quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Mares em você












Sentir-me
como as pedras frias, duras
mas que
no leito dos teus braços & abraços
acordam dunas
areia clara, macia
doce elegia


 Ah! Sua presença!
Encantadora
ao chegar assim,
nesta doce intimidade solar
trazendo nas suas asas de amor
a fagueira calmaria do mar

como derramas n’alma
em suaves matizes
sua generosa cesta de cores
és tão leve, tão luz, quão linda!
A pousar e repousar teus afetos
sobre os meus  mais tênues sensores

faz-se toque entre cílios
feixe de gérberas
caldo de luar
reinventa num sopro melífluo
novas nuances para o verbo amar

faz-se beijo de brisa
cantilena de riachos
langoroso esvair-se da onda na areia
num que de ofertar


O que continuará a existir sem você?
Pois quando o amor, generoso
derrama-se dos teus lábios sobre nós,
ele produz n’alma o sublime frescor
de um novo
e orvalhado amanhecer

a lembrança dos teus sorrisos
rios de dor sem imagens
incendiando-me com as paisagens
evanescentes do amor 

Sorriso?
Ou um diamante que brilha?
Ou o céu que se anila?
faz lembrar,
a primeira estrela que cintila

se lhe ver novamente
a lua me sugeriu
um vestido de neon
o céu uma tiara de estrelas
o mar um multicolorido top
de conchas e corais

Não será pelo teu sopro
que abrem-se as acácias
e sorriem as buganvílias
enamoradas?

São as luzes das rosas
que iluminam tua alma?
Tormentas da vida recuam
ao teu pedido de calma

Tu me fez ver na queda
suave passo de dança
fez da tola ambição
e da nociva prepotência
pura ternura de criança


Afinal
  Que joias a trouxeram 
 do mar profundo?
As flores das estrelas,
o mel do mundo?


Pedaços de cereja
 
teus lábios túmidos  
a cantar o amor
somente o amor  
em meus submundos 





DAVI CARTES ALVES









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