terça-feira, 25 de junho de 2013

Junho








Junho

O silencio dos pássaros

a quietude das árvores

o murmúrio dos rios

d’alma


Junho

os horizontes infinitos

as vastas brancuras



Junho
das chuvas incessantes

em que os miseráveis

rangem os dentes

ou apenas gengivas

toldos não bastam

marquises em vão


novos dias,
velhos algozes


Junho


folhas úmidas na invernada

suplicam dóceis lareiras
longos desertos de cobre e amianto
marchetam os céus

Junho

não terá meu coração

o agasalho das tuas mãos tépidas

não usufruirá minh’alma

a luz que aquece

dos teus lindos olhos fagueiros



mais um junho

sem você



saudade





 DAVI CARTES ALVES






 












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