domingo, 31 de janeiro de 2010

TUA PELE



Suave licor de jasmim
doce caldo de luar
feitura das asas em anjos
porejando o verbo amar



by  DAVI CARTES ALVES


LUA NUA



Esta noite a lua
não bebeu do teu sorriso
e resmungando, vaporosa
embriagou-se com Narciso

sábado, 30 de janeiro de 2010

SAUDADE




Do teu sorriso
esvoaçam sementes de amor
dos teus lábios
mel e frescor

no meu rosto
um vazio
sem mais os teus beijos
tuas palavras com alma

sublimes lembranças
confeitas em dor

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

SEDENTO COLIBRI






Ao contemplá-la
sorridente e enamorada
a desfilar em meio a jardins
de flores artificiais


flagrei pressuroso colibri
pairando sobre seus lábios
sedento do néctar melífluo e vital

nas flores da sua alma.


by  DAVI CARTES ALVES

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ELA TEM UM QUÊ DE PRIMAVERA




Ela não é só
uma linda
e sublime mulher

quando chega 
é a primavera despertando
suavemente n'alma

soltando cores
tecendo flores
a despejar generosa,
 beleza, harmonia
frescor & calma.






DAVI CARTES ALVES






























domingo, 17 de janeiro de 2010

ESTE AMOR, TEU AMOR, IMPOSSÍVEL AMOR




Doces nuvens espumosas
anunciam a tua noite
quando a lua em calda
derrama mais uma demão de fascínio
em teu corpo sedutor

Olhos teimosos e alagadiços
embaçam nesgas de tristeza
sob os retalhos a cambiar na retina
de sua asfixiante beleza

nos rios da ternura
imploro a suave e mansa correnteza
uma prece pelo meu coração
a dissolver-se escoadouro
para que eu mergulhe no
enlear-se das tuas marés
de bem querer



teus olhos límpidos e serenos
duas estrelas
a derramar fogo doce
em meus tenazes sensores

já tão subjugados

em teus dissabores


sabe lá o que será
desta paixão que acarinha pássaros
temerosos, palpitantes e fugidios
sob as tormentas


mas teima em acordar
beijando flores
de folhas escuras e amargas
raivosas e densas

que brotam n’alma
como espinhos
e laminas de areia



este amor, teu amor
impossível amor



by  DAVI CARTES ALVES













quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ENQUANTO ISSO, ANTES DA TEMPESTADE...



E essa tempestade agora meu amor
esqueceram de nós de novo!
Eta familia atrapalhada!
Não se aflija querida
que a nossa madeira é da boa
é, mas este varal é uma porcaria
ja arrebentou varias vezes
só quero vê,
fica fria, luz do dia
só vamos pular
que nem pipoca nesta corda bamba
se prepare
é a vida querida...




by  DAVI CARTES ALVES

O ENCONTRO




Entre brisas fagueiras
roupas a valsar no varal,
e a família,
esta enfim reunida.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

MULHER - ETERNA MUSA INSPIRADORA 2




Alquimia de prazeres & fragrâncias
da tua pele emanas
faz-se generosa e perene
seara de nirvanas

qual delicada borboleta
que pousa afetuosa
em meu mar
em chamas


by  DAVI CARTES ALVES

MULHER - ETERNA MUSA INSPIRADORA




Quer saber um segredo?
Deus criou o homem,
mas o seu arco-íris
é que soprou a mulher



Daí o prisma multicolorido
de nuances, sensações e semi-tons
que causam n’alma,
o seu olhar, a graça dos gestos,
a efusão de ternura,
suprema doçura
que nos embebi
em fagueiro frescor
esse invólucro de cetim, alfenim
e fascínios



Lábios?
pétalas de rosa,
nadando
em leite de pérolas



neste talhe grácil,
ondulações amenas
recortes caprichosos,
correção de linhas
suave harmonia ,
melíflua magia



quão suave, sensível, ágil
finalizou o cinzel divino
pôs em haste delicada,
azaléia, gérbera, tulipa, estrelícia, acácia,
vertigem é sorvê-las num cálice de lírio
sentir do sumo deleite!
Ao supremo delírio!



Com elas é viver
não apenas uma lua de mel
mas sublevar em astro perene
de encantos e sabores
de sorrisos e flores



Sorriso?
Ou um diamante que brilha?
Ou o céu que se anila?
Faz lembrar,
a primeira estrela que cintila



Só elas conhecem bem
o jogo cruel de
acorrentar por embevecimento
excitar desejos,
anunciarem as guerras
semearem esperanças,
para depois magoá-las
como as tiaras, bandanas, fitas e flores
que trazem no cabelo



É, desvendei um segredo:
Deus brincou de ser Deus
Quando notou no céu de Kuta em Bali
que os arrebóis vespertinos
tão belos e encantadores
marchetando pores do sol
 pincelados em tons rosiclér



rimavam com:
Mulher.



by  DAVI CARTES ALVES










segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

DA ARTE DA PALAVRA AO PRAZER DA LEITURA


                                  


“ O primeiro alimento é a palavra. Da concepção ao nascimento ela agasalha, reconforta, acarinha, (...)



Com sua marca indelével nos lembra o silêncio dos entardeceres. Destino, punhal suspenso na esquina do coração. Estrela que se esqueceu de nascer.


A palavra é pulsante, ardilosa em suas teias de horizonte, difícil domá-la na arena do papel.


Doce de chuchu lambuza a alma? Um bule esmaltado fareja as manhãs? Lâminas de sal ferem? A pele do tempo sufoca? Que pássaros migram dos olhos da amada? Um céu de infinitos possui tímpanos de prazer? E as roupas sonolentas nos varais, quem as terá colocado? Os dados da angustia prevalecem? Quem fez o laço dos moinhos e deitou no ventre das pedras? A tarde é uma interrogação?


O grão se faz á medida para que a palavra exploda e o menor de seus fragmentos é vida.


Que pode oferecer o que trabalha a palavra, a não ser a própria palavra retransformada em casa, beijo, prego, anzol ou pedra de rio?


A palavra arde; a palavra fere, mastiga, tritura; a palavra brota; a palavra é grão; a palavra explode em veludo.

Carpir silencioso onde sequer a voz alcança, ventre onde o som debulha notas de trigo, a palavra gera.


Seremos dignos dela?


Surgem, as palavras, nas horas mais estranhas. Numa fria madrugada me acordam, me sacodem e dizem: Levanta-te e anda! E que faço senão obedecê-las? Tiritando, saio atrás de caneta e papel para registrá-las. No ônibus, na fila do Detran, na corrida no parque. Quando menos prevenido me encontro elas me encontram. (...)


Em outros momentos eu a procuro em desatino e ela não se revela. Busco a palavra certa para completar a frase perfeita e ela se esconde. E ela, feito mulher bonita e desejada, se enche de brios, se faz de gostosa, de difícil, e não cede. Sofrer por ela é quase como sofrer por um amor impossível.


Eu, palavrador, tenho feito delas uma companhia de muitas e muitas horas, entre um cálice de vinho e um concerto de Bach. Tenho, com elas, uma luta cotidiana. Com várias derrotas e algumas vitórias. Que as palavras, caros leitores, não se rendem por qualquer elogio. Não se entregam a um simples toque de dedos. São orgulhosas, as palavras. Conhecem o seu valor. Maravilhosamente carinhosas, as palavras, quando sabemos conquistá-las.


Elas se divertem com os escritores que pensam que as têm em seu poder. Riem daqueles que imaginam que elas estão a sua disposição em qualquer circunstância.


Mas se deliciam com os que entendem que uma palavra não é feita tão somente de símbolos e caracteres, mas que elas contêm segredos e artimanhas. Uma palavra, caros amigos, possui alma. Perversa com quem a desdenha; generosa com quem desvenda sua intimidade.


Eu, no meu ofício a respeito. Essa que se entrega e se deixa burilar, diamantemente esplendida e luminosa, por tantos escritores, o que me causa inveja. Essa que, de vez em quando, pousa em mim cheia de encantamento.


(...) a frase salta num repente e me toma, toda métrica e ritmo: Levantar-se a tempo de acordar o sol. Caminha até o banco e comigo retorna, grudenta sanguessuga, até que a faço repousar em um bloco.


É assim que se faz. Nada de magia, fórmulas milagrosas, inspiração divina, yoga, mentalização ou similar. Apenas, sensibilidade, imaginação e trabalho, muito trabalho.


A diferença entre uma pessoa dita normal e outra criativa é que esta possui, de forma pura e simples, percepção mais acurada, ou, conforme as palavras de Szent-Gyorgyi, essa pessoa possui a capacidade de ver o que todo mundo vê e pensar o que ninguém pensou.


Assim se escreve. Você lê, e muito; é imaginativo, observador; freqüenta ou não oficinas de literatura. Não mais que de repente, surge-lhe a idéia, o desenho dos personagens, o desenrolar da ação, o clímax. A sua frente o computador, a máquina datilográfica ou, simplesmente, o papel em branco e a esferográfica.


Em você, a receita e a técnica se complementam. E você as segue, minuciosamente, livro a livro. O resultado, claro, é encantador e merece aplausos. Mas (e como é importante este mas) se além de tudo você for um transgressor e possuir impetuosidade, destempero, ousadia, indignação, ao agregá-los à técnica atinge o nirvana.


Se definir o seu próprio idioma, haverá de transformar peixes em estrelas. E quando decifrar a alquimia das palavras, sem se preocupar em transformá-las, as transformará de forma tal e tão brilhante que haverá de se perpetuar. (Talvez o sucesso não aconteça de imediato. Normal. Mas você é daqueles a quem o vento não dobra, vaso que não se quebra à primeira queda; você tem consciência de seu talento e, por isso, e por outros tantos motivos, há de perseverar. Bravos! Com toda a certeza que a vida permite, você o alcançará).


Escrever é um dom, segundo Domingos Pellegrini; não é mérito pessoal, mas herança humanitária. Honrar este dom com trabalho e ética, como em qualquer atividade humana, é o grande mérito.


Alguns o conseguem, outros não. Àqueles, seja qual for o grau, é dado olhar o pôr-do-sol através da tempestade. Meter as mãos no barro e transformá-lo em tulipas.


Redescobrir a vida e sua melodia. Perceber a sutileza do espanto e empalmá-lo. Destravar o carro e deixá-lo ao sabor das correntezas sentindo o vento cortar a pele, certos de que, ao fim e ao cabo, haverá, sempre haverá, a magia das palavras e o deslumbre de quem prova e sente o maravilhoso sabor de cada um de todos os dias.




Alguém se habilita? (...)"


Texto de - Sergio Napp - Escritor Brasileiro


Rascunho - Dezembro 2009





segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

BLA BLA BLA ???



Não!
Não chame de ruidoso
bla bla bla
aquela sublime poesia
pois assim, arrancas
as pétalas de uma linda flor
sem anestesia.

by - DAVI CARTES ALVES







DELEITE & HARMONIA


Ver você é uma alegria
nos campos d’alma
entre revoadas de pássaros,
ouço cantatas de riachos
folhas farfalham tagarelas
retornam os colibris,
joaninhas multicoloridas
pontuam os is

Ver você é uma alegria
a prosa monótona ,
torna-se palpitante, agradável,
arrebatadora poesia

Quero engolfar-me,
em seu cântaro de delicadezas ,
dose mar de simpatias
entre imagens tão belas,
amáveis e encantadoras,
pois só tu és magia

Ver você é uma alegria
pois é quando
a vida torna-se muito mais suave
palpável, pronunciada, maviosa
musical
puro deleite & harmonia


by - DAVI CARTES ALVES




sábado, 2 de janeiro de 2010

DELEITE É TE AMAR




Experimentei a sublime sensação
de sua alma feita de flores em lava
sonhava ao abrir nas suas costas
os botões nacarados, um a um

quando duas grandes asas
de cãndido e diáfano azul claro
brotaram suavemente
de sua pele melíflua
embebida em caldo de luar
és anjo meu

O que continuará a existir sem você?
Pois quando o amor, generoso
derrama-se dos seus lábios sobre nós,
ele produz n’alma, o sublime frescor
de um novo
e orvalhado amanhecer

De onde vem essa força enigmática
Que arrebata, asfixia, fascina ?
Será dos fundos das cóvinhas de nacar
esculpida neste rostinho feiticeiro
por esse sorriso de diamantes de neve?

Sorriso?
Ou um diamante que brilha?
O céu que se anila?
Faz lembrar
a primeira estrela que cintila
n’alma

Com saudades, lembrei-me
dos teus afagos
doces canções de ninar
e quase sem perceber, peguei no...
choro

Será que há mais mel
no bojo da acácia
quanto na terna mansuetude
de seus belos olhos???

Será que há mais delicadeza & sensualidade
nas curvas da tulipa escarlate
quanto na leveza sinuosa
de seu lindo talhe
coleante de prazeres???

Que tal este presente amor meu:
A lua me sugeriu
um vestido de néon
o céu, uma tiara de estrelas
o mar, um multicolorido top
de conchas e corais

Afinal quem é você?
Que com suas palavras
me faz correr com a alma de joelhos
em busca dos teus mistérios
como os guinus no Kalahari
fogem das intempéries
em busca de refúgio

em meio aos teus lábios & versos
me sinto flutuar em espiral
na cadência de milhares de arraias
dentro de um balé vertigem, divinal

linda ninfa
ficas ainda mais bela
de sobretudo caramelo
os anéis de seus cabelos me anelam
ao roubarem beijos dos seus lábios de mel
como travessos colibris.


e uma saudade me abraça tão forte
você a sublevar no pensamento
seus lábios tão lírios & líricos
teus braços tão cisnes de amor
tua alma quão lua,
tão nua...
você
meu mar jovem de flor



Afinal quem é você?
Que com os teus deleites
faz até mesmo
anjos & diamantes luminosos


anoitecerem?



by  DAVI CARTES ALVES