sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

UM POUCO MAIS DE NÓS















Em Emily Dickinson,
 eu ouço passarinhos
 Em Van Gogh, colho girassóis
 De Chopin, sinto as lágrimas nas teclas do piano
. Com Hendrix, me vejo próximo de tantos anjos..
. Estão mortos alguns que eu amo tanto tanto 
que palavras ficam faltando no céu da boca..


 De Augusto dos Anjos, resta unicamente os versos e,
 ouvindo-os, assim tão vivos,
 eu sinto vontade de apertar-lhe os ossos
 Leminski se foi e deixou um catatau enorme de obras primas
 Marcos Prado
 com toda a elegância disse mil versos bem bonitos e se foi
E olha eu aqui catando milho para encher o saco







UM POUCO MAIS DE NÓS



não é a dor do amor que me incomoda
nem tampouco esse fogo em meio ao peito
o verbo foi quem me tornou sujeito
da flor que a musa aspira, colhe e poda



reinar na rima é uma mão na rosa
o dia é como um deus mais que perfeito
mas se a minha loucura não dá jeito
vai meu verso provar que faço moda



e vê enfim meu olhar contemplativo
caído como um anjo que mendiga
o inverso do meu verso
 ao céu altivo


feliz de mim, amigo, e de quem siga
o som bom da palavra pura e calma,
gestando um corpo grávido de alma!






antonio thadeu wojciechowski

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