domingo, 3 de maio de 2020

Tronco Submerso









Tudo que eu amei estava aqui
Do chão batido a cuia de açaí
Por isso não cantei Copacabana
Ainda que ela fosse tão bacana
No brilho dos postais que eu recebi


Tudo que eu amei estava aqui
Da mão de milho ao pé do Meriti
E assim eu não falei da Torre Eiffel
Dos perfumes de Chanel
Nem no céu azul do Tenesse


Desculpa meu irmão meu canto agreste
Nutrido do jambu que não quiseste
Manchado do tijuco e de capim
Perdoa por favor meu pobre verso
Um tosco tronco submerso
No rio sem nome que se vai de mim



Paulo André e Ruy Barata






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