A sensibilidade se personifica
no tênue toque entre cílios
de olhos enamorados
no suave palpitar
de pequenas borboletas brancas
sobre madressilvas carmim
Em sentir o aflar n’alma
da frescura dos seus lábios
doces pétalas de rosas
nadando em mar de chamas
A sensibilidade se personifica
na maviosa afetuosidade
dos teus braços enternecidos
melífluos rios de sedas
cisnes tépidos e alados
no sublevar da asa decaída,
do travesso colibri
compondo no ocaso,
vestido de crepúsculo
desenhos coloridos em néon
a sensibilidade se personifica
no feixe de tenras tulipas
colhidas sob a garoa
na poesia
que borbota pressurosa
nas entrelinhas da vida,
vida livre, vida leve, solta
vida boa, vida a toa
de poeta
por ela,
tão apaixonado,
por tua sensibilidade
por tua sensibilidade
quão enamorado.
DAVI CARTES ALVES
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