domingo, 10 de janeiro de 2016

Nas pétalas de uma rosa de espuma









Manhã de primavera
sem flor, sem aquarela
tuas cinzas esfarelas
nos céus do meu olhar


olhar
do farol quieto e soturno
como um gigante leve
irmão dos pássaros e das vagas
cativando os silêncios d'alma


alma
do cata-vento sem espadas
 das magnólias desprezadas 
do vaga-mundo
 desmundado


andarilho sem rumo-trilho
de olhos baixos, fugidios
 sem mais 
aquele intenso brilho


brilho
da noite banhada em neon
qual lua longa de asas quietas
um convite a vôos distantes
nas pétalas
 de uma rosa de espuma




DAVI CARTES ALVES








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