quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pablo Neruda






Antes de amar-te, amor, nada era meu
vacilei pelas ruas e as coisas
 nada contava nem tinha nome
  o mundo era do ar que esperava
  e conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,

perguntas que insistiam na areia

 tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,
tudo era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza
de dádivas 
encheram o outono.


Pablo Neruda






Um comentário:

Elisa T. Campos disse...

Sou fã de Pablo Neruda.

Um abraço.