sábado, 26 de março de 2016

Da cantilena de um monjolo










Versos bordados em rendas
estrelas nuas em couro
beijam-se ás brisas, em fendas
gotejam lágrimas d’ouro

tuas lindas imagens
minhas sendas
derramadas
da cantilena de um monjolo

disseca num fino vaso
buquê de pálidos aforismos
noutro
minhas ninféias roxas
tem um choro balbuciante
no fel dissonante das horas

gravetos úmidos na invernada
suplicando dóceis lareiras
quando fende-se a ferida profunda
no encontro dos lagos quietos

meus belos sonhos diletos
não fossem díspares
os nossos
posto que o mel da tua alma
não quer secar dos meus ossos.



 


DAVI CARTES ALVES












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