Lá fora o inverno
restaram algumas flores baldias
resistindo heróicamente ao algoz de gelo
jazem lânguidas, lívidas e esquecidas
O sopro da morte,
borrifado atravéz da brisa crestante
faz com que desfolhadas
balbuciem o último suspiro
prematuros suicidas
Incauto namorado
a flor do ipê dourado
fulminado
com a azaléia rosiclér
Assim partiram também
o teu sorriso e o meu desejo
melados de quentão
naquela noite de inverno
na feira do pinhão
aquecida ilusão
debaixo deste céu de chumbo
deslizas altaneira
neste calçadão de gelo
teu charme em relevo
emaranhado em cachecóis
me enlevam, me arrebatam
despretensiosamente,
sem apelos
linda ninfa
ficas ainda mais bela
de sobretudo caramelo
os anéis de seus cabelos
me anelam
ao roubarem beijos
dos seus lábios de mel
como travessos colibris.
by DAVI CARTES ALVES
2 comentários:
Olá, Davi!
Agora também serei sua seguidora!
:)
Lindo poema
as imagens são intensas!
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