Já vou-me embora
deixar de uma vez por todas
o mel nas tintas tão rubras
nos teus lábios de amora
minha pequena lua nua
louçania de tulipa
que se ama e se adora
na varanda da nossa paixão
sobre um mar de arco – íris
engolfou-se céu de cinzas
aguilhoadas de escorpião
só resta-me ir embora
pois jamais devia derrubar
pois jamais devia derrubar
mas jamais devia vasculhar
na tua caixinha de Pandora
Sim, vou-me embora
deixar de uma vez por todas
de esmaltar tuas velhas promessas
de servi-las em coloridas travessas
mas que pelas janelas d’alma
mas que pelas janelas d’alma
você sempre as arremessa
deixar de gritar teu nome
ora, como estocadas de cimitarras
ora, como porções melífluas de amor
que num corpete tecido por ninfas
você sedutoramente amarras
ir embora
e deixar de suplicar teu nome
e deixar de suplicar teu nome
como um refrão de vida e luz
que ora dissolve ora revigora
no frio ou no calor das horas
Já vou-me embora,
mas só me diga,
como viver sem você?
Minha pequena lua nua
louçania de tulipa
que se ama e se adora?
by DAVI CARTES ALVES
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