Aurora lavada de sangue
cachaça ruim em copo sujo, trincado
o imã da vida bandida “viver é perigoso”
pão velho sem a margarina barata
duas bananas passadas cativando a tsé-tsé
urra em vão o porco com sobrepeso
no espelho da lamina faminta
gruda nas costas a camisa em suor
e o resto da caliça na alma
tuas flores agora se transmutam
em escorpiões de navalhas polidas
antes o sorriso de diamantes de neve
agora o teu cesto do que há de ferir
a luz solar nunca havia mostrado tanto desprezo
" boca fechada feito fosse cuspir " de brabeza
soca sem piedade a virilidade
do teu salto agulha
batendo na cara com uma bola de sargo
amarrada na meia-calça cor da pele
batendo na cara com uma bola de sargo
amarrada na meia-calça cor da pele
desloucado corcel manco
cavalgando a vertigem
em nuvens de areia
cavalgando a vertigem
em nuvens de areia
calor sufocante contorcendo
as cascas no chão das minhas veias
a batida seca do teu monjolo de laminas
as cascas no chão das minhas veias
a batida seca do teu monjolo de laminas
gotejam-me acidas as estrelas negras
deste teu céu mau - me - quer .
DAVI CARTES ALVES
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