sábado, 15 de janeiro de 2011

Doce elegía de querer-te






Amar-te é sublime
é sentir a alma engolfar-se
nos casulos
da brisa primaveril

sentir-me
 como as pedras frias, duras
mas que
no leito dos teus braços & abraços
acordam dunas
areia clara, macia
doce elegia
de querer-te

pois só
tua alma traz a musica do mar,
e marulhar no teu doce realejo
no frescor dos teu abraços,
balbucio, deliro,
versejo

o primeiro pingo
da garoa nua
fez minh’alma
ser tão sua

beijo de brisa que sulca
o pelo felino
riso menino
sob o som de violino

derramas por taça de volúpias
seara de nirvanas
és minha linda borboleta sedutora
que pousa embevecida
em mar de chamas

vestir-me de você nesta hora
hora escarlate
que transpassa
como amar e sonhar
no bojo tépido e macio
de uma bela acácia

nos teus braços
renascer em uma fonte
de generosa doçura
neste cárcere paradisíaco
quais flamingos alados
em ternura

em meio aos teus lábios & versos
 sinto-me flutuar em espiral
na cadência de milhares de arraias
dentro de um balé vertiginoso,
divinal

em você
como nas mais raras e belas flores
só devem pousar borboletas
com multicoloridas asas de seda
e delicadas anteninhas de ouro

ficas ainda mais bela
de sobretudo caramelo
os anéis de seus cabelos me anelam
ao roubarem beijos
dos seus lábios de mel
como travessos colibris.

 Sua presença!
Quão maviosa!
Chegar assim,
nesta doce intimidade solar
trazendo nas suas asas de amor
a fagueira calmaria do mar

como derramas n’alma
sob densas matizes
sua generosa cesta de cores
és tão leve, tão luz, quão linda!
a pousar e repousar teus afetos
sobre os meus 
mais tênues sensores

faz-se toque entre cílios
feixe de gérberas
caldo de luar
reinventa num sopro melífluo
novas nuances
para o verbo amar

faz-se beijo de brisa
cantinela de riachos
langoroso esvair-se da onda na areia
num que de ofertar

faz dos teus mansos fulgores
em minhalma,
um perene palpitar

O que continuará a existir sem você?
Pois quando o amor, generoso
derrama-se dos seus lábios sobre nós,
ele produz n’alma, o sublime frescor
de um novo
e orvalhado amanhecer

banhar-se na volúpia e no deleite
dos teus rios de dor sem imagens
incendiando-me com as paisagens
evanescentes do amor

 
Uma e muitas vezes
brincar com o teu sorriso,
sorriso?
Ou um diamante que brilha?
Ou o céu que se anila?
faz lembrar,
a primeira estrela que cintila

Será que há mais mel
no bojo da acácia
quanto na terna mansuetude
de seus belos olhos?

Será que há mais
delicadeza & sensualidade
nas curvas da tulipa escarlate
quanto na leveza sinuosa
de seu lindo talhe
coleante de prazeres?

Que tal este presente amor meu:
a lua me sugeriu
um vestido de néon
o céu, uma tiara de estrelas
o mar, um multicolorido top
de conchas e corais

Não será pelo teu sopro
que abrem-se as acácias
e sorriem as buganvílias
enamoradas?

Afinal?
Que jóias a troucheram 
do mar profundo?
As flores das estrelas,
o mel do mundo?

Pedaços de cereja
teus lábios túmidos
a cantar o amor
somente o amor
em meus submundos

Quem é você?
que com os teus encantos e deleites
faz até mesmo
anjos & diamantes luminosos,
anoitecerem?

São as luzes das rosas
que iluminam tua alma?
tormentas amargas recuam
ao teu pedido de calma

Tu me fez ver na queda
suave passo de dança
fez da tola ambição
e da nociva prepotência
pura ternura de criança


Davi Cartes Alves


Imagem - escultura
Jean Pierre Augier










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Um comentário:

Anônimo disse...

Hello! , I'm a freshman. Better had say howdy.

See ya! :) and Thankyou

(apologise if this is the wrong place to post this)