sexta-feira, 20 de novembro de 2009

DELÍRIUS & DEVANEIOS


Madrugada adentro & garoa
ouço gargalhadas na sala de estar
Monalisa não segurou mais o riso
e os ventos deste outono sombrio
não uivaram tanto
para Cathe e Heathcliff

voce na noite vestida de lua
e eu um chocalho
em suas mãos de carmim

Isso em si não esgota o assunto
porque amanhã o vento muda de lado
e quem irá recolher as roupas?
Ô!! Por que virar a cara na hora do beijo?
Mofas do escorpião e seu bote errante?

Há quanto tempo
 teu gato não mia?
o de Poe jamais me sorria
Meu deus!
Mas que som que tem isso?

 
com que lágrimas
 tuas mãos perfumadas
e cheias de anéis
apanharam minhas botas tão sujas
quando pra ela qualquer garnizé
é um cisne banhado em neon

Pobre cobrador do ônibus Itupava - Cohab
apaixonou -se pela bailarina
do Ballet Quebra - Nozes
" ela tinha a leveza de um feixe de tulipas "
e eram mui lindos seus sissones e piruetas
côr de brilho labial.

Já notou que tem sempre uma hora no dia,
que o rio Nieva de Dostoyevski
o Ouse de Virginia Wolf
o Arno de Mario Puzo
o Tweed de Walter Scot
o Íster de Sófocles
o Amper de Markus Zusak
e o Belém de Dalton Trevisan,

" tem a côr dos afogados" ???


by DAVI CARTES ALVES

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