sábado, 1 de outubro de 2016

Automat, 1927





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No céu de Hopper
é sempre outono mítico
o tempo descansa longe de câmeras
as palavras flanam em silêncio
e mancham o espaço de uma luz vaporosa
uma moça toma um café
nenhuma bebida na xícara a não ser café
nenhuma xícara sobre a mesa a não ser aquela xícara sobre a mesa
no hall do mesmo hotel
pensado por platão 
de onde todos os simulacros derivam
ondas de solidão vibram em círculos concêntricos 
os gestos antecedem qualquer pensamento
enquanto fora do quadro e no coração do artista
urge o distúrbio do mundo





Assionara Souza












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