Minhas noites imprimiam
nos céus daqueles olhos
tão límpidos
demãos e demãos de estrelas
e versos de amor
e versos de amor
desnudando cometas
aplacando tufões
em ápices de cólera
e pétalas pulsantes
enlevando-se com a verdade
nos olhos dos teus pássaros
quando as suas asas
flanam borrascas
flanam borrascas
quando seus vôos
debatem-se em procelas
um punhado de palavras
por um caleidoscópio
de sensações
é quando
o crepúsculo vespertino
flamba as nuvens de saudades
arrebol de estrelícia
dourando o silêncio dos pássaros
derramando porções de mel
na melancolia das horas
queria
ser o vermelho pra pintura dela
ser o vermelho pra pintura dela
ser tantas cores pra sua alma
ser amor em outras matizes
ser amor em outras matizes
ser aquarela
DAVI CARTES ALVES
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