quinta-feira, 15 de setembro de 2016

TIM-TIM À BEIRA DO ABISMO










Vaga esta escuna, vago verso
a não significar mais que o mastro
Bem longe, afunda o ígneo astro
sereias áureas rugem ao reverso

Naveguemos, ó, meus eternos irmãos!

 Eu, de vento em popa,
vocês, em festa, não deem sopa
à onda que deriva dos infernos

Minha loucura fala mais alto
Sem temer o mar, tomo de assalto
para fazer aos céus esta oferenda

- Calmaria, recifes, constelações,
nada espero ao final da senda
salvo o tam-tam de nossos corações!







Mallarmé


Por Antonio Thadeu Wojciechowski e Roberto Prado









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