieta




 Um pouco mais da brisa quieta
delírios do sol
mar em seresta
deixar que a dor de nossos ontems
ilumine a paz
de outros sonhos.





Paul Cézanne





" Realista que se inicia sob o signo de Daumier e de

Courbet, nem por isso deixa de cultuar Delacroix, o criador de

antíteses coloridas tão sonoras quanto as da poesia de Victor  Hugo.

 Cézanne admira a maestria plástica de Rubens, e é um

eterno fascinado pela doçura, a elegância, a poesia do

classicismo romano de Poussin. Nessas admirações, nesses

mestres divergentes, já encontramos a chave do enigma

cézanneano. "






(Fragmento adaptado de Mário Pedrosa, Modernidade lá e

cá: textos escolhidos 4. São Paulo, Edusp, 2000, p.117)
 
Fundação Carlos Chagas - Prova TRE PE, 2011
 
 
 
 
 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Crepuscular





Há no ambiente 
um murmúrio de queixume,
de desejos de amor, 
d'ais comprimidos
uma ternura esparsa de balidos,

sente-se esmorecer como um perfume
as madressilvas murcham nos silvados
  e o aroma que exalam pelo espaço,
tem delíquios de gozo e de cansaço,
nervosos, femininos, delicados,

sentem-se espasmos, agonias d'ave,
inapreensíveis, mínimas, serenas...
  tenho entre as mãos 
as tuas mãos pequenas,
  o meu olhar no teu olhar suave

as tuas mãos tão brancas d'anemia...
os teus olhos tão meigos de tristeza...
  é este enlanguescer da natureza,
este vago sofrer do fim do dia.



Camilo Pessanha















quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O que é a vida ?



" É respirar baixo pra chamar o vento "


                                                
                                               
                                            Fabrício Carpinejar - No programa Provocações

















terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sociedade do espetáculo







“Nosso tempo prefere a imagem à coisa, a cópia ao original,
a representação à realidade, a aparência ao ser. 
O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.”

Essas palavras do
filósofo Feurbach nos dizem algo fundamental sobre nossa época.

Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições
modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação
de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai
na fumaça da representação.

As imagens fluem desligadas de
cada aspecto da vida e fundem-se num curso comum, de forma
que a unidade da vida não mais pode ser restabelecida.
O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a
própria sociedade e seu instrumento de unificação. 

Como parte
da sociedade, o espetáculo concentra todo o olhar e toda a consciência.
Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido e da
falsa consciência. O espetáculo não é um conjunto de imagens,
mas uma relação entre pessoas, mediatizadas por imagens.
A alienação do espectador em proveito do objeto contemplado
exprime-se assim: quanto mais contempla, menos
vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes,
menos ele compreende a sua própria existência e o seu
próprio desejo. 

O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos aparentes, apresenta-se
como algo grandioso, positivo, indiscutível e inacessível.
A exterioridade do espetáculo em relação ao homem que
deveria agir como um sujeito real aparece no fato de que os
seus próprios gestos já não são seus, mas de um outro que os
apresenta a ele.

Eis por que o espectador não se sente em casa
em parte alguma, porque o espetáculo está em toda parte. Eis
por que nossos valores mais profundos têm dificuldade de
sobreviver em uma sociedade do espetáculo, porque a verdade
e a transparência, que tornam a vida realmente humana, dela
são banidas e os valores, enterrados sob o escombro das
aparências e da mentira, que nos separam, em vez de nos unir.

 
 (Adaptado de Maria Clara Luccheti Bingemer, revista
Adital)



 Da prova do TRE Alagoas 2010 - FCC