terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

NÃO QUESTIONE O TEMPO, COMPREENDA-O

Numa desafio de esgrima com o tempo
ele numa ginga lépida, olhar sagaz, investida voraz
eu ansiedade no pulso, pressa no ataque
na sua frente, fui esgrimista afoito, errante,
tomei o primeiro baque,

Num golpe na perna ,
tropecei meio manco
sua espada zás trás, outro talhe na cabeça
em vez de sangue,
um fio de cabelo branco

Quis revanche em um novo dia
Mas ele renasceu , com vigor de garoto
e eu acordava,
num mar de apatia

achei melhor ser amigo do tempo
esgrimir com ele a favor
e a roupa do embate, em homenagem a sua constância
nos seus braços depor

sem perder tempo
ele achou melhor assim
pedindo-me para abrir as mãos
miríades e miríades de relógios, de combatentes vencidos
esfarelou, como fino pó de alfenim

e quando faltavam apenas três
com ar de compaixão, mas sorriso irônico disse:
sorva a vida com ternura, com o olhar demorado
num minuto de cada vez
e não com essa velocidade morredoura
versus ansiedade suicida
como fizeram hoje,
esses últimos três.

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