segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Amor de vózinha querida





Oh Vó!
Por clemência
nos arranque deste veloz carrossel
desgovernado, vertiginoso
com cabeças de dragões

simulando ilusões de conquistas
entre tesouros ocultados
mas vó, não nos leva a lugar nenhum
senão nesta seara de lágrimas
que já atravessastes altaneira
quando a verdadeira felicidade
esta no cheirinho deste bolo
que só voce sabe fazer vovó querida

Responda-nos vovó,
Por que será que no amor
damos uma de faquir
quando esquecemos possuir
pés & pele
de recém-nascidos?

Oh vó! Veja isso!
Por que essas fendas em suas mãos
e esses vincos em sua tez
tornaram-se
 berçários cinco estrelas???

Vovó,
nos de a honra de contemplar
 e nos deleitar
este seu flertar da janela
com o crepúsculo vespertino

entre novelos multicoloridos,
entre lânguidos felinos,
entre netos acarinhados
e ouvir o crepitar na chaleira de ferro
da erva-cidreira da resignação

Mas na conclusão de tudo isso, vovó
corremos arfantes e pressurosos
pra sua casinha centenária
entre pardais e ipês,
entre araucárias e riachos

emoldurada
por baldias azaléias,
gérberas & ciclames
e suas valentes violetas

voltamos assim,
angustiados e palpitantes vovó
para ouvir entre pausas afetuosas
e  melifluos conselhos
este seu   b- a - ba
 de sabedoria  &  sobrevivência





Davi Cartes Alves




Nenhum comentário: