sábado, 23 de fevereiro de 2008

GARIMPAGEM DE DIAMANTES NAS SEARAS DA LITERATURA 6

“ repouso a cabeça no seu peito,
ao som do mar descem as nuvens do céu
nem mais um sofrimento!
um sono fecha-me as pálpebras,
como borboletas que dormissem ”

“ um olho me espia e sua carne é violeta , as paredes úmidas absorvem toda sombra de luz, imagino que é assim que alimentam os cogumelos a noite ”

“ na vida, como na literatura, não há nada menos elogiável do que o narcisismo, sobretudo do que é bobo ... Minha prosa é construída de alto a baixo, embora sopre pelas frestas, uma brisa de poesia que me foge ao controle ”

“ seja o personagem que quase consegue ter uma relação com uma bailarina, ... e tem as órbitas acesas como pedras de carvão ” ... e devagar as janelas os olhavam ”

“ aqueles pulsos tão delicados que parecem um caule a se quebrar, levaram muito tempo pra se tornarem tão brandos ”

“ depositei meu coração em tuas mãos de cetim, mas você vive tropeçando com ele ”

“ por quê muitos acham que a melhor forma de se livrar de um amor infeliz, é sofrê-lo até o fim? Qual objeto desejado & detestado? ”

“ vida no interior, ou o interior da vida? Disto deve dar conta a literatura”

“ a literatura é um arquipélago de autores e obras, sobrenadando num oceano de luminosa solidão ”

“ ... a gaivota segue planando e dialogando com o azul, faz bem aos olhos e a alma contemplar por um instante, apenas a gaivota e o risco de beleza que se inscreve no ar ”

“ A sedução da Palavra a indicar, a cada página, que muitas são as formas da sedução pelo verbo, que ateia o fogo dos significados ”

“ Posso discordar de tudo o que você diz, mas morro pela sua liberdade de dizê-lo ”

“ Há em nosso meio, pessoas com muito verniz, e pouca raiz...”

“ temo que meus filhos por nascer, não vejam mais o céu azul e a grama verde...”

“ Quem pensa com mais profundidade, ama o que tem mais vida ”

Uma nova manhã e seu mertiolate





Dayane, quem levou teu sorriso, que devorava nossas almas enlevadas, 
sua graciosidade, faceirice, encanto? 

Quem furtou a tua segurança de outrora, a tua convicção nas respostas, teu caminhar tão lépido, ágil, picando o chão, tua consciência de poder supremo, tua auto-suficiência tão imantada, enchia-nos de um querer-te tanto: “ tá então tchau!! ”, e para nós o Jardim Botânico transforma-se  no cálido Kalahari sem suricatos.

Quem apagou o brilho se seus grandes olhos límpidos, negros, e esfuziantes?
Lanchar com você no Dog do Queko, bebendo gasosa Xereta, enchia-nos de orgulho, falávamos alto entre a gente moça.

Teu beijo de despedida era tão aguardado, o premio de viver, depois, acariciava meu rosto, sorria pras estrelas me olhando da janela do quarto, elas me sorriam uma esperança, embalsamada em pudor de criança.

Me envolver naquele ritual de enleio , ao contemplar aquele seu jeito de corrigir os cabelos, os braços, nus, frescos, macios, em arco, como se tu fosse executar um passo de bailarina, leve, felinamente delgada, olhando pra nós petrificados, aquelas madeixas em anéis de seda que prendiam-me quais algemas n’alma.
Mudança Gradual

Oh Dayane, por quê atirar teu coração a pit bulls esfomeados, que só querem tua pele de mel, e seu coração sacrificam ao Deus Banal, ou melhor, ao Nabal de Abigail, ou ao Brutal da ..... que pariu, por quê deixar cavalos insanos pisotearem tua alma de flor, com velhas ferraduras?

Oh Day, não jogue assim suas “pérolas preciosas a porcos” mutilados de alma, ensandecidos, com cara de mau, não deixe mais cravarem em seu pescoço de cetim, suas presas como sanguessugas, para esvaziar sua alma melíflua, sugando todo o seu leite de rosas.
Não negocie assim sua altaneira estima de fada, em troca de um “ belo” invólucro que carrega dejetos de antes de ontem.

Dayane, quase entrei em pânico, quando o Zeca ligou do Terminal do Pinheirinho, e me disse pressuroso, arfante, que você estava chorando naquele banco perto do ponto do ônibus Fazenda Rio Grande, chegamos correndo, é incrível como tem gente no Terminal do Pinheirinho, parece que tem um chafariz de gente naqueles túneis escuros, onde agora , forram o chão com uma colorida colcha de retalhos de dvds a 3 por 10, como borbota gente e mais gente a granel , ejetadas a centenas.

Cortou a alma ver-te , cabisbaixa, sorumbática e taciturna, chorando a cântaros, lágrimas aos cachos, aos molhos , tua mãozinha nacarada, com um estojinho de Aldol em uma, entre comprimidos no chão, no colo, no cabelo, e na outra, um resíduo de bombom caseiro de morango, manchando o best seller da Ronda Byrne, The Secret.
O mais triste, é ver você render-te a toda essa angustia, só porque aquele sapo bombado além de quebrar todas as suas varinhas de condão que tanto nos enfeitiçaram, não quer mais o teu beijo, que tanto desejamos.

Oh Dayane, quem levou teu sorriso, que devorava nossas almas enlevadas, sua graciosidade, faceirice, encanto? Quem furtou a tua segurança de outrora, a tua convicção nas respostas, tua auto-suficiência tão imantada, que nos enchia de um querer-te tanto, “tá então tchau!! ”, e o Jardim Botânico transformava-se em Kalahari sem suricatos.
Lembro-me, como seguravas firmes na mãos, as rédeas do charme, do encanto, fascínio e sedução!
Quem apagou o brilho se seus grandes olhos límpidos, negros, e esfuziantes? Que nos fuzilavam uma e muitas vezes? E agora, semi - cerrados, com grandes olheiras de guaxinim com febre amarela.

Quem foi capaz de fazer isso Day?

Day, quando o assunto é nossa felicidade, “quem não tiver mais pedras, que se atire”, reaja!! Esse é o segredo meu anjo de mel.

Vem , anime-se, vamos tomar um ônibus para o Jardim Botânico, sentir aquela brisa deliciosa de outrora, lembra? Correr atrás dos pombos, jogar conversa fora, ligar pra sua amiga Dora, tomar um sorvete de amora...



   
    DAVI CARTES ALVES





A MULHER DOS MEUS SONHOS

Se não consegui sequer
lhe dar um beijinho
em sonhos lhe banhava
em um mar de carinho

se não consegui sequer
lhe ter mais pertinho
em sonhos nos amávamos
na lua apaixonada, sob olhar sorridente
do cupido anjinho

se não consegui sequer
os anéis de Saturno, lhe trazer orgulhoso
num delicado estojinho,
( Rita Lee chegou antes )

Ao menos o piercing
e as maria – chiquinhas
num sonho de mel,
Ah! Eu dei um jeitinho

se não consegui sequer
lhe dizer te amo
bem alto ou baixinho,

no quarto recôndito, do meu coração
a colcha da cama esta estampada
em sedosa esperança,
com seu lindo rostinho.

A VIRTUDE ( Frases )

Em todas as facetas da vida,
é entre o equilibrio e a sensatez
que a virtude fixa,
a sua eterna residência.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

ALÉM DE TUDO ELA ESCREVE DIVINAMENTE

seus textos me arrebatam,
sua beleza me encanta, me fascina,
teu sorriso ímpar, devora minha alma
embevece, alucina.

PRECIPÍCIO

Se o próximo passo é o precipício
faça do amor, seu sol,
seu calor,
e da ternura na vida,
seu eterno vício.

O PERIGO OCULTO NA PRESSA

A pressa,
pregou uma peça
no querido Zé Lessa
afoito, “ pulverizou ” o sinal
tadinho, se deu mal

Saudade do Zé Lessa
generoso, discreto, sucinto
partiu dessa,

pra melhor???

sábado, 9 de fevereiro de 2008

LEVE, BREVE & SUAVE

Você sobra em beleza,
graciosidade e encanto
sua doçura,
enche meu viver de luz,
paz e deleite,
remanso

E esse seu sorriso?
leve, breve & suave
devora minha alma
aprisiona, fascina

teimando
em ficar impresso,
dócilmente na retina.

CONHECIMENTO versus SABEDORIA ( frase )

Muitos hoje, tem se assemelhado,
aos atuais computadores ultra-modernos,
ao passo que “armazenam” muito Conhecimento,
não possuem nenhuma,
Sabedoria.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

GARIMPAGEM DE DIAMANTES NAS SEARAS DA LITERATURA 5

“ Ela era limpa, cheirosa, e era macia. E como sabia se acomodar espremida pelo macho, como o entrelaçava, apresilhando-o com as pernas trigueiras, como o aceitava, secretando a vereda de seu faminto abismo ...”

“ A fortuna é perversa, se dá o pão, tira o miolo ”

“ É quando as pessoas saem que a casa enche, porque o silêncio é do tamanho das paredes da casa... agora a casa é grande, apenas pelo silêncio que é meu ”

“ A horda vaidosa se esquece que a arte da escrita exige sofrimento, não é sorrindo que se escreve um livro ”

“ Até quando o lixo perfumado continuara inebriando os nossos editores, livreiros e coleguinhas da imprensa? ”

“ Era uma mulher de poucas palavras, gosto de gente de poucas palavras. O mundo tem sons em demasia, mesmo que cortássemos a língua de metade de todas as pessoas que vegetam sobre a face da terra, ainda assim o barulho seria insuportável ”

“ Alguns inclusive ainda nem lançaram livros, a despeito de participarem de antologias, eventos e de escreverem em blogs, como a escritora Maria Alzira Lemos. O mais instigante é que eles tem conseguido colocar a literatura brasileira em pauta, alimentando polêmicas, ou eventualmente combinando movimentação com qualidade literária . ”

“ Para fazer um bom romance, não adianta ter um bom texto e um protagonista na cabeça. Pelo contrário, a opção por um protagonista único é ainda mais perigosa, pois ele terá que conduzir e conquistar o leitor por toda obra...”

“ A arte não é mais, que uma visão da realidade ”

“ Não importa o gênero, a vertente literária, somente degenerados podem se dedicar a espremer a alma, a perder o fôlego em troca de um punhado de palavras. ”

“ A autora não pesa a mão, é precisa na ourivessaria, e faz de A guerra dos bastardos, jóia das mais valiiosas. Imaginação cravejada de técnica 18 quilates ”


Afonso Romano de Sant’Anna :

“ A alma hoje esta o sol, há os beija-flores que só querem o mel da notícias, há se os jardineiros gostassem mais de flores que de folhas...”

“ Sejamos cruelmente delicados... curta o presente densamente, como quem toma um bom e velho vinho ”

“ reencontrar-se por um instante é conseguir surpreender o tempo, alargar mais a própria vida ”

“ Precisamos se ver mais, reunir o que a vida dispersa e fragmenta ”

“ O melhor amor é aquele capaz de desperta em nós, nossos melhores pensamentos ”

“ de paixão vivemos muito , de paixão morremos sempre ”

“ eles colhem flores no asfalto, e vêem a ternura na rispidez dos edifícios ”

“ O amor é uma paciente construção, a paixão é arrebatamento puro ”

“ Se não ficou exposto na úmida espera, paixão não era ”

NÃO DEIXE PRA DIZER QUE AMA, QUANDO FOR TARDE DEMAIS

Não adianta dizer que amava
Só no pé da cova rasa
Escrever na grinalda de perpétuas
Ou no vaso de crisântemos
Onde o térmita e o tempo
dissolvem tudo em relento

dizer que ama
com ternura de querubim
protege a alma do tempo
e do cupim

desde que proferido
em palpitante vida
uma e muitas vezes
dizer que amas
escrevendo n’alma querida
por cinzel em chamas

certamente,
não farás na sepultura
poroso drama

FLAMINGOS ALADOS

Salto do mar entre efusivos golfinhos
pincelo em nuanças carmesins
o crepúsculo matutino,
e em matiz escarlate,
o entardecer vespertino

meus cílios que se tocam com os seus
num beijo vertiginoso, mavioso
em seus lábios de cereja,
agora tão meus

Acaricia nossos pés
o resto da onda preguiçosa
estendendo sua alva colcha na areia,
teu corpo tão seda, melíflua sereia

Quando o céu é marchetado
por revoada de albatrozes
andorinhas rasantes,
pelicanos amantes

a musica do mar, doce realejo
e acordar no frescor dos teu abraços,
balbucio, deliro,
versejo

renascer na doçura dos teus braços,
entre os meus
quais flamingos alados
suavemente enamorados,

acordar, reviver...

NÃO QUESTIONE O TEMPO, COMPREENDA-O

Numa desafio de esgrima com o tempo
ele numa ginga lépida, olhar sagaz, investida voraz
eu ansiedade no pulso, pressa no ataque
na sua frente, fui esgrimista afoito, errante,
tomei o primeiro baque,

Num golpe na perna ,
tropecei meio manco
sua espada zás trás, outro talhe na cabeça
em vez de sangue,
um fio de cabelo branco

Quis revanche em um novo dia
Mas ele renasceu , com vigor de garoto
e eu acordava,
num mar de apatia

achei melhor ser amigo do tempo
esgrimir com ele a favor
e a roupa do embate, em homenagem a sua constância
nos seus braços depor

sem perder tempo
ele achou melhor assim
pedindo-me para abrir as mãos
miríades e miríades de relógios, de combatentes vencidos
esfarelou, como fino pó de alfenim

e quando faltavam apenas três
com ar de compaixão, mas sorriso irônico disse:
sorva a vida com ternura, com o olhar demorado
num minuto de cada vez
e não com essa velocidade morredoura
versus ansiedade suicida
como fizeram hoje,
esses últimos três.

A MEMÓRIA QUE TRAI

As vezes a memória lhe traz
afetuosamente pela mão
e lhe agasalha novamente,
neste teimoso coração.

OURIVESSARIA ( FRASES )

O poeta na sua arte
transforma uma simples vírgula
num delicado anzol de ouro,

“ pescando” de algumas palavras,
um inestimável tesouro.

A PRIMAVERA E O VERÃO

A primavera se despede
dócil e perfumada,
Num efusivo e radiante, tchaaaaauuuu
Lá vai ela, belíssima entre ninfas e borboletas
femininamente pueril
em seu fantástico vestido floral

o verão chega
calidamente iluminado, afetuoso, ruidoso
refresca as gengivas
mostrando os lindos dentes
num sorriso gostoso

A VIDA ( FRASES )

Nunca nimguém nos disse
que ia ser fácil
e nessa luta constante e profunda,

como dizia vovó:
" tu não é quadrado, se vire!!

emprestando do poeta:
" e quem não tiver pedras que se atire !! "

O " DETALHE " QUE VALE OURO ( ARTIGO )

Mas nesse posto aqui a gasolina é o mesmo preço daquele a um quilometro !!!
Meu anjo de mel, acontece que naquele a um quilômetro, eles oferecem um cafezinho que é uma delícia, e nesse friozinho de Curitiba, ele parece ainda mais delicioso. Ah sim, neste caso...

Hoje onde tudo é muito parecido, tudo se copia, onde nos é oferecido bandejas e bandejas de mesmices, onde muitos a nossa volta parecem estar numa linha de produção, mecânica, fria e desumana, um simples detalhe muitas vezes, recebe um verniz dourado, especialmente se esse detalhe visa o nosso bem estar.

Hoje as pessoas, são muito exigidas, cobradas, criticadas, se chegam em casa e repetimos toda essa tortura, não seria desumano? Por que não um elogio embebido em empatia, um elogio sincero, caloroso, revitalizador?

Certamente isso se aplica em vários campos da nossa vida, na família, no trabalho, na escola, ou com a vizinhança.

Um carinhoso beijo na testa , um singelo mas surpreendente vasinho de violetas, um por favor, repassado em doçura, um muito obrigado matizado de ternura, um elogio revestido de brandura, um sorriso como o da Monalisa, mas um sorriso, são detalhes que fazem a diferença, e que fazem com que as relações interpessoais fluam com suavidade e mansuetude em todas as facetas da vida.

Assim, quando esse detalhe passa pelas searas da educação, gentileza e cortesia, cultivamos e fortalecemos relações importantes a longo prazo, e protegemos a paz ao nosso redor. Muitos morrem prematuramente, por optarem pelo viés da ignorância e truculência, o trânsito é só um detalhe, ou um pingo , num oceano de exemplos. A ponto de dizerem terem visto a Dona Morte com sua foice reluzente, sentada em cima dum radar de trânsito, cortando a unha despretensiosamente.

Veja outro exemplo, a escritora paulista Paula Taitelban, escreveu certa vez num artigo que “ todos nós temos um que de abelha, sabemos produzir mel, mas mantemos nossos ferrões sempre prontos para o ataque ”, por isso é bom fazermos sempre uma auto-analise, quanto a o que estamos produzindo. Mais mel? Ou mais ferroadas? Parece só um detalhe, mas quando se repassa motivações e atitudes na doçura do mel, quão valioso e relevante esses “detalhes ”podem ser, não é verdade?

A ameaça diária e temerária do fim de grandes instituições vitalícias, como a família, o casamento, a fidelidade, o respeito e a dignidade para com o próximo, a banalização de tudo hoje, da vida, da morte, do sexo, do corpo, de Deus, tem feito com que, um simples detalhe que visa elevar o próximo, ganhe um verniz dourado e meritório.

Ah! Como eu gostaria que o “detalhe” nesse texto, fosse escrito em auto-relevo, como se sentíssemos ao tocá-lo no monitor, como se fora escrito em braile,

entretanto, como diriam muitos:


É só um detalhe.